conforto de mãe

Yuna estacionou o carro em frente à casa da mãe e soltou um longo suspiro antes de desligar o motor. A visita à sua mãe sempre trazia um conforto inigualável, um refúgio da correria e das pressões do mundo do entretenimento. Desceu do carro e ajeitou a bolsa no ombro antes de tocar a campainha.

— Já vai! — a voz animada da mãe ecoou de dentro da casa.

Segundos depois, a porta se abriu, revelando a mulher de sorriso acolhedor e olhos que sempre transmitiam uma ternura indescritível.

— Minha filha! — ela exclamou, puxando Yuna para um abraço apertado. — Como você está, meu amor? Senti sua falta!

— Eu também senti, omma. Precisava te ver — Yuna sorriu, sentindo o cheiro familiar da mãe, aquele aroma de chá de ervas misturado ao perfume floral suave que ela usava.

Elas entraram e foram direto para a sala, onde o sofá macio parecia esperar ansiosamente pela conversa que estava por vir. A mãe, como sempre, preparou um chá e trouxe alguns petiscos para acompanhar.

— Me conta, como você tem passado? — a mãe perguntou, servindo um suco para Yuna.

Yuna segurou o copo entre as mãos e respirou fundo. Estava ali não só para matar a saudade, mas também para compartilhar uma notícia importante.

— Omma, tem uma coisa que quero te contar — começou, escolhendo as palavras com cuidado.

A mãe a encarou com curiosidade e um pequeno sorriso.

— Eu sabia que tinha alguma coisa. Sua voz no telefone estava estranha. O que foi, minha filha?

Yuna tomou um gole do suco e colocou o copo na mesa.

— Você sabe que eu sempre gostei de dividir as coisas da minha vida com você. Eu nunca escondi nada porque sempre confiei em você. E agora tem algo que quero que saiba por mim, antes que descubra de outra forma.

A mãe franziu o cenho, mas manteve o olhar compreensivo.

— Fale, querida. Estou ouvindo.

Yuna desviou o olhar antes de voltar a encarar a mãe.

— Estou namorando, omma. Mas dessa vez é diferente.

A mãe ergueu as sobrancelhas e um brilho de surpresa passou por seus olhos.

— Diferente como?

— Estou namorando uma garota — Yuna revelou, sentindo o coração acelerar.

Houve um instante de silêncio. A mãe a observou, como se estivesse absorvendo a informação. Então, um sorriso gentil se formou em seus lábios.

— Minha filha... — ela segurou as mãos de Yuna. — Você está feliz?

Yuna sentiu os olhos se encherem de emoção. Ela assentiu vigorosamente.

— Muito. Omma, eu nunca me senti assim antes. Eu me sinto amada, respeitada, e acima de tudo, segura.

A mãe apertou suas mãos com carinho.

— Isso é o que realmente importa, meu amor. Você sabe que fui criada de uma forma mais tradicional, e confesso que nunca imaginei que teria essa conversa com você. Mas nunca houve nada neste mundo que me fizesse amar você menos. Se ela te faz feliz, então quero conhecê-la.

Yuna sorriu, sentindo um grande alívio no peito.

— Você vai gostar dela. Omma, ela é incrível. Além de tudo, você já a conhece.

— Já? Então ela é do meio artístico como você?

— Sim. Sabe o grupo VENUS que você gosta de acompanhar? Então, é a sua integrante favorita, Zaria.

— Meu Deus! Que inusitado! Agora eu gosto ainda mais. Ela parece ser uma boa menina — a mãe sorriu, acariciando a bochecha da filha.

Yuna riu, balançando a cabeça.

— Você sabe que eu respeito suas escolhas, mas não posso deixar de me preocupar um pouco. O assédio da mídia... as pessoas podem ser cruéis.

Yuna concordou.

