A base improvisada em Cádiz parecia segura.
Mas segurança era ilusão desde o primeiro dia em que João Smith decidiu não mais se esconder. Agora, o inimigo não era apenas A Névoa ou a extinta CLAUSTRO.
Era algo maior.
O Véu.
Uma rede silenciosa que operava por trás das forças políticas.
O tipo de estrutura que não precisava atacar para vencer.
Ela infiltrava. Manipulava. Tomava.
Naquela madrugada, Marina acordou assustada.
Ela sentia algo diferente. O campo mental ao redor da base estava... distorcido. Os "despertos", jovens treinados por Natasha, estavam inquietos. Um menino de apenas 9 anos, chamado Iago, começou a repetir uma única frase:
— “Ele está vindo. Ele está vindo. Ele está vindo...”
João acordou com a mente em brasa.
Uma memória que não era dele o atravessou como uma adaga.
> Um homem alto.
Terno bege.
Um sorriso calmo.
E os olhos… totalmente negros.
Ele dizia:
“O caos não nasce sozinho. Ele precisa de jardineiros.”
João se sentou na cama, encharcado de suor.
Sabia que aquele homem não era real.
Mas também sabia que, de alguma forma, era.
No dia seguinte, Natasha voltou de uma missão na fronteira da França. Estava pálida. Não parecia ferida. Mas os olhos... não piscavam.
— O que houve? — perguntou Marina.
— Eles não matam, João. Eles... convencem.
— Quem?
— O Véu.
João apertou os punhos.
— Então chegou a hora de puxar essa cortina.