O ataque não veio com espadas, lanças ou feitiços. Veio com palavras.
Naquela manhã, uma figura encapuzada, solitária, caminhou até os portões da sede da Raiz Carmesim e deixou um envelope preto. Sumiu antes que pudessem rastreá-lo.
Dentro, uma carta manchada de sangue.
"Prova de que levamos a sério. Um de vocês sangrou. E outros seguirão. Voltem às sombras de onde saíram."
A carta vinha com um pingente. Um dos membros da guilda, Elian, havia desaparecido no dia anterior para treinar numa floresta isolada.
Renji segurou o pingente. Seu punho tremia.
— Isso é pessoal.
Organizou uma equipe pequena: ele, Dalki, Yura e Masaki Daiki, que reaparecera naquela semana com um sorriso contido e olhos cheios de fogo.
— Eles não me conhecem ainda — disse Masaki, enrolando fios de energia nos punhos. — Vamos mostrar a esses chorões o que é lamento de verdade.
A caçada começou. Rastros mágicos levaram-nos até uma caverna em espiral, onde o ar era denso e carregado de intenções hostis.
A primeira armadilha foi psicológica: ilusões de derrotas passadas e medos reprimidos. Mas Renji ativou a Transcendência Corpórea e dissipou tudo com um grito.
A segunda foi física: construtos de pedra que imitavam aliados. Eles golpeavam com memórias. Cada impacto era uma lembrança distorcida.
— Isso é covardia emocional! — gritou Dalki.
Yura os anulou com feitiços de dispersão da mente.
Por fim, chegaram a um salão onde Elian estava preso em um círculo de magia sangrenta. Ao redor, três membros reais da Guilda do Lamento.
— Vocês vieram lamentar pessoalmente? — disse um deles, com olhos vazios e dentes afiados.
Renji não respondeu. Avançou com um golpe tão rápido que o homem não teve tempo de piscar. Foi jogado contra a parede.
Dalki enfrentava um mago de ilusão e Masaki usava seus fios para conter e desconstruir as armas dos oponentes. Cada golpe era resposta por cada ferida em Elian.
No final, os três estavam inconscientes. Elian foi libertado.
Antes de saírem, Renji gravou na parede da caverna com um soco revestido de magia:
"A Raiz não sangra em silêncio."
E então, voltaram.
Com mais força.
Mais raiva.
Mais união.