A noite parecia interminável. Elena estava ali, no mesmo lugar onde tudo começara. E, no entanto, tudo estava diferente. Ela podia sentir a presença de Dante em cada canto da mansão, como se o próprio ar tivesse sido moldado por ele, como se fosse impossível escapar de sua influência.
Depois do beijo, a sala permaneceu silenciosa, a tensão pairando entre eles como uma tempestade prestes a explodir. Elena não sabia como reagir, o turbilhão de emoções em sua mente era tão forte quanto o desejo em seu corpo. A última vez que estivera com ele, tudo havia terminado em dor, mas agora… agora havia algo mais. Algo perigoso.
Dante se afastou lentamente, seus olhos nunca deixando os dela, como se tentasse ler seus pensamentos. Ele andava com uma calma desconcertante, como se não houvesse pressa em conquistar a próxima jogada. Mas Elena sabia o que ele queria: ele queria que ela se entregasse. Queria que ela cedesse à escuridão que ele representava.
Ela cruzou os braços, tentando se proteger, mas sabia que não estava protegida de nada. Nem dele, nem de si mesma.
— Você sempre foi boa em se esconder, Elena. — Ele falou novamente, sua voz baixa, sedutora, cheia de promessas. — Mas agora não há mais lugar para você se esconder. Você não percebeu ainda?
Elena deu um passo atrás, o impulso de fugir quase a dominando, mas ela resistiu. Não podia ceder a esse impulso, não agora.
— Eu não estou fugindo, Dante. — Ela respondeu com firmeza, mas sua voz tremia. — Eu apenas… não quero mais fazer parte do seu jogo.
Ele riu, um som baixo e cheio de desdém, como se ela fosse apenas uma peça em um tabuleiro que ele controlava.
— Você nunca teve escolha, Elena. — Ele se aproximou mais uma vez, seu olhar ficando mais intenso. — Você acha que pode me resistir? Acha que pode resistir ao que há entre nós? Você me conhece, sabe que não sou alguém que permite que suas regras sejam ignoradas.
O corpo dela parecia reagir antes de sua mente. Ela sentiu a atração, a eletricidade que passava entre eles. Ele estava perto, muito perto, e Elena sabia que não havia mais volta.
Dante se aproximou mais, agora a poucos centímetros dela, seu rosto tão perto que ela podia sentir sua respiração quente. Ele segurou seu queixo com uma mão firme, forçando-a a olhar nos olhos dele.
— Eu sei que você me deseja, Elena. Você sempre me desejou. — Ele sussurrou, o tom de sua voz escurecendo. — E eu sei que, no fundo, você quer se perder novamente em mim. Se entregar à escuridão que sempre esteve em você.
Ela tentou se afastar, mas Dante a manteve firmemente em seu lugar. Seus olhos estavam cheios de algo indefinível — uma mistura de possessão e desejo.
— Não… — Elena tentou protestar, mas a palavra morreu em sua garganta quando ele a beijou novamente, desta vez com uma urgência selvagem, como se estivesse tentando apagar qualquer resistência que ainda existisse nela.
Ela tentou lutar, mas os toques de Dante eram como fogo. Quentes. Intensos. Incontroláveis. Ele a tocava como se fosse sua, como se já tivesse o direito de reivindicar cada parte de seu corpo. A mão dele desceu para sua cintura, puxando-a para mais perto, forçando a proximidade entre eles.
Elena sentiu o calor do corpo dele, a pressão de seus músculos, a força e a ameaça de seu toque. Era impossível não ceder. Era impossível não sentir. Ela sabia o que ele queria, e, de alguma forma, ela também queria.
A mão de Dante se moveu para seu pescoço, seu polegar tocando delicadamente a pele macia, antes de apertar de leve. Elena fechou os olhos por um momento, tentando resistir à sensação de poder que ele tinha sobre ela.
— Você não pode resistir a mim, Elena. Não importa o quanto tente. — Ele murmurou contra sua pele, a voz profunda e ameaçadora. — Eu sou a única coisa que você nunca será capaz de esquecer.
Ela sentiu sua mente começar a se perder, o controle desvanecendo-se lentamente. Dante sabia exatamente como quebrá-la, como tirá-la de si mesma e levá-la a um lugar onde ela não tivesse mais controle.
Ele a puxou para si, os corpos finalmente se encontrando, e, por um momento, ela se entregou. Não mais a resistência. Não mais o medo. Apenas a sensação dele contra ela, quente, exigente, possessiva.
E então, ele a afastou de repente, seus olhos fixos nos dela com uma intensidade avassaladora.
— A primeira coisa que você precisa entender, Elena, é que… você nunca será livre. Não enquanto eu ainda respirar. — Ele sorriu, um sorriso cheio de malícia e prazer.
E com isso, ele a deixou ali, sozinha com os ecos de suas palavras, com o gosto daquilo que ainda não havia acontecido, mas que, sem dúvida, aconteceria.