Amaldiçoada (1)

No dia seguinte, Penelope abriu a porta para seu pai que a esperava. Ela sorriu, esperando conquistá-lo assim como havia feito no passado, mas desta vez, não funcionou.

Edgar permaneceu impassível diante do sorriso dela. "Isso só funcionava quando você era menor, e os problemas em que se metia eram algo com que eu podia rir. Você não é mais uma criança pequena."

"Sinto muito por ter saído sem avisar ninguém e sem levar um guarda. Aprendi minha lição e não farei isso novamente," Penelope prometeu.

"Você voltou em uma carruagem real com o príncipe," Edgar disse, revelando que havia falado com os guardas.

"Tyrion por acaso estava lá no momento certo para me dar uma carona para casa. Só isso," Penelope disse, não querendo que seu pai tivesse a ideia errada. "Eu estava errada. Você deve me punir como achar adequado, e eu aceitarei."

"Devo acreditar que o príncipe estava magicamente no mesmo lugar que você ontem à noite? Eu não acredito em magia," Edgar respondeu.

Edgar acreditava que Tyrion faria o que fosse necessário para se aproximar de Penelope.

"Eu não mentiria para você, pai. Eu também fiquei surpresa que ele apareceu bem a tempo de me ajudar. Oh não," Penelope mordeu a língua. "Eu não deveria ter deixado você saber que houve problemas. Foi pequeno, e Tyrion cuidou disso. Sinto muito," ela se desculpou mais uma vez.

"Nunca mais. Foi perigoso você sair sem um guarda. Especialmente logo após o que aconteceu no baile. Você pode ser aventureira, mas também deve prestar atenção ao perigo e saber quando ficar onde é seguro. Pode me prometer isso?" Edgar perguntou, dando-lhe uma segunda chance.

Penelope assentiu com a cabeça. "Posso. Estou perdoada agora, ou serei punida?"

"Como você está segura em casa, vou deixar passar desta vez, mas não serei tão indulgente da próxima vez. Não deixe que haja uma próxima vez," Edgar disse, acalmando-se.

Foi uma decisão imprudente escapar sorrateiramente, mas ele confiava que Penelope não faria isso novamente.

Penelope segurou os braços de seu pai e inspecionou suas roupas. "Você vai conosco ao encontro? Isso não é típico de você."

"Eu pularia da parte mais alta da propriedade antes de me juntar a vocês lá. Você estará cercada de tolos," Edgar disse, irritado só de pensar nisso.

"Concordo. É por isso que você deveria me levar com você," disse Penelope, preferindo estar em qualquer lugar menos no encontro.

"Vou ao palácio, então você não pode vir. Lily está ansiosa pelo dia de hoje, então fique ao lado de sua irmã. Se alguém incomodar você, deixe os guardas lidarem com isso ou mande me chamar. Eu cuidarei do assunto pessoalmente," Edgar disse.

"A masmorra precisa de mais convidados," Penelope brincou, cobrindo a boca com a mão quando avistou sua mãe.

Alessandra nunca gostou de ouvir as crianças falarem sobre masmorras, armas ou assassinato.

Vendo os olhos semicerrados de sua mãe, Penelope sabia bem que sua mãe suspeitava que algo estava errado.

Penelope soltou a mão de seu pai e seguiu para o outro lado.

Era sempre melhor deixar seu pai lidar com as poucas vezes em que sua mãe ficava chateada.

Horas depois, Penelope estava vestida junto com sua irmã e mãe para ir a um encontro social para o qual foram convidadas.

Penelope temia o encontro, pois seria tudo sobre quem estava cortejando quem. Deve ser porque ela não tinha alguém por quem se obsessionar como seus pares que esses encontros não pareciam divertidos.

Por outro lado, Lily estava ansiosa por isso.

"Por que você está sorrindo, mãe?" Lily perguntou, notando o olhar de sua mãe.

