Capítulo 30: Guerra nos Dois Mundos

O Terminal 0471-X já não era mais um simples telefone público modificado. As paredes do laboratório subterrâneo haviam se retraído como carne viva, revelando uma estrutura metálica que lembrava o mecanismo interno de um relógio cósmico. Leon sentiu os filamentos em seu peito vibrarem em ressonância - cada engrenagem do dispositivo era um espelho perfeito dos padrões que agora corriam sob sua pele.

— **Está se preparando há décadas** — murmurou, tocando uma das rodas dentadas gigantes. O metal era frio como o vácuo espacial.

Clarisse cambaleou até o painel central, seu implante neural agora consumindo metade de seu rosto. Sangue escorria de seu nariz enquanto ela decifrava os códigos do Relojoeiro.

— *Não é só um portal...* — Ela tossiu, cuspindo partículas âmbar. — *É uma arma de último recurso. Projetada para enviar o enxame para outra dimensão.*

Isabella examinou os monitores de segurança. As câmeras mostravam os Sete descendo pelas ruínas de Lumenford, deixando para trás soldados da Força Tarefa derretidos em poças de metal e osso.

— *E os Sete?*

Leon fechou os olhos, deixando o fragmento dentro dele sondar a resposta.

— *Eles querem abrir o portal... mas não para enviar o enxame. Querem trazer algo de lá.*

Um alarme estridente cortou o ar. No centro da sala, o terminal começou a se auto-ativar, suas engrenagens girando sem qualquer intervenção humana.

[*Ding!*]

**[ALERTA: ATIVAÇÃO REMOTA DETECTADA]**

[Fonte: Base Lunar Alpha]

[Tempo até abertura: 53 minutos]

Clarisse praguejou, seus dedos voando sobre os controles.

— *Alguém já está do outro lado!*

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**Base Lunar Alpha — Setor Proibido**

O clone de Leon terminou de se montar diante do espelho, ajustando cada detalhe até que o reflexo fosse perfeito. Até as veias âmbar sob a pele estavam no lugar correto.

— *Muito melhor* — ele testou a voz, sorrindo para seu próprio reflexo.

Atrás dele, o portal lunar - uma versão menor do terminal na Terra - já pulsava com energia crescente. Imagens distorcidas flutuavam em sua superfície: algo massivo se movendo no vazio entre dimensões.

— *Eles acham que estamos fugindo do enxame* — o clone riu, ajustando o uniforme roubado de um técnico morto. — *Nunca suspeitaram que estávamos os caçando.*

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**Terminal 0471-X**

Leon caiu de joelhos quando a verdade o atingiu como um raio.

— *Nós entendemos tudo errado...* — Ele agarrou o braço de Isabella, seus olhos fractais mostrando imagens que os outros não podiam ver. — *O enxame não está vindo para a Terra. Estamos é fugindo DELES.*

O terminal emitiou um rugido mecânico. No centro de suas engrenagens, um ponto de luz começou a se formar - e através dele, vislumbres de algo que fez até os filamentos âmbar em Leon recuarem de terror.

Clarisse olhou para seus companheiros, sangue escorrendo de seus ouvidos.

— *Eu posso sobrecarregar o terminal... mas vai precisar de um hospedeiro completo para redirecionar a explosão.*

Seu olhar caiu sobre Leon - e depois para o canivete de Isabella.

A escolha estava feita.

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**Próximo Capítulo (31):**

- **O Preço do Sacrifício**: Quem pagará o preço final pela sobrevivência da Terra

- **O Segredo do Enxame**: A verdadeira natureza dos devoradores de mundos

- **O Clone Revelado**: Sua missão real e conexão com os Sete

**Cena Pós-Créditos:**

Nos confins do sistema solar, o primeiro navio do enxame finalmente se revela - e sua forma é perturbadoramente familiar...