Problema (3)

"Eu ganho de novo," disse Penelope, puxando seus ganhos para si.

"Ele é um trapaceiro," Damon, o homem que Penelope derrotou três vezes, bateu com a mão na mesa.

Havia algo estranho com o jovem rapaz.

"Eu não sou trapaceira. Você é apenas previsível com suas jogadas. Vou fazer um favor e sair agora, para que você tenha chance de vencer os outros. Vou apenas pegar isto," disse Penelope, movendo-se rapidamente para pegar as moedas de ouro.

Estava se tornando muito perigoso com toda a atenção sobre ela, e o homem sentado à sua frente não sabia ser um bom perdedor.

Damon agarrou a mão de Penelope, impedindo-a de pegar o dinheiro que ele queria. "Vamos jogar mais uma vez, e desta vez, teremos alguém em pé atrás de você."

"Para que você possa tentar trapacear? Não," Penelope balançou a cabeça. "Eu vou apenas sair."

"Sua voz ficou suave como a de uma mulher. Um homem como você não tem lugar aqui. Jogue mais uma rodada, e então você pode ir," disse Damon, fazendo sinal para dois de seus companheiros virem em sua direção.

Penelope puxou sua mão do aperto dele. Então ela deslizou algumas das moedas para dentro do bolso e começou a se afastar da mesa. Por que seu momento de diversão sempre tinha que ser estragado assim?

"Eu não quero mais jogar," disse Penelope enquanto se afastava da mesa.

Penelope parou quando suas costas bateram em algo e, olhando para cima, foi recebida por outro sujeito insatisfeito.

Damon se levantou, revelando uma faca. "Você vai jogar outro jogo, e este será por todo o dinheiro que você ganhou esta noite. Sente-se," ele ordenou a Penelope.

"Tudo bem," respondeu Penelope, dando um passo em direção à sua cadeira.

Quando Damon se sentou, Penelope mudou sua direção para a porta. Ela sabia que Damon faria o que pudesse para ganhar tudo o que ela tinha, então ela não queria ficar por perto para saber o que ele tramava.

Penelope correu para fora, seguida por Damon e os dois homens que ele estava chamando para ajudá-lo.

Penelope manteve os olhos no caminho que usava quando precisava se livrar de alguém que a perseguia. Era perigoso, mas Penelope sorriu enquanto corria. Era tolice, e um dia isso poderia alcançá-la, mas por enquanto, ela gostava da emoção.

Penelope se dirigiu para a estrada onde carroças e carruagens costumavam entrar e sair do mercado. Ela poderia perder de vista os homens que a perseguiam, desde que o momento fosse certo.

"Volte aqui!" gritou Damon, estendendo a mão para o jovem rapaz à sua frente. Ele conseguiu agarrar o chapéu que o garoto usava, apenas para se surpreender com o comprimento do cabelo que caiu. "É uma mulher."

Damon sorriu, pois tinha uma maneira melhor de punir a pequena trapaceira.

Penelope não estava preocupada com seu cabelo sendo revelado, já que tudo o que precisava fazer era manter seu rosto escondido.

Penelope ficou feliz ao ver uma carruagem descendo a estrada, bem a tempo de ela chegar ao outro lado da carruagem. Ou pelo menos foi o que pensou.

Seu pé colidiu com a carruagem que passava, fazendo-a cair.

"Maravilha," murmurou Penelope, olhando para os homens dos quais estava tão perto de escapar. "Eu não trapaceei."

Damon agarrou sua mão antes que ela pudesse tentar correr. "Uma mulher também não tem lugar no meu jogo. Vou te ensinar uma lição."

"Damon," um dos outros homens gaguejou, seu pânico audível em sua voz. "Ela bateu em uma carruagem real."

Damon desviou o olhar da jovem para a carruagem. As duas cores que decoravam a carruagem o assustaram. Ele soltou a mão de Penelope, pois ela tinha alguém mais importante a quem responder.

Um guarda do palácio foi o primeiro a se aproximar do grupo.

Penelope queria ter seu chapéu para cobrir o rosto. Se a carruagem tivesse seguido em frente em vez de parar, ela teria usado a arma que carregava para matar os homens que a perseguiam, caso não conseguisse despistá-los.

A regra de seu pai era sempre não usar a arma onde alguém pudesse vê-la. Isso ajudava a evitar visitas dos guardas da cidade.

Penelope se levantou e, infelizmente, encontrou os olhos do guarda que, sem dúvida, a reconheceu. Ela sabia que estava encrencada quando o guarda voltou para a carruagem.

Damon pensou que a carruagem continuaria seu caminho, então agarrou a mão esquerda de Penelope. "Vou te ensinar por que coisinhas bonitas precisam ficar dentro de casa a esta hora," ele sorriu, revelando seus dentes coloridos.

Penelope alcançou sua arma com a mão direita, mas antes que pudesse sacá-la, as portas da carruagem se abriram. Ela olhou para o chão, embora fosse inútil.

Damon não podia acreditar em seus olhos. "Príncipe herdeiro." ele inclinou a cabeça.

Tyrion saiu da carruagem com sua espada na mão direita. Ele parou e inclinou a cabeça para dar uma boa olhada na mulher que o estranho estava segurando.

Era Penelope.

Tyrion então olhou fixamente para a mão do estranho que segurava Penelope.

"Príncipe Tyrion," Damon sorriu, vendo este encontro como seu dia de sorte. Ele então notou o interesse de Tyrion pela jovem e disse: "Esta aqui trapaceou em um jogo e fugiu de mim. Vou ensiná-la uma lição. Ela é a que bateu em sua carruagem."

Penelope desejou que fosse o rei em vez de Tyrion. Tyrion nunca a deixaria esquecer este momento.

"Solte-a," Tyrion ordenou ao estranho. "Ela está livre para ir."

Damon franziu a testa, confuso sobre por que a trapaceira deveria ser liberada tão facilmente. "Ela trapaceou em um jogo, fugiu com meu dinheiro e bateu em uma carruagem real. Eu deveria ser dono dela agora. Ela precisa aprender uma boa lição, e eu tenho um bordel onde poderia colocá-la para trabalhar."

Tyrion suspirou. Ele olhou para sua espada, que havia sido afiada horas antes. Depois dos eventos do baile, ele queria desfrutar de um passeio tranquilo pela cidade, mas isso não aconteceria agora.

Tyrion balançou a espada, mirando na mão que não soltava Penelope.

Um grito de arrepiar ecoou pelo ar.

Penelope ficou assustada com a visão da espada de Tyrion cortando a mão do estranho. Ela puxou sua mão antes que pudesse se machucar também.

Damon gritou, liberando a dor que sentia. Ele segurou sua mão direita decepada com a esquerda. "Seu bastardo-"

Tyrion silenciou Damon mirando em seu pescoço, separando a cabeça do corpo. "Matem os outros e livrem-se deles," ele ordenou aos guardas do palácio.

Tyrion manteve o olhar fixo em Penelope enquanto seus guardas acabavam com os outros.

Tyrion largou a espada manchada de sangue para poder tocar as mãos dela.

Tyrion inspecionou as mãos dela em busca de hematomas. Ele estava acostumado com os irmãos Collins saindo escondidos, pois ele costumava se encontrar com eles aqui na cidade, mas pensou que eles tinham parado de fazer isso.

"Eu não estou ferida," disse Penelope para acalmá-lo. "Eu é que estava em má situação, mas suas mãos estão tremendo," ela disse, olhando para Tyrion. Agora que ele estava mais perto, ela viu o quão irritado ele estava. "Pode me dar uma carona para casa?"