A Névoa não era uma organização.
Era um estado invisível.
Eles agiam entre os erros da humanidade: leis cinzentas, acordos obscuros, falhas nos satélites. Se infiltravam nas maiores potências do mundo, manipulando decisões como se jogassem xadrez com vidas humanas.
João e Natasha partiram para Sevilha, onde, segundo Orfeu, um dos centros móveis da Névoa passaria com prisioneiros capturados. A missão era simples: interceptar, resgatar, sobreviver.
Mas quando chegaram, tudo estava... parado demais.
As ruas bloqueadas com carros sem motorista. Drones girando em padrões erráticos. O silêncio era absurdo.
Foi então que apareceu o primeiro soldado da Névoa.
Ou melhor, não apareceu.
João sentiu a presença — uma distorção no ar, como se a realidade tivesse piscado.
E quando piscou… Natasha estava caída.
Ele gritou, mas não ouviu sua própria voz. Um campo de frequência anulava som, luz e até... pensamento.
Mas João era além disso.
Ele se desligou do corpo. Expandiu a mente. Entrou no campo como quem entra em água gelada.
Encontrou o soldado.
Tocou nele. E viu.
Um humano modificado. Sem identidade. Com a mente fatiada em três partes. Uma delas... lembrava João.
> “Projeto VOX... ramo avançado do Projeto Origem.”
João entendeu: ele não era o único que fugiu do controle.
E agora, eles estavam vindo atrás dele. Não pra matar.
Pra ativá-lo.