Um Acordo

Quando Melanie pediu ao motorista para parar e saiu do carro, ela não tinha nenhum destino específico em mente. Ela só precisava escapar—colocar a maior distância possível entre ela e Spencer. As emoções sufocantes que a pressionavam haviam se tornado insuportáveis, e ela agiu por instinto, indo embora sem pensar duas vezes.

Durante a última hora, ela havia vagado pelas ruas, acreditando que estava à deriva sem rumo de um quarteirão para outro. No entanto agora, enquanto permanecia paralisada diante de um edifício imponente, ela percebeu a verdade—seus passos não tinham sido tão aleatórios quanto pensava. Alguma parte dela sabia exatamente para onde ir, mesmo que ela mesma não soubesse.

A constatação fez um arrepio percorrer sua espinha. Será que ela realmente estivera tão perdida em seus pensamentos que não havia notado para onde estava se dirigindo? Ou seu subconsciente a havia guiado até ali o tempo todo?

Ela encarou a entrada, seu coração acelerado. A questão não era se ela havia encontrado o lugar certo. Era se ela tinha coragem de entrar.

Melanie balançou a cabeça, exalando bruscamente. O que havia de errado com ela? Não era como se ela não pudesse encará-lo. E, no entanto, sua hesitação fazia parecer que uma força invisível a estava segurando.

Mas no fundo, ela sabia a verdade—entrar era a única maneira de obter as respostas que precisava. A única questão era se ela estava pronta para ouvi-las. Ela respirou fundo. Já havia dado o primeiro passo ao verificar o conteúdo do drive USB. Entrar era apenas o passo final.

Ela respirou fundo e entrou.

Dentro, ela se aproximou da recepção e informou ao atendente que estava ali para ver o Sr. Adam Collins. O recepcionista deu-lhe um breve aceno, pediu que ela esperasse e desapareceu por uma porta lateral.

Mais uma vez, ela se perguntou se estava tomando a decisão certa. E então outro pensamento a atingiu. Será que ele estaria aqui? Ele a havia convidado para vir e conversar com ele aqui sempre que quisesse procurá-lo. Mas talvez ele já tivesse ido para casa.

Minutos depois, o homem retornou e fez um gesto para que ela o seguisse. Ela caminhou atrás dele por um corredor silencioso até que pararam em frente a uma porta. O homem abriu-a e indicou que ela entrasse.

Adam já estava sentado lá dentro. Quando ela entrou, ele se levantou, com o olhar fixo nela. Com um pequeno gesto, ele a convidou para se sentar e então, quando ela foi se sentar, puxou a cadeira para ela. Era tão antiquado que ela não conseguiu esconder sua surpresa.

"O que você gostaria de comer?" ele perguntou casualmente.

Ela piscou, pega de surpresa pela pergunta inesperada. De todas as maneiras que ela havia imaginado que esse encontro aconteceria, essa não era uma delas.

Notando sua surpresa, o canto da boca dele se ergueu em diversão. "O que foi? Achou que eu estaria me vangloriando?" E quando ela balançou a cabeça, mesmo que sua expressão dissesse que era exatamente isso que ela estava pensando, ele se inclinou, aproximando-se dela, invadindo seu espaço e questionou: "Ou talvez você pensasse que eu flertaria com você? Hmm?"

Ela balançou a cabeça novamente. Ela não tinha ideia de como ele reagiria. Talvez ela esperasse que ele se comportasse como um baderneiro. Ou a fizesse se contorcer.

Adam sorriu e se endireitou antes de voltar para o outro lado da mesa e se sentar enquanto dizia: "Eu vou flertar com você no nosso próprio tempo. Agora, tenho certeza de que você está aqui a negócios."

Melanie assentiu com a cabeça concordando. Sim. Ela estava ali a negócios, mas então viu a boca dele se curvar em diversão e percebeu que havia concordado com as duas coisas. Ela balançou a cabeça: "Não. Não flerte comigo." Ele riu então e balançou a cabeça: "Mas essa é a melhor parte, Melon."

Melanie fez uma careta. "E não me chame de Melon. Meu nome é Melanie."

"Hmm. Eu sei. Então, Melon, diga-me o que a traz aqui até mim? Não foi você quem disse que nunca teria nada para discutir comigo?"

Embora as palavras fossem amargas, Adam Collins não parecia estar provocando-a. Na verdade, ele parecia perfeitamente satisfeito em vê-la.

Ela suspirou e sem olhar para o menu que ele havia colocado na frente dela, perguntou: "Você enviou o drive USB para mim, não foi?"

Adam recostou-se em sua cadeira, levantando uma sobrancelha. "USB?"

Melanie bufou. "Não se faça de bobo. Eu não sou tola, Adam."

Ele inclinou a cabeça, considerando-a por um momento antes de dar de ombros preguiçosamente. "Se alguém estivesse acompanhando suas ações nos últimos três anos, talvez não concordasse com essa afirmação."

Sua coluna enrijeceu, raiva brilhando em seus olhos. Sem hesitação, ela empurrou sua cadeira para trás e se levantou. "Eu não vim aqui para discutir minha vida, Adam. Só quero respostas."

Adam suspirou dramaticamente, mas havia algo afiado em seu olhar, algo calculista. Então, com um pequeno aceno, ele admitiu: "Tudo bem. Sim, eu garanti que o USB chegasse até você."

Melanie cruzou os braços sobre o peito. "Por quê?"

Em vez de responder imediatamente, Adam fez um gesto para que ela se sentasse novamente. Ela hesitou, avaliando suas opções, mas eventualmente o fez. Ele a estudou por um momento, então, lentamente, um sorriso quase perverso se espalhou pelo seu rosto—um sorriso de triunfo, como se ele tivesse acabado de ganhar um jogo que ela nem sabia que estava jogando.

"Eu tenho uma proposta para você."