Capítulo 104 – Fim da Primeira Fase

O restante do primeiro dia do Torneio Interno passou como um vendaval.

Combates se sucediam nos dez campos.

A multidão mal conseguia acompanhar os nomes nos painéis.

Somente os mais preparados — ou os mais determinados — avançaram.

Nas arquibancadas, os professores faziam anotações.

Instrutores trocavam avaliações baixas.

Os nobres… sussurravam.

Mas todos sabiam:

A verdadeira guerra começaria no dia seguinte.

Destaques da Fase Eliminatória

Eden Arkwright (Classe Alta – 3º Ano): Domínio de Terrae, táticas defensivas quase impenetráveis.

“No futuro, era o último bastião da fronteira norte… morreu protegendo civis. Honrado.”

Selena Vael (Classe Alta – 3º Ano): Usava Ventus como magia gravitacional — raridade absoluta.

“Nunca mais ouvi falar dela. Sumiu sem deixar rastros…”

Mira Elven (Classe Comum – 2º Ano): Domínio puro de Ventus. Controle refinado.

Valen Croft (Classe Elite – 1º Ano): Aura bruta, técnica rudimentar, mas instinto de combate absurdamente apurado.

Leon Kurogane (Classe Alta – 2º Ano): Aura fluida, postura rígida, leitura de campo exemplar.

“O Dragão de Aço. Rivalizou com Sakura no futuro. Seu talento despertou tarde... morreu após matar um Voidborn. Muito habilidoso.”

Ao fim da tarde, os nomes foram reunidos.

A lista dos 16 classificados estava pronta.

Cada um deles representava o ápice de seu grupo — e agora, seguiriam para as Oitavas de Final, que aconteceriam no dia seguinte.

Um descanso havia sido concedido.

Jardim Interno da Academia – Fim de Tarde

O sol descia preguiçoso atrás das torres da academia. Uma brisa leve soprava entre os arbustos encantados, e as pétalas douradas flutuavam como poeira mágica.

Hiro estava sentado sob a mesma árvore onde costumava treinar à noite, com a família ao redor.

Mio bebia chá de framboesa e balançava as pernas, ainda eufórica.

Ayame mantinha-se serena, ao lado do marido, com aquele olhar de mãe que tenta equilibrar orgulho com espanto crônico.

Yumi e Mari estavam mais perto, conversando com Mio sobre flores mágicas e quase desmaiando toda vez que a garota perguntava se ela era "namorada do onii-chan".

Sakura permanecia em silêncio, sentada em postura meditativa, a odachi ao lado. Mas seus olhos... estavam sempre voltados para Hiro.

Mio se aproximou e puxou a manga do casaco do irmão.

— Aquele cara da terra… você conhece?

— ...Conhecia — respondeu Hiro, voz baixa.

Sakura, ao lado, observou o tom na fala dele e desviou o olhar.

“Esses silêncios... Hiro sempre carrega algo mais.”

Saori cruzou os braços, tentando parecer desinteressada.

— Amanhã… começa pra valer.

— Você vai vencer, né? — perguntou Mio, sorrindo como se fosse óbvio.

— Hm.

Yumi se aproximou devagar.

Sentou-se perto do grupo, com um sorriso tímido.

As mãos unidas sobre o colo.

— Estou… muito feliz que venceu hoje — disse ela, quase num sussurro.

Mari, atrás, se inclinou discretamente e cochichou para Saori:

— A Santa fez um elogio. Anota aí. Isso não acontece duas vezes.

Saori suspirou, desviando o olhar.

— Idiota…

Shinji e Akane, atrás, trocavam murmúrios:

— Senhorita Saori está vermelha.

— É oficial. Está encantada.

Hiro fechou os olhos por um instante.

“Eles estão aqui. Comigo. Mas o perigo ainda não passou.”

“Eu sinto a distorção… ainda espreitando entre os espectadores.”

“O voidborn… não se revelou ainda. Mas está entre nós.”

“E quando ele se mover… eu já deixei o campo preparado.”

Ele abriu os olhos novamente, encarando o céu laranja do entardecer.

“Amanhã… as oitavas de final começam.”