Insulto

Uma vez dentro do escritório dela, Spencer não perdeu um segundo antes de se voltar contra ela. Sua voz estava afiada de raiva.

"Por que você teve que insultar a Halley daquele jeito? Você poderia simplesmente ter dispensado ela de conseguir um crachá e depois instruí-la a obter suas credenciais. Qual foi o propósito de humilhá-la daquele jeito?"

Melanie zombou de suas palavras, cruzando os braços sobre o peito enquanto encarava seu olhar furioso sem hesitar.

"Sério? Você acha que aquilo foi insultuoso?" ela rebateu, seu tom impregnado de descrença. "E quanto ao insulto que você me deu? Passou pela sua cabeça como eu me sentiria—quão humilhada eu ficaria—quando meu marido entrasse em nosso local de trabalho com outra mulher ao seu lado? Como ele ficou no saguão e teve a audácia de afirmar que outra mulher era a pessoa dele enquanto tentava fazê-la entrar? Se você estava tão preocupado com a reputação dela, poderia simplesmente ter deixado ela usar o crachá de visitante e entrar silenciosamente. Mas você não fez isso. Em vez disso, você fez um escândalo. E por quê? Porque você queria fazer uma grande entrada. Porque você queria ostentar seu poder."

Spencer congelou com suas palavras, sua expressão mudando enquanto processava as acusações dela. Ele a estudou intensamente, como se procurasse algo que havia perdido antes.

"Então, você acha que eu fiz tudo isso só para te rebaixar?" Sua voz estava mais baixa agora, mas não menos intensa. "E em troca, você decidiu me humilhar? Quando você se tornou tão vingativa, Melanie? Tão calculista?"

Um sorriso amargo curvou os lábios de Melanie. Ela voltou seu olhar completamente para ele, seus olhos escuros com emoções que ela se recusava a expressar.

"Sério?" ela disse suavemente. "Você não sabe a resposta para isso?"

Mas ela não esperou por uma resposta. Mesmo enquanto Spencer permanecia ali, com confusão passando por seu rosto, ela já estava se movendo. Sem outro olhar em sua direção, ela caminhou em direção à sua mesa, puxou sua cadeira e sentou-se com um ar de finalidade.

"Seu escritório fica no extremo oposto do andar," ela informou. "Sugiro que você se familiarize com o resto de sua equipe pessoal. Se precisar fazer alguma alteração, peça ao seu assistente para coordenar com o RH."

Suas palavras eram firmes, dispensando-o. Ela não queria que ele ficasse por perto, não queria ouvir qualquer desculpa ou explicação que ele pudesse inventar em seguida. Ou sua pretensão de que tudo estava bem. E pela primeira vez, Spencer não discutiu. Com um olhar duro, ele girou sobre os calcanhares e saiu furioso, batendo a porta atrás dele.

No momento em que ele se foi, Melanie soltou uma respiração trêmula. Seus dedos se curvaram em punhos, as unhas cravando nas palmas enquanto ela olhava fixamente para a porta fechada. Uma profunda amargura se instalou em seu coração.

Ela deve ter sido cega por ter se apaixonado por ele.

Por três anos, ela havia amado Spencer com tudo o que tinha. Ela havia suportado sua ausência, sua frieza ao telefone, sua atitude abrupta e muitas vezes desdenhosa. Ela havia criado desculpas para ele, dizendo a si mesma que ele estava ocupado, que estava sob pressão, que as coisas seriam diferentes quando ele voltasse.

Ela havia suportado tudo o que a família dele havia jogado sobre ela também. Sua querida mãe e irmãs a tratavam como uma empregada conveniente, uma máquina de fazer dinheiro disfarçada de esposa. E ela havia aguentado tudo isso—esperando, esperançosa, acreditando que quando Spencer finalmente voltasse, tudo voltaria a ser como era antes.

Porque ela se lembrava de como ele costumava ser.

Ela se lembrava de como ele havia se dedicado a ela, como ele a havia perseguido tão insistentemente, como ele a havia feito sentir como o centro de seu mundo.

Mas agora, enquanto ela estava sentada sozinha em seu escritório, não podia deixar de se perguntar se alguma daquilo havia sido real.

Teria sido tudo uma encenação? E se sim... por quê?

Ela não era uma beleza extraordinária. Não vinha de uma família poderosa ou rica. Sim, sua avó havia administrado um negócio modesto, mas isso dificilmente era o suficiente para torná-la um prêmio que valesse a pena perseguir. Então, o que Spencer havia visto nela naquela época? O que o havia tornado tão determinado a conquistá-la?

As perguntas rodopiavam em sua mente, mas ela se recusou a se deter nelas.

Melanie havia passado tempo suficiente esperando e suportando, permitindo que outros confundissem sua paciência com fraqueza. Mas ela não era fraca. Ela sempre havia sido decisiva quando realmente importava. E se Spencer não era mais o homem que ela acreditava que ele fosse, então ela não desperdiçaria mais um momento se apegando a ele.

Com esse pensamento fortalecendo sua determinação, ela pegou em sua bolsa um pequeno pen drive USB. Sem hesitação, ela o inseriu em seu laptop, sua expressão definida com determinação silenciosa. Se alguém tinha algo para mostrar a ela, ela olharia.

No entanto, antes que os arquivos pudessem sequer carregar, houve uma batida em sua porta, assustando-a e fazendo com que ela fechasse apressadamente o laptop quando a porta se abriu. No entanto, seu alívio foi de curta duração quando ela olhou para o homem que estava ali em sua porta. Por que Adam estava aqui?