Carona

"Precisa de uma carona?"

Melanie olhou para o homem por alguns segundos antes de balançar a cabeça decisivamente. Nem que o inferno congelasse ela subiria naquela máquina. Ou atrás daquele homem.

"Estamos indo para direções diferentes," ela disse friamente.

A boca dele se curvou com isso, "E como você sabe para onde estou indo, Melon?"

Ela abriu a boca, mas não encontrou resposta. Isso era de fato correto. Ela não tinha ideia do que Adam fazia com seus dias e para onde estava indo. Ele parecia saber disso também, enquanto seu olhar permanecia, escuro e ilegível, antes de falar novamente, sua voz suave. Ele bateu os dedos distraidamente no guidão. "Você está indo para o escritório. E eu estou indo naquela direção, então apenas suba."

Melanie estreitou os olhos, desviando o olhar dele para a moto como se fosse um animal selvagem esperando para atacar.

"Você não pode pegar um carro?" ela perguntou, agarrando-se a qualquer desculpa.

Adam zombou, balançando a cabeça como se a própria sugestão o ofendesse. "Eu não sei dirigir."

Os olhos dela se arregalaram levemente. "Você—o quê?"

"Pare de enrolar," ele murmurou, sua voz ficando mais baixa, com um tom de diversão. Era quase como se ele soubesse por que ela estava hesitando, como se pudesse sentir a incerteza crepitando no ar entre eles.

Irritada consigo mesma, ela exalou bruscamente e se moveu para sentar de lado, apenas para ser interrompida por outro de seus escárnios.

"Você será jogada para fora antes mesmo de sairmos do portão se sentar assim," ele disse, balançando a cabeça. "Vamos, em que era você acha que estamos? Não é como se eu tivesse pedido para você me montar."

A boca dela se abriu com o comentário descarado, o calor subindo pelo seu pescoço. "Você—"

Antes que ela pudesse terminar de repreendê-lo, ele pegou um capacete reserva, levantando a viseira. Sem dizer uma palavra, ele o colocou na cabeça dela, seus dedos roçando a pele sensível sob o queixo enquanto ajustava a tira. Seu toque foi breve, até impessoal, mas droga—seu estômago ainda afundou.

Ela cerrou os dentes. Não. Absolutamente não. Ela não iria reagir a ele.

Soltando um suspiro, ela passou uma perna sobre a moto, forçando-se a sentar adequadamente atrás dele. O movimento fez sua saia subir ligeiramente, expondo um pouco mais de suas coxas nuas do que ela se sentia confortável. O assento estava quente sob ela, mas não era nada comparado ao calor sólido do homem à sua frente.

Por um momento, ela hesitou, pairando desajeitadamente, colocando apenas o toque mais leve em sua jaqueta.

Não foi suficiente para ele.

Sem aviso, as mãos dele deslizaram para trás, os dedos roçando as laterais externas de suas coxas.

Ela enrijeceu. "O que você está fazendo?"

Em vez de responder, ele simplesmente apertou o aperto, puxando-a para frente em um movimento firme. Um suspiro surpreso escapou dela quando se viu pressionada contra as costas dele, seus joelhos agora emoldurando os quadris dele. O cheiro de couro e algo distintamente dele inundou seus sentidos.

"Isso," ele murmurou, "É melhor."

Melanie mal teve tempo de processar o quão intimamente próximos eles estavam antes que a moto rugisse para a vida sob eles. A vibração repentina enviou um choque através dela, e o instinto assumiu o controle. Seus braços se fecharam em volta da cintura dele, os dedos agarrando sua jaqueta de couro enquanto eles disparavam para frente.

Adam soltou uma risada curta e conhecedora, o som vibrando através de suas costas. "Disse para você se segurar firme."

Melanie cerrou os dentes e se agarrou a ele por sua vida, arrependendo-se de ter subido naquela fera desde o primeiro minuto.

O homem não era apenas imprudente! Ele era perigoso para a vida das pessoas na estrada.

