por Zolomon Hendrick
(Porque quando o universo envia um monstro de mil olhos e zero lógica, você não reza — você revida)
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Horrores cósmicos.
Entidades imensuráveis, absurdas, moldadas por pesadelos de civilizações mortas e buracos de lógica existencial.
Eles não falam. Eles sussurram através de rachaduras na realidade.
Eles não atacam. Eles influenciam até que você se mate cantando uma melodia impossível.
Você não os enfrenta com armas.
Você os enfrenta com desrespeito absoluto, sarcasmo desafiador e planejamento obsceno.
Aqui está seu manual prático para destruir um horror cósmico.
(Spoiler: não envolve fé. Envolve estratégia. E talvez óleo de motor.)
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1. Regra de Ouro: Nunca Olhe Direto Para o Horror. Nem Espiritualmente
Olhar diretamente para um horror cósmico é como olhar para o conteúdo não filtrado da sua própria vergonha amplificada em linguagem fractal.
Se você vê:
Formas que não fazem sentido.
Cores que não existem.
Sons que parecem memórias que você nunca viveu...
Desvie o olhar.
Ou sua alma vai escorregar pela orelha enquanto você repete a palavra “devoração” em 19 idiomas mortos.
Use sensores. Espelhos. Subalternos descartáveis.
E nunca, nunca diga “o que é isso?” em voz alta. O horror adora ser reconhecido.
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2. Use a Lógica Contra o Ilógico
Horrores cósmicos operam fora da razão.
Então o segredo é: prenda-os numa caixa de razão e veja eles implodirem por frustração existencial.
Exemplo:
Crie uma fórmula de contenção baseada em burocracia pura.
A entidade invade seu mundo?
Faça ela assinar formulários de presença em quatro dimensões e esperar que carimbem em sete idiomas jurídicos.
Prenda a entidade num loop de debates com filósofos pós-estruturais. Ela vai pedir pra voltar pro vácuo.
Nota: horror cósmico odeia fila.
Você pode vencer com uma triagem.
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3. A Arma Mais Forte: Indiferença Agressiva
O horror cósmico se alimenta de:
Pavor.
Submissão.
Existencialismo adolescente.
Sabe o que mata ele?
Desdém.
Quando ele entortar a realidade, diga:
> “Legal. Isso é de edição prática 12 ou 13 da Tábua de Grito?”
Quando ele falar em mil vozes:
> “Fala quando terminar, que meu chá tá esfriando.”
Quando ele invocar memórias traumáticas:
> “Já vi coisa pior numa reunião familiar.”
Você não luta.
Você menospreza.
E horrores que não são levados a sério se dissolvem na própria indignação cósmica.
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4. Use um Ritual Inverso (Ou Invente um na Hora)
Se o horror invadiu via ritual — devolva-o com um ritual reverso.
Se não souber como, invente.
A regra é simples: eles acreditam mais que você.
Exemplo:
Pegue objetos simbólicos (um espelho, uma colher, seu último imposto pago).
Diga palavras aleatórias com entonação firme:
> “Zux'thaa M'rendal voshk nenta kalakalaka.”
Dê três passos pra trás e acenda algo. Qualquer coisa. Até uma vela de baunilha.
Se você parecer que sabe o que está fazendo, ele recua.
Porque até horrores cósmicos têm medo de enfrentar alguém mais desequilibrado que eles.
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5. Quando Nada Funcionar: Quebre Uma Regra Universal e Faça o Horror Te Respeitar
Todo horror cósmico surgiu de algum lugar.
Se nada funcionar — vá até esse lugar e quebre uma lei sagrada.
Invoque o improvável.
Faça algo que nem o horror considerava possível.
Exemplos reais:
Um tirano que tocou sua própria versão de “Happy Birthday” no vácuo absoluto e fez a entidade rir (e desaparecer).
Um diplomata que tatuou o nome do horror em código binário na própria retina — e foi deixado em paz por “dedicação”.
O ponto é:
Eles são antigos, poderosos… e entediados.
Você não precisa vencer.
Você precisa desconcertar.
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Conclusão: O Medo é a Chave Que Você Joga Fora
Você não vai derrotar um horror cósmico com força.
Mas pode vencê-lo com:
Desprezo.
Inconveniência burocrática.
Autoestima inabalável e completamente sem justificativa.
Ou uma frase como:
> “Volta pro abismo, bicho escroto. Aqui só tem aluguel atrasado e sarcasmo.”
E então…
ele irá.