— Eu sei, omma. Mas já pensei muito nisso. Não quero viver com medo do que os outros vão dizer. O que importa é que estou feliz. E que tenho você ao meu lado. Nós duas não queremos que todos saibam, apenas as pessoas importantes. A família dela já sabe, inclusive, querem que eu vá com ela até sua cidade natal para conhecê-los.

A mãe sorriu, tocada pelas palavras da filha.

— Isso é muito bom. Uma prova que vocês realmente querem que esse namoro seja duradouro.

Elas ficaram em silêncio, apenas absorvendo a profundidade da conversa. Então, a mãe mudou de assunto com um tom brincalhão.

— Mas me diga... Zaria sabe cozinhar? Porque se for entrar na nossa família, precisa pelo menos aprender a fazer um bom kimchi.

Yuna gargalhou.

— Acho que essa parte vai ficar comigo. Mas ela é ótima em fazer chá.

A mãe balançou a cabeça, rindo.

— Bem, já é um começo. Vou querer conhecê-la em breve, hein?

— Prometo que trago ela para jantar aqui — Yuna segurou a mão da mãe. — Obrigada, omma. Por sempre me apoiar.

— Você é minha filha. Meu orgulho. Nunca se esqueça disso.

Elas se abraçaram, Yuna sentiu que seu coração estava mais leve do que nunca. Afinal, o apoio da mãe sempre fora uma das coisas mais importantes para ela. E agora, podia seguir em frente com ainda mais certeza de que estava no caminho certo.

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Yuna estava sentada no sofá, olhando para o celular, pensando na melhor maneira de fazer o convite. Ela sabia que Zaria ficaria nervosa, mas também sabia o quanto seria significativo para ela. Respirou fundo e enviou a mensagem.

Yuna❤️: Amor, minha mãe quer te conhecer. O que acha de jantarmos na casa dela esse fim de semana?

Do outro lado da cidade, Zaria estava no estúdio ensaiando quando recebeu a mensagem. Seus olhos brilharam ao ler. Era a confirmação de que a mãe de Yuna as aceitava. Um calor gostoso tomou seu peito, mas, ao mesmo tempo, sentiu um frio na barriga.

Zaria❤️: Sério? Ela quer me conhecer?🫣

Yuna❤️: Sim! E quer cozinhar para nós. Vamos ter que passar no mercado antes para comprar os ingredientes. Tudo bem para você?

Zaria❤️: Claro! Fico um pouco nervosa, mas estou muito feliz!

Yuna❤️: Você vai amá-la. Ela já gosta de você só de me ver falando de nós duas. Vai ser um final de semana muito especial. Vou te buscar às três da tarde, pode ser?

Zaria❤️: Perfeito. Mal posso esperar!

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Final de semana

Às três em ponto, Yuna chegou para buscar Zaria. As duas seguiram para o mercado, onde Yuna empurrava o carrinho enquanto Zaria segurava a lista que a sogra havia enviado.

— Vamos ver... Precisamos de batatas, carne, alguns temperos... E pimentão verde! Ah, e suco natural! — Zaria lia atentamente.

— Você tá tão fofinha assim concentrada — Yuna brincou, cutucando sua cintura de leve.

— Para, amor! Estou tentando me concentrar! Quero que sua mãe goste de mim! — Zaria fez um biquinho adorável.

— Ela já gosta, confia em mim — Yuna sorriu, segurando sua mão por um instante.

Yuna aproveitou para tirar algumas fotos das compras e enviar para a mãe.

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Após pegarem tudo, seguiram viagem para a casa da mãe de Yuna. O caminho foi tranquilo, mas Zaria mexia os dedos ansiosamente no colo, o que não passou despercebido por Yuna.

— Ei, vai dar tudo certo. Minha mãe é maravilhosa, e ela já adora você só por saber o quanto me faz feliz.

Zaria respirou fundo e sorriu.

— Okay. Eu confio em você.

Ao chegarem, a mãe de Yuna já esperava na porta. Era uma mulher pacata, de sorriso acolhedor e olhar gentil. Assim que viu Zaria, seu rosto iluminou-se.

