As arquibancadas ainda vibravam com aplausos e gritos após o anúncio da vitória.
Saori caminhava para fora do campo.
O bastão apoiado no ombro.
O queixo erguido como nunca antes.
Passou pela linha de combate.
E ali estava ele.
Hiro Tanaka.
Calmo. Braços cruzados. Olhar atento como se já soubesse que ela venceria.
Ela parou diante dele, com as bochechas ainda levemente rosadas.
— Tsc… — desviou o olhar. — Não pense que ganhei por sua causa ou algo assim…
Hiro a observou sem responder.
Saori, irritada com o silêncio dele, mordeu o lábio.
— …Mas… — sua voz ficou mais baixa. — …valeu. Por confiar.
Hiro apenas assentiu.
— Eu confiei porque sabia que você podia vencer. Você é mais forte do que imagina, Saori.
Ela ficou ainda mais rosada.
— I-idiota. Se continuar falando assim, vai fazer parecer que eu gosto de você.
Mari, do fundo da arquibancada, sussurrou pra si mesma:
— Tarde demais.
Na arquibancada, Mio vibrava como uma fã enlouquecida.
— Aquela loira é incrível! Ela derrotou a irmã de forma épica! E o onii-chan ainda sorriu pra ela! Awnnn, parece até livro de romance mágico…
Ayame cruzou os braços, tentando manter a compostura de mãe serena.
— A senhorita Kurosawa… lutou lindamente.
Hayato, ao lado, coçou a barba.
— E o nosso filho é o motivo do brilho nos olhos dela. Santo Deus…
— Ela é filha do duque, não é?
— É.
— E agora ela está fazendo agradecimento com o rosto vermelho?
Mio sorriu.
— Aposto um mês de doces que ela tá apaixonada!
Ayame e Hayato se entreolharam, derrotados pela própria realidade.
— Santa Yumi, filha do Santo da Espada e a filha do Duque da Magia… — disse Ayame, meio em choque. — O Hiro… é mesmo um ímã de calamidades.
Hayato respirou fundo.
— Pelo menos são calamidades bonitas.
Na tribuna dos Pilares
Daichi Kurosawa continuava imóvel.
Mas… um microsorriso surgiu.
Apenas um segundo.
Ele movimentou o dedo mínimo da mão direita por menos de um segundo, como quem registra mentalmente algo… significativo.
Lucius von Richter deu um sorriso enviesado.
— A bastarda venceu. Que fascinante…
Ryuji Minazuki sequer olhou. Seus olhos ainda estavam voltados para o campo, em silêncio.
Do outro lado da arena, Sakura cruzava os braços, com um leve sorriso no rosto.
— Ela venceu. Do jeito dela… mas venceu.
Yumi, com as mãos no peito, fechou os olhos.
— Obrigada… obrigada, Hiro-san… por confiar nela.
Mari, mascando calmamente a pipoca, murmurou:
— Do jeito que isso vai, só falta a Hikari se apaixonar também…
E ao longe, na sombra da arquibancada…
Hikari von Richter observava a cena com olhos atentos.
Ela não sorriu.
Mas também não piscou.
— …Todos eles… se alimentando de vitórias.
E então sussurrou:
— Vai ser delicioso quando eu quebrar cada um.