O cheiro de café recém-passado invadia o ar quando Zaria acordou naquela manhã. O sol entrava suavemente pelas cortinas do quarto, e o espaço ao seu lado na cama estava vazio.
Com um bocejo preguiçoso, ela se espreguiçou antes de sair dos lençóis de seda. Vestia apenas uma camiseta folgada — provavelmente de Yuna — e um short de algodão. Andou descalça pela casa, seguindo os sons abafados que vinham de outro cômodo.
Quando chegou à academia particular de Yuna, parou na porta e ficou completamente hipnotizada.
Yuna estava ali, treinando pilates, vestindo um top esportivo branco e leggings justas que realçavam perfeitamente suas curvas. Seus músculos estavam tensos com o esforço, o brilho do suor acentuava cada movimento, e sua expressão focada tornava tudo ainda mais sexy.
Zaria piscou lentamente, sentindo o coração bater mais rápido.
Ela sempre soube que Yuna era linda, mas aquilo... aquilo era um espetáculo à parte.
Sem perceber, ficou parada, mordendo o lábio inferior enquanto admirava cada detalhe — os braços definidos, o brilho na pele, o jeito como a respiração dela ficava mais pesada conforme intensificava os exercícios. As curvas perfeitas. Yuna era um mulherão, de pernas torneadas.
— Yah... — A voz de Yuna quebrou o encanto. Ela olhava para Zaria pelo espelho, um sorriso divertido nos lábios. — Vai continuar me encarando assim ou quer se juntar ao treino?
Zaria piscou, sentindo as bochechas esquentarem.
— Eu... eu só... — Ela engoliu em seco, tentando pensar em alguma desculpa, mas falhou miseravelmente.
Yuna riu, se levantou e pegou uma toalha para enxugar o rosto. Ela caminhou até Zaria com passos lentos e provocativos, o sorriso brincalhão crescendo à medida que via o embasbacamento estampado no rosto dela.
— Pare de babar — provocou, encostando a toalha no rosto e depois jogando-a de leve na cabeça de Zaria.
Zaria bufou, segurando a toalha contra o peito.
— Não é culpa minha se você é sexy até fazendo pilates!
Yuna arqueou uma sobrancelha, claramente se divertindo.
— Então você me acha sexy?
— Eu e toda a Coreia! — Zaria confessou, fingindo estar ofendida. — Como você nunca me contou que tinha um lado tão... assim?
Yuna riu e se aproximou mais, apoiando uma das mãos na parede ao lado do rosto de Zaria.
— Quer que eu te mostre mais de perto?
Zaria arregalou os olhos, sentindo a respiração prender. Yuna estava perigosamente perto, o perfume amadeirado dela misturado com o leve cheiro de suor era absurdamente atraente.
— Você está brincando comigo — murmurou, sem conseguir desviar o olhar dos lábios de Yuna.
— Sempre — Yuna sussurrou de volta, antes de se afastar com um sorriso vitorioso. — Mas agora, vá tomar café. Eu termino aqui e já te encontro.
Zaria ficou ali, ainda tentando se recompor, enquanto Yuna voltava para seu treino, rindo sozinha.
Ela adorava provocar Zaria desse jeito. E pelo visto, estava apenas começando.
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Zaria estava sentada na bancada da cozinha, segurando uma xícara de café já quase frio. O olhar vidrado no celular enquanto rolava o feed do Twitter (X). Ela deveria estar apenas conferindo algumas notícias, mas, sem perceber, acabou parando em uma thread de um fã-clube que shipava ela e Yuna.
Os fãs eram impressionantes! Eles notavam tudo — os olhares trocados, os toques sutis, as pequenas interações que, para Zaria, pareciam discretas, mas que para eles eram evidências inegáveis de que algo acontecia entre elas.
Ela riu baixinho ao ver uma montagem de fotos suas ao lado de Yuna em eventos diferentes, vestindo roupas em tons combinando. Outro vídeo mostrava momentos nos quais Yuna parecia roubar olhares para ela quando achava que ninguém estava vendo.
— Vocês são bons... — murmurou, rolando mais um pouco.
Havia também um compilado de entrevistas onde Yuna sorria de um jeito especial quando mencionavam Zaria. A legenda dizia: "Se isso não é amor, eu não sei o que é."
Zaria sentiu o rosto esquentar.
Foi só quando sentiu braços quentes ao redor de sua cintura e um beijo estalado em sua bochecha que ela despertou da imersão.
— Oi, distraída. — Yuna sussurrou, o tom divertido na voz.
Zaria deu um pequeno salto antes de relaxar contra o abraço.
— Yah! Você me assustou! — protestou, virando um pouco o rosto para olhar para ela.
Yuna estava linda, recém-banhada, o cheiro de sabonete misturado com o perfume suave preenchendo o ar. Os fios ainda levemente úmidos caiam em ondas suaves, e ela vestia um moletom folgado, parecendo a coisa mais confortável do mundo.
— O que está te deixando tão absorvida aí? — Yuna perguntou, espiando a tela do celular.
— Isso aqui. — Zaria virou o aparelho para mostrar um dos vídeos, onde uma narração dramática dizia: "A forma como Yuna olha para Zaria prova tudo. O amor está nos olhos."
Yuna assistiu antes de rir.
— Eles são realmente empenhados, né?
— Muito! Eles não deixam passar nada.
— E você gosta de ver isso?
Zaria sorriu e apoiou a cabeça no ombro de Yuna.
— Acho fofo.
— Hm... — Yuna fingiu pensar. — Então eles podem continuar fazendo mais montagens?
— Talvez... — Zaria riu. — Desde que sejam bonitinhas e não exageradas.
Elas ficaram mais alguns tempo olhando juntas para a tela, até que Zaria, sem perceber, soltou um distraído:
— Você acha mesmo que eu sou tão óbvia assim, amor?
Silêncio.
Yuna piscou, um sorriso começando a se formar devagar.
— Do que você me chamou?
Zaria congelou. Seu cérebro demorou alguns segundos para processar as palavras que acabaram de sair de sua boca. Quando finalmente percebeu, os olhos se arregalaram e a vergonha tomou conta.
— Eu... eu... não...
Yuna não deixou nem terminar. Um sorriso enorme iluminou seu rosto antes que ela começasse a encher Zaria de beijos — no rosto, na testa, no pescoço, onde conseguisse alcançar.
— Amor! Que fofo! Você finalmente me chamou de amor!
— P-para! — Zaria tentava se esquivar entre risadas, sentindo o rosto esquentar ainda mais.
— Não, não, não! Agora eu amei! Quero ouvir de novo!
— Yuna!
— Anda, só mais uma vez...
— Aish! — Zaria escondeu o rosto nas mãos, rindo alto.
Yuna continuou distribuindo beijos, abraçando-a com força enquanto ria junto.
Era incrível como momentos simples como aquele faziam seu coração se sentir tão leve. Como se a felicidade fosse algo que ela podia segurar entre as mãos.