Abri meus olhos para um ventilador de teto familiar girando preguiçosamente acima de mim. Meu corpo parecia pesado, sobrecarregado por uma exaustão que penetrava até os meus ossos. Por um momento, não consegui identificar onde estava. O colchão macio sob mim parecia real demais, confortável demais. O cheiro no ar—o perfume doce de Hazel misturado com algo mais—era perfeito demais.
Isso tinha que ser outro truque do Vazio.
Eu já havia experimentado essas alucinações antes. Réplicas perfeitas da realidade projetadas para dar esperança antes de arrancá-la cruelmente. Meu coração doía com o pensamento de que eu ainda estava preso, ainda perdido, ainda separado dos meus vínculos.
"Hazel?" murmurei, minha voz mal um sussurro.
Então eu senti—dedos quentes entrelaçados aos meus. Virei a cabeça, o movimento exigindo muito mais esforço do que deveria, e lá estava ela. Minha Hazel, seu belo rosto marcado pela preocupação, seus olhos azuis cheios de lágrimas.