Capítulo 103 – A Bastarda Queimou o Nome

As arquibancadas ainda vibravam com aplausos e gritos após o anúncio da vitória.

Saori caminhava para fora do campo.

O bastão apoiado no ombro.

O queixo erguido como nunca antes.

Passou pela linha de combate.

E ali estava ele.

Hiro Tanaka.

Calmo. Braços cruzados. Olhar atento como se já soubesse que ela venceria.

Ela parou diante dele, com as bochechas ainda levemente rosadas.

— Tsc… — desviou o olhar. — Não pense que ganhei por sua causa ou algo assim…

Hiro a observou sem responder.

Saori, irritada com o silêncio dele, mordeu o lábio.

— …Mas… — sua voz ficou mais baixa. — …valeu. Por confiar.

Hiro apenas assentiu.

— Eu confiei porque sabia que você podia vencer. Você é mais forte do que imagina, Saori.

Ela ficou ainda mais rosada.

— I-idiota. Se continuar falando assim, vai fazer parecer que eu gosto de você.

Mari, do fundo da arquibancada, sussurrou pra si mesma:

— Tarde demais.

Na arquibancada, Mio vibrava como uma fã enlouquecida.

— Aquela loira é incrível! Ela derrotou a irmã de forma épica! E o onii-chan ainda sorriu pra ela! Awnnn, parece até livro de romance mágico…

Ayame cruzou os braços, tentando manter a compostura de mãe serena.

— A senhorita Kurosawa… lutou lindamente.

Hayato, ao lado, coçou a barba.

— E o nosso filho é o motivo do brilho nos olhos dela. Santo Deus…

— Ela é filha do duque, não é?

— É.

— E agora ela está fazendo agradecimento com o rosto vermelho?

Mio sorriu.

— Aposto um mês de doces que ela tá apaixonada!

Ayame e Hayato se entreolharam, derrotados pela própria realidade.

— Santa Yumi, filha do Santo da Espada e a filha do Duque da Magia… — disse Ayame, meio em choque. — O Hiro… é mesmo um ímã de calamidades.

Hayato respirou fundo.

— Pelo menos são calamidades bonitas.

Na tribuna dos Pilares

Daichi Kurosawa continuava imóvel.

Mas… um microsorriso surgiu.

Apenas um segundo.

Ele movimentou o dedo mínimo da mão direita por menos de um segundo, como quem registra mentalmente algo… significativo.

Lucius von Richter deu um sorriso enviesado.

— A bastarda venceu. Que fascinante…

Ryuji Minazuki sequer olhou. Seus olhos ainda estavam voltados para o campo, em silêncio.

Do outro lado da arena, Sakura cruzava os braços, com um leve sorriso no rosto.

— Ela venceu. Do jeito dela… mas venceu.

Yumi, com as mãos no peito, fechou os olhos.

— Obrigada… obrigada, Hiro-san… por confiar nela.

Mari, mascando calmamente a pipoca, murmurou:

— Do jeito que isso vai, só falta a Hikari se apaixonar também…

E ao longe, na sombra da arquibancada…

Hikari von Richter observava a cena com olhos atentos.

Ela não sorriu.

Mas também não piscou.

— …Todos eles… se alimentando de vitórias.

E então sussurrou:

— Vai ser delicioso quando eu quebrar cada um.