Capítulo 25 – Memória Programada

De volta ao esconderijo, Natasha se recuperava.

Marina estava em choque. Rocco não conseguia invadir nenhum sinal — tudo parecia… censurado na origem.

João se isolou.

Entrou numa espécie de transe psíquico, mergulhando em memórias que nunca foram dele.

Salas brancas. Vozes com eco. Um laboratório sob o mar. Crianças sendo testadas. Alguns explodiam de dentro pra fora. Outros choravam até o cérebro parar.

E no centro disso tudo, ele viu ela.

Não Marina.

Não Natasha.

Sua mãe.

Pelo menos… o que parecia ser ela.

Uma mulher de pele morena, olhos acinzentados, com um crachá da CLAUSTRO: Dra. Élis Moreau.

E uma frase no crachá: “A falha é o que gera evolução.”

João acordou suando.

Rocco estava ao seu lado, com um caderno antigo que encontraram num dos abrigos.

— Encontrei isso no fundo da mochila do Elías. É teu. Ou… sempre foi.

João abriu.

Era o diário da mãe.

Mas as páginas não falavam de amor.

Falavam de protocolo de ativação.

Falavam de vocabulário genético.

E o nome de João… aparecia como Catalisador Final.

Ele fechou o caderno com raiva.

— Eles querem me usar. Até depois da morte.

— Então talvez seja hora de você decidir quem vai usar quem — disse Rocco.