Capítulo 5 – O Jogo das Máscaras
Narrado por Alice Ventura
Era sexta-feira à tarde, o sol ainda brilhava, mas na minha cabeça só tinha uma coisa: descobrir quem estava realmente por trás daqueles bilhetes.
— Vocês já pensaram que pode ser alguém que a gente menos espera? — perguntei para Davi e Noah enquanto caminhávamos pelo corredor quase vazio da escola.
— Tipo... a Vanessa? — Davi respondeu, arqueando a sobrancelha.
— Vanessa é a vilã perfeita, mas ela não faz nada sem plateia. — disse Noah. — Isso é mais como um jogo de mestre.
Eu suspirei.
— Eu só queria que as coisas fossem simples, sabe? Que eu pudesse ir pra casa e esquecer tudo isso.
— Alice... — Davi me interrompeu, olhando sério — a verdade é que essa história não é só sobre você. Ela é sobre todo mundo aqui.
Noah deu uma risada.
— A gente tá enrolado numa teia de segredos, e cada um tem sua máscara.
E ele estava certo. Na escola, cada sorriso escondia uma história. Cada amizade tinha um segredo.
Enquanto pensava nisso, ouvi passos atrás de nós.
— Ei, vocês! — Vanessa apareceu do nada, com aquele sorriso venenoso. — Vocês acham que podem entrar na minha sala e fuçar meus segredos?
— A gente só quer conversar. — respondi firme, tentando não demonstrar o medo que apertava meu peito.
— Conversar? — ela riu — O que vocês querem é causar confusão.
— A confusão já começou, Vanessa. — Davi falou. — E não vamos parar até descobrir a verdade.
Ela se aproximou, o olhar fixo em mim.
— Você acha que pode me enfrentar, Alice? — disse baixinho.
— Não é só eu. — respondi. — É todo mundo que está cansado das mentiras.
Vanessa deu um passo atrás, o sorriso sumiu.
— Isso não acabou. — ela sussurrou e saiu.
Ficamos ali, olhando para ela desaparecer pelo corredor.
— Essa guerra tá só começando. — falei, mais para mim do que para eles.
Noah suspirou.
— E eu que pensei que sexta-feira seria tranquila...
— Tranquilidade é coisa do passado. — Davi concordou.
De repente, meu celular vibrou. Era uma nova mensagem anônima:
“Nem tudo que parece verdade é real. Cuidado com quem você confia.”
Meu coração disparou.
— Isso não vai acabar nunca, né?
— Só se a gente descobrir o autor primeiro. — disse Davi, determinado.
E eu sabia que a jornada para essa verdade seria longa, dolorosa... e totalmente imprevisível.