"Vocês são tão diferentes quanto o dia e a noite," Alessandra respondeu. "Você tem sorrido desde que entramos na carruagem, enquanto Penelope tem franzido a testa."

"É porque ela sabe que será questionada sobre o príncipe. Todos têm os olhos no príncipe, então não teriam perdido ele olhando para Penelope," Lily disse, apreciando o som do gemido de Penelope.

"Não é o que eles pensam," Penelope disse.

"Qualquer um com olhos sabe que o príncipe está interessado em você, e se negarem, é simplesmente porque estão com ciúmes. Você deve ter cuidado hoje, pois eles tentarão atacá-la. Não importa se você quer o príncipe ou não," disse Lily.

Lily entrelaçou seu braço com o de Penelope. "Estarei bem ali com você. Elas não são páreo para as gêmeas."

"Você não precisa estar bem ali comigo, já que não vou brigar com ninguém por causa de Tyrion. Elas podem ficar com ele," Penelope disse, esperando que alguém pudesse roubar o interesse dele. "Mãe, vi nosso primo no baile. Tive o infortúnio de esbarrar nele."

"Warren? Desde quando nos referimos a ele como nosso primo? Ele ainda anda por aí culpando a mãe pelo que aconteceu com a mãe dele. Ela deve ter contado a história errada para ele," disse Lily.

"Pensando bem, acredito que ele esbarrou em mim de propósito. O que ele está dizendo não vai afetar você, certo?" Penelope perguntou.

"Ele pode dizer o que quiser, mas a verdade do que aconteceu durante meu tempo morando com a mãe dele foi descoberta pelo tribunal. Há registros disso. Não se preocupe comigo," Alessandra disse, querendo que as meninas se divertissem.

Penelope não conseguia parar de se preocupar com sua mãe.

Penelope ouviu as histórias do que aconteceu com sua mãe que a deixou usando uma máscara quando era mais jovem. Os Barretts, a família de sua mãe, haviam negligenciado Alessandra, permitindo que a mãe de Warren a maltratasse.

A justiça foi feita no final, depois que Edgar ajudou Alessandra e a verdade veio à tona, mas Lockwood desconsiderava isso agora.

A cidade, que uma vez odiou os Barretts, agora tinha pena de Kate, que havia perdido sua mãe, foi mantida em cativeiro por seu marido assassino, aparentemente perdeu a sanidade e não conseguia andar. Eles comparavam Alessandra, que tinha tudo como duquesa, com Kate, que perdeu tudo e aparentemente se tornou humilde.

Penelope odiava como a cidade encontrava problemas com sua mãe não se misturando com todos quando eram eles que falavam dela como sendo amaldiçoada.

"Chegamos," Alessandra disse, aliviada por haver uma distração. "Devemos procurar Lady Thea imediatamente."

Quando a carruagem parou, Caleb e seu gêmeo Reed, que estava encarregado de vigiar o trio, abriram a porta e ajudaram as mulheres a sair.

Penelope não era estranha aos olhares, já que seu sobrenome sempre chamava atenção para ela, mas parecia ter piorado hoje.

Como alguém sabia que ela esteve com Tyrion no baile quando ela havia escapado para o jardim antes de ele chegar e retornado para dentro com seu pai?

Ou havia algo mais que ela não estava ciente?

Penelope seguiu os passos de sua mãe para encontrar a anfitriã, que era uma amiga de longa data de sua mãe. Mais tarde, ela encontraria um canto tranquilo para ficar fora do caminho dos convidados intrometidos que ela já podia ouvir enchendo uns aos outros com perguntas sobre os homens com quem dançaram.

"Parece que todos os olhos estão em você," Lily sussurrou.

"E em você. Eles também estão bastante interessados em com quem você vai se casar. Devemos dizer a eles que o homem que você quer está fora da cidade?" Penelope respondeu.

Lily beliscou a mão de Penelope. "Você não fará tal coisa."

Penelope riu, concentrando-se em sua irmã em vez das outras senhoras que a observavam.