Primrose esperou por sua resposta, mas Edmund de repente congelou, como se algo tivesse acabado de atingir seu cérebro. Até mesmo seus pensamentos internos ficaram completamente silenciosos.
O que diabos havia de errado com ele?
Então, do nada, um grito alto explodiu dentro de sua mente, fazendo Primrose estremecer levemente.
[Ela está me deixando tocá-la?! Ela quer isso?!]
[Meu Deus, não preciso mais me conter!]
[Esposa, eu juro que serei gentil!]
Por que ela tinha a sensação de que não deveria confiar nessa última parte?
"Vossa Ma—"
Antes que ela pudesse terminar, Edmund estava sobre ela novamente. Seus lábios colidiram contra os dela, engolindo quaisquer palavras que ela estava prestes a dizer.
Desta vez, não houve hesitação, nenhuma pausa desajeitada entre os beijos. Edmund a devorava como se ela fosse um cordeiro sacrificial em seu prato.
Ele a beijou ferozmente, sugando seu lábio superior, depois o inferior, como se não conseguisse decidir de qual gostava mais.
A intensidade a fez ofegar, suas mãos instintivamente agarrando as roupas dele.
Era demais. Muito avassalador. Muito bom.
E ainda assim, ela não queria que ele parasse.
Primrose gemeu suavemente sob ele, batendo em seu peito sempre que precisava de ar.
Cada vez, Edmund se afastava, apenas o suficiente para deixá-la respirar, mas isso não significava que ele queria parar de beijá-la.
Enquanto ela ofegava por ar, seu peito subindo e descendo em ondas irregulares, ele não perdia um segundo. Seus lábios encontravam novos lugares para pousar—sua testa, suas bochechas, a ponte de seu nariz, o canto de sua boca, beijando cada centímetro de seu rosto como se estivesse completamente viciado.
[Não consigo parar de beijar minha esposa.]
[Será que ela está se cansando de mim? Mas ela não me mandou parar.]
[A pele dela é tão macia. Suas bochechas... são tão cheias, como pudim de leite.]
[E seus lábios... seus lábios estão vermelhos, inchados, e têm gosto das cerejas mais maduras e doces.]
O rosto de Primrose queimava cada vez mais com cada pensamento.
Primrose estava acostumada a receber elogios. As pessoas haviam elogiado sua beleza desde que nascera, a encheram de palavras doces e admiração. Mas ninguém jamais a havia descrito assim antes, com tamanha admiração intensa e detalhes.
Edmund não estava apenas chamando-a de bonita. Ele a estava adorando.
Como se ela fosse uma obra-prima criada pelos próprios deuses, e ele um esteta desesperadamente encantado por cada traço, cada cor, cada imperfeição perfeita nela.
E ele não dizia isso apenas uma vez.
Cada vez que seus lábios tocavam sua pele, um novo elogio surgia de sua mente, como se ele fisicamente não conseguisse parar de adorá-la.
De novo e de novo. Repetidamente.
Ele a estava afogando em seus elogios até que ela mal conseguia respirar, não por causa de seus beijos desta vez, mas pelo calor avassalador em seu peito.
"V-Vossa Majestade..." Primrose finalmente conseguiu chamar seu nome, desesperada para pôr fim a essas afeições intermináveis antes que ela derretesse completamente.
Edmund finalmente parou de beijá-la, mas suas mãos permaneceram em sua pele, segurando seu queixo enquanto inclinava seu rosto para encontrar seu olhar. Com uma voz tão terna, ele implorou: "Me chame pelo meu nome."
Suas pálpebras caíram levemente enquanto ela lançava um breve olhar para ele, sua respiração presa na garganta.
Cada detalhe de seu rosto era hipnotizante—suas sobrancelhas grossas e levemente franzidas, o corte afiado de sua mandíbula, e a maneira como a luz do fogo acentuava suas maçãs do rosto o faziam parecer algo saído de um sonho.
Ele parecia ter sido esculpido por mãos divinas, criado com o máximo cuidado.
"Eu... eu não deveria," ela sussurrou. "Não seria apropriado—"
"Você já gritou meu nome antes," Edmund interrompeu, "Alto e claro."
Primrose enrijeceu. Oh.
[Ela até me chamou de bastardo.]
Ele ouviu isso?!
Ela se preparou, esperando que ele a repreendesse, mas... nada. Ele não estava bravo, mas parecia culpado em vez disso.
[Mas eu mereço esse título.]
[Se eu não consigo nem proteger minha esposa, então sou um bastardo.]
Este homem...
A esta altura, ela provavelmente poderia insultá-lo o quanto quisesse, e ele apenas concordaria.
Seus dedos se curvaram levemente contra o peito dele. Ela sussurrou, "Ed... Edmund." Sua voz ficou mais suave. "Meu marido... Edmund."
"Sim," Edmund respondeu, sua voz mais suave do que ela jamais ouvira antes. "Eu sou seu marido."
Primrose finalmente percebeu que algo estava errado.
Quando eles ficavam íntimos, ele de repente se tornava mais suave e calmo. Como isso era possível?
Será que seu comportamento habitualmente mal-humorado e duro era simplesmente o resultado dele reprimir seus desejos?
Ela não pôde se deter nesse pensamento por muito tempo porque sentiu as mãos de Edmund percorrendo seu corpo, como se ele quisesse memorizar cada curva, cada centímetro dela.
"Devo... tirar minhas