O nome ecoava pelos fóruns da Associação e pelos boatos das ruas: A Guilda do Lamento. Um grupo misterioso, formado por caçadores de rank A e até alguns S, que se recusavam a aceitar o crescimento de novatos considerados “anômalos”.
Eles surgiam apenas quando alguém fora dos padrões começava a ganhar notoriedade. E Renji, com sua habilidade física insana e uma crescente fama entre os Despertos, havia se tornado o novo alvo.
A primeira pista veio em uma carta.
Era simples, escrita à mão:
"Parabéns pela vitória contra os aracnídeos mágicos. Agora é hora de voltar ao lugar de onde veio. Ou não restará ninguém para lamentar sua queda."
Dalki achou que era piada. Yura ficou em silêncio. Renji apenas respirou fundo.
— Se eles querem lamentar... vamos dar motivo.
Na noite seguinte, enquanto treinava no campo da guilda, Renji percebeu que estava sendo observado. Ativou Instinto Simbiótico brevemente e captou movimentos sutis entre as árvores. Quando avançou, foi surpreendido.
Três figuras encapuzadas saltaram ao mesmo tempo. Uma delas usava espadas de energia. Outra, correntes flamejantes. A terceira parecia manipular a gravidade em sua volta.
Era um ataque coordenado. Teste de força.
Renji desviou da lâmina, segurou uma corrente no ar e usou o impulso para acertar o manipulador de gravidade com um chute direto no rosto. O som do impacto reverberou como trovão.
Mas algo estava errado. A luta não parecia para matar. Era para observar. Analisar.
Eles recuaram após cinco minutos de combate intenso. Um deles, o de gravidade, deixou uma última frase:
— Vamos lamentar por você. Em breve.
Yura correu até ele.
— Isso foi uma provocação. Eles não queriam te eliminar. Querem te ver quebrar.
Dalki balançava a cabeça.
— Esses caras são perigosos. E organizados.
Na manhã seguinte, a guilda improvisada de Renji foi marcada por pichações mágicas: um símbolo em forma de lágrima invertida, com sangue nas bordas.
"A Lamentação já começou."
Renji reuniu os membros da guilda. Olhou para cada um deles. Estavam assustados, mas também determinados.
— Se eles acham que vamos recuar, escolheram o alvo errado. Somos poucos. Mas somos diferentes porque... não tememos ser diferentes.
E pela primeira vez, o nome foi dito em voz alta:
— A nossa guilda vai se chamar... Raiz Carmesim.
Porque raízes crescem mesmo sob pressão. Mesmo embaixo da terra. E quando emergem... sustentam florestas inteiras.