Episódio 15

EPISÓDIO 15 — O GRANDE BAILE DA VERDADE

Hoje encerramos um ciclo: a revelação, a reconciliação, e o primeiro grande passo das gêmeas Vasconcellos rumo a um futuro feito de música, amor e coragem.

Meu nome é Luna Vasconcellos, e acordei com o coração batendo tão forte que parecia um tambor anunciando a festa. Era domingo, o dia do Baile da Verdade organizado pelo meu pai, o empresário Leonardo Vasconcellos, para celebrar oficialmente a união da nossa família — eu, Melody, ele e, claro, os três pequenos anjos que nos mantêm inteiros: Sofia, Danielzinho e Clara.

1. Preparativos na Mansão

Às 14h, o sol ainda tingia o jardim de dourado quando entrei no quarto de hóspedes. Minha mala estava aberta sobre a cama: dentro, um vestido longo azul-escuro, bordado com delicados arabescos prateados, criado por um estilista amigo do meu pai. Vesti-o com cuidado, ajeitei o decote ombro a ombro e deixei o cabelo solto em cachos suaves.

Desci as escadas centenárias onde encontrei as crianças ensaiando em círculos:

Sofia, vestida de fada-lírio, girava com saias de tule, entoando acordes imaginários.

Danielzinho afivelava o teclado que colocaria num pedestal improvisado no fundo do jardim.

Clara organizava pequenos buquês de flores do campo para distribuir aos convidados.

Eles se calaram ao me ver descer, os olhinhos brilhando:

Sofia (saltitando):

“Mana, hoje é nosso dia de mostrar ao mundo quem somos de verdade!”

Danielzinho (sério):

“O teclado está afinado e as partituras revisadas.”

Clara (abraçando meu braço):

“Eu desenhei plaquinhas com ‘Família Vasconcellos’!”

Sorri, sentindo um calor no peito:

Luna:

“Perfeito, meus corações. Mas primeiro: vamos escolher o lugar das crianças no baile!”

Guiando-os pelo hall principal, escolhi um lounge reservado, com sofás baixos e almofadas, onde cada um teria sua “base de operações”. Sofia se escondeu atrás de um biombo e decidiu ali planejar os gestos de surpresa. Danielzinho testou o percurso do teclado até o palco, calculando cada centímetro. Clara organizou as plaquinhas, umas para “Viva a Verdade!”, outras para “Espelhos Inteiros”.

2. Chegada dos Convidados

Às 16h, os convidados começaram a chegar. A calçada de mármore foi tomada por tapete vermelho, turquesa suave, e um pórtico iluminado com o brasão Vasconcellos. Fotógrafos e jornalistas se posicionaram atrás de cordões dourados. Eu, Melody e meu pai aguardamos na entrada lateral.

O primeiro a aparecer foi Vitor, ex-namorado de Melody, em um smoking preto. Abri um sorriso gentil:

Luna:

“Vitor, obrigado por vir.”

Vitor (curvando-se):

“Não perderia por nada. Tanta história… admiro sua coragem.”

Em seguida, Bianca, presidente do grêmio, chegou com um grupo de professores:

Bianca:

“Parabéns pelo evento. Vocês organizaram tudo com perfeição.”

Luna:

“É graças às crianças… e a você, pela ajuda no auditório.”

Ela sorriu de canto, aprovando o ato de generosidade. A Professora Helena, coordenadora, trouxe sua família, e logo a casa foi invadida por rostos conhecidos: influenciadores de música, amigos dos Vasconcellos, e até um representante da gravadora que assinaria conosco o contrato de patrocínio.

3. O Início do Baile

O relógio bateu 17h, e meu pai subiu ao microfone num pódio improvisado:

Leonardo Vasconcellos:

“Queridos amigos, este é o momento mais importante da minha vida: apresentar oficialmente minha família completa. À minha esquerda, Melody, minha filha primogênita e estrela; à minha direita, Luna, a gêmea que Deus me permitiu reencontrar; e à frente, três joias que nos lembram que o amor cura qualquer ferida: Sofia, Danielzinho e Clara.”

