Capítulo 23 – Os Caçadores do Invisível

O mundo não silenciou depois da queda da Torre CLAUSTRO.

Ele... estremeceu.

Os governos reagiram em dois tempos: o primeiro foi negar. O segundo foi caçar. A mídia chamava João Smith de "o maior risco biossintético do século". A população? Dividida. Uns o viam como salvador, outros como um erro ambulante.

Mas João... estava longe dali.

Refugiado em uma estação abandonada de trem no sul de Portugal, ele, Marina, Natasha e Rocco reconstruíam o que podiam. Não havia luxo. Nem paz. Só estratégia. E feridas mal curadas.

Marina passava os dias tratando sobreviventes — crianças libertas dos núcleos secretos da CLAUSTRO que estavam traumatizadas, com dons instáveis. Natasha treinava com um grupo de elite rebelde. Já João… estava quieto demais.

Em uma madrugada chuvosa, ele saiu sozinho.

Foi até um galpão enferrujado e ligou o único rádio funcional que tinham. A frequência era antiga, esquecida, usada apenas nos primórdios da CLAUSTRO.

Mas alguém respondeu.

> — Smith… aqui é Orfeu. Você acordou os ecos. Eles estão vindo. E você não tem ideia do que desencadeou.

João não respondeu. Mas entendeu: a guerra não acabou. Apenas mudou de tom.

Quando voltou ao acampamento, Rocco o aguardava com cara de poucos amigos.

— Pegaram dois dos nossos. Uma equipe apareceu com equipamentos que nem eu sei de onde vieram. Invisíveis aos sensores. Indetectáveis pelas câmeras. Eles estão usando tecnologia que nem devia existir, João.

— Quem?

— Um grupo chamado A Névoa.

João apertou os punhos.

— Então tá na hora de caçar quem acha que tá no controle.