De volta ao esconderijo, Natasha se recuperava.
Marina estava em choque. Rocco não conseguia invadir nenhum sinal — tudo parecia… censurado na origem.
João se isolou.
Entrou numa espécie de transe psíquico, mergulhando em memórias que nunca foram dele.
Salas brancas. Vozes com eco. Um laboratório sob o mar. Crianças sendo testadas. Alguns explodiam de dentro pra fora. Outros choravam até o cérebro parar.
E no centro disso tudo, ele viu ela.
Não Marina.
Não Natasha.
Sua mãe.
Pelo menos… o que parecia ser ela.
Uma mulher de pele morena, olhos acinzentados, com um crachá da CLAUSTRO: Dra. Élis Moreau.
E uma frase no crachá: “A falha é o que gera evolução.”
João acordou suando.
Rocco estava ao seu lado, com um caderno antigo que encontraram num dos abrigos.
— Encontrei isso no fundo da mochila do Elías. É teu. Ou… sempre foi.
João abriu.
Era o diário da mãe.
Mas as páginas não falavam de amor.
Falavam de protocolo de ativação.
Falavam de vocabulário genético.
E o nome de João… aparecia como Catalisador Final.
Ele fechou o caderno com raiva.
— Eles querem me usar. Até depois da morte.
— Então talvez seja hora de você decidir quem vai usar quem — disse Rocco.