Ela manteve os olhos fechados durante a maior parte do percurso, não querendo testemunhar o quão imprudentemente ele estava serpenteando pelo trânsito. Era isso, ou ela gritaria, e ela se recusava a dar a Adam essa satisfação.

Finalmente, depois do que pareceu horas, mas provavelmente foi apenas cerca de trinta minutos, a moto diminuiu a velocidade antes de parar suavemente.

Melanie exalou bruscamente, seu pulso ainda acelerado enquanto ela cautelosamente abria os olhos. Eles não estavam na entrada do escritório, mas a uma curta distância, escondidos perto de uma rua lateral que oferecia privacidade suficiente.

Antes que ela pudesse questioná-lo, a voz dele veio, suave e conhecedora.

"Não me importo de deixá-la na entrada," ele disse preguiçosamente, uma mão descansando no acelerador enquanto olhava para ela. "Mas imaginei que você não gostaria disso."

Ela enrijeceu. Ele estava certo. A última coisa que ela precisava era aparecer no trabalho na garupa da moto de Adam. Com os braços em volta dele. Especialmente quando seu marido acabara de voltar.

Apressadamente, ela passou a perna por cima e praticamente pulou da moto.

"Obrigada. Isso é perfeito," ela murmurou rapidamente, já dando um passo para trás. Ela só precisava se afastar.

Melanie franziu a testa e se virou, apenas para encontrar Adam observando-a com uma expressão escura e ilegível. Ele a puxou uma fração para mais perto, sua voz baixando.

"Você não está esquecendo algo?"

Ela piscou. "O quê—"

O olhar dele apontou claramente para a cabeça dela.

Os olhos dela se arregalaram. O capacete.

Ah. Ops.

Ela estava tão agitada que nem percebeu que ainda o estava usando. Apressadamente, ela levantou a mão para desafivelar a tira, mas antes que pudesse mexer nela, as mãos dele já estavam lá.

Ela olhou para as luvas de couro em sua mão que não cobriam as pontas dos dedos e teve o pensamento absurdo de por que ele não usava luvas completas. Mas esse pensamento logo foi empurrado para os recessos de sua mente.

Então, em vez de simplesmente pegar o capacete, ele demorou-se, tirando-o lentamente, seus dedos passando pelo cabelo dela como se fosse a coisa mais natural do mundo enquanto murmurava, "Não queremos que você entre no escritório com o cabelo amassado pelo capacete."

Melanie congelou.

Sua respiração ficou presa na garganta enquanto as pontas dos dedos dele roçavam seu couro cabeludo, seu toque sem pressa e deliberado.

Era isso. Chega.

Ela afastou a cabeça bruscamente, disparando, "Adam. Por favor! Conheça seus limites. Eu sou a esposa do seu irmão."

As palavras saíram afiadas, destinadas a cortar qualquer tensão que tivesse se estabelecido entre eles.

Mas em vez de parecer culpado ou recuar, Adam apenas sorriu maliciosamente.

E por um momento, ela ficou distraída—não, encantada—pelo brilho prateado no canto de sua boca. O pequeno anel no lado de seu lábio captou a luz enquanto ele zombava, sua voz impregnada com algo perigoso.

"Que irmão?" ele zombou, inclinando a cabeça. "Seu marido não é meu irmão."

Melanie inspirou bruscamente.

Seu estômago se contorceu enquanto ela tentava manter sua voz firme. "Mesmo que você não o considere seu irmão, eu sou uma mulher casada, Adam. Casada."

Ele não pareceu impressionado. Se é que algo, seu sorriso malicioso se aprofundou, e seus dedos—aqueles mesmos dedos que acabaram de estar emaranhados em seu cabelo—subiram para tocar seu queixo.

"Hmm," ele refletiu, sua voz um murmúrio. "Você está casada? Mesmo?"

As palavras enviaram um choque através dela, atingindo algo profundo em seu peito.

Melanie ficou imóvel. "O que você quer dizer com isso!"

Adam deu de ombros enquanto endireitava sua motocicleta e partia rugindo.