— Então você é a famosa Zaria! Que alegria te conhecer pessoalmente! — disse ela, abrindo os braços para um abraço.

Zaria ficou surpresa, mas logo retribuiu o abraço com carinho.

— Muito prazer, senhora. Obrigada por me receber na sua casa.

— Você é tão educada! Pode me chamar de omma, se quiser — disse a mãe de Yuna, piscando divertida. — Venha, venha, vamos preparar o jantar juntas! Yuna, guarde as coisas enquanto eu e Zaria colocamos a mão na massa. Vai ser divertido ter a minha integrante favorita dividindo a cozinha comigo!

Zaria sorriu divertida, Yuna realmente estava falando sério quando disse que sua mãe conhecia ela do grupo.

Na cozinha, a mãe de Yuna organizava os ingredientes na bancada.

— Pode começar cortando os legumes, querida. Eu vou temperar a carne.

Zaria pegou a faca e começou a cortar os vegetais com cuidado.

— Então, Zaria... Me fale sobre sua família.

— Ah, a senhora pode me chamar de Chaeyoung, é meu nome coreano. Meus pais ainda moram na Nova Zelândia, Austrália. Quando comecei a carreira como trainee, eles mudaram-se comigo, após o meu debut, resolveram voltar para a nossa cidade natal. Já que eu estava com a vida encaminhada — contou ela, sorrindo ao lembrar da família.

— E sua carreira? Como estão as coisas agora que estão dando uma pausa como grupo?

— Está indo tudo muito bem! Cantar sempre foi minha paixão. Tem momentos difíceis, mas eu não me vejo fazendo outra coisa — disse ela, com sinceridade.

A mãe de Yuna a observava com atenção. Gostava da forma como Zaria falava com amor sobre sua arte.

— E... minha filha? Você gosta dela de verdade? — perguntou, direta.

Zaria parou de cortar os legumes e olhou para a mulher com seriedade.

— Mais do que qualquer coisa. Yuna é... tudo para mim. Eu nunca me senti assim por ninguém. Nunca imaginei que poderia me apaixonar por alguém dessa maneira. Ela cuida tão bem de mim... Se preocupa com as menores coisas, quero que o nosso relacionamento seja para uma vida inteira.

A mãe de Yuna sorriu com ternura.

— Eu vejo isso nos seus olhos. Vocês são muito diferentes, sabia? Yuna é um furacão, cheia de energia e intensidade. Você é como um céu calmo e bonito. Eu nunca imaginei que minha filha se apaixonaria por alguém assim, mas agora que vejo vocês juntas, faz todo sentido. Vocês se completam.

Zaria sorriu, sentindo-se acolhida.

— Eu prometo cuidar dela, senhora... digo, omma.

A mãe de Yuna soltou uma risada leve e tocou a mão de Zaria de maneira carinhosa.

— Eu acredito em você. Mas tomem cuidado com a mídia, filha. O assédio é grande, e eu não quero que nenhuma das duas se machuque por causa disso.

— Nós estamos tentando manter tudo com calma, mas sei que pode ser difícil — Zaria admitiu.

— O que importa é que vocês sejam felizes. O resto, a gente dá um jeito — disse a mulher, piscando.

Yuna entrou na cozinha nesse momento, cruzando os braços ao ver as duas conversando com tanta naturalidade.

— Bom, parece que já ficaram melhores amigas e me deixaram de lado — brincou.

A mãe de Yuna riu e olhou para Zaria.

— Sua namorada é ciumenta, sabia?

— Eu sei! — Zaria riu, olhando para Yuna.

— Eu só queria ter participado desse momento, poxa! — Yuna fez um biquinho falso antes de abraçar Zaria por trás e depositar um beijo na sua cabeça.

A mãe dela observava as duas com carinho. Finalmente, via sua filha feliz de verdade. E isso era tudo o que importava.