Os convidados aplaudiram de pé. Melody segurou meu braço, e eu senti minha irmã sorrir. Era o encerramento daquele arco de revelação — mas também o início de tudo o que ainda haveria para vir.

4. A Valsa das Gêmeas

O DJ anunciou a Valsa das Gêmeas, dedicada a mim e a Melody. Um coro suave de cordas e piano encheu o salão; o chão de tábuas de carvalho reluziu. Estendi a mão para Melody:

Luna:

“Vamos, irmã?”

Melody (emocionada):

“Com você, sempre.”

Dançamos sob lustres de cristal, rodopiando em sincronia perfeita. Cada passo era um lembrete de que nossos destinos, antes separados, agora caminhavam juntos. As crianças espiavam por trás de colunas, sussurrando:

Sofia:

“Ficam tão lindas juntas!”

Danielzinho:

“Até parece mesmo que são uma só.”

Clara:

“É amor de verdade.”

5. O Brinde das Crianças

Logo após a valsa, meu pai convidou as crianças ao palco:

Leonardo:

“Hoje, minha família é guiada por quem sabe amar sem medida. Por isso, convido Sofia, Danielzinho e Clara a fazerem o brinde final.”

Eles subiram, tímidos, cada um com uma taça (de suco de frutas) e acenaram para a plateia:

Sofia (erguendo a taça):

“Pelo amor que nos une!”

Danielzinho:

“Pela verdade que nos liberta!”

Clara:

“E pela música que segue em nossos corações!”

O salão vibrou em aplausos e efusivos “vivas”. Eu segurei a taça, olhei para minhas irmãs — de todas as idades — e senti a emoção transbordar.

6. A Música de Encerramento

Para encerrar, subimos ao pequeno palco montado no jardim anexo, sob luzes de fadas e lanternas de papel. O trio formado por mim (violão), Melody (microfone) e Danielzinho (teclado) abriu o “Hino da Família Vasconcellos”, uma canção composta por nós três:

Todos (cantando juntos):

“Somos espelhos partidos,

Mas juntei cada pedaço no altar,

Famílias que se reinventam,

Hoje têm voz pra cantar...”

Sofia e Clara sopraram versos infantis no coro, acrescentando inocência à melodia:

Sofia: “La-la…”

Clara: “Tru-tru…”

Quando o último acorde ecoou, houve um silêncio de reverência — e então, fogos de artifício coloriram o céu. Eu abracei minha irmã, meu pai e veneráveis amigos, sentindo que aquela explosão de luz simbolizava não só o encerramento do baile, mas o farol que nos guiaria adiante.

7. A Promessa de Amanhã

Mais tarde, já na suíte principal, apaguei a luz e senti os corpos cansados, mas felizes, dividindo a cama improvisada. Melody recostou-se:

Melody:

“Fechamos um capítulo perfeito.”

Luna:

“Mas eu sei… o próximo será ainda mais intenso.”

Ela sorriu e deu um suspiro de sono. Eu olhei pela janela para o jardim silencioso:

Luna (pensando):

“Hoje chorei, dancei e cantei. Enfrentei olhares, boatos e medos. Mas descobri que, com amor e música, qualquer espelho partido pode se tornar inteiro.

Amanhã, começa o segundo ato: a nossa vida real, na escola, no estúdio, nos corações de quem acreditou em nós.”

E foi assim que encerrei o Episódio 15 — com risos infantis, notas de violão e promessas de que, para Luna Vasconcellos e sua irmã, a verdadeira jornada ainda estava por vir.

Fim do Episódio 15

Prepare-se: nos próximos episódios (16, 17, 18, 19…) a aventura continua entre salas de aula, bastidores de shows e segredos que ainda esperam ser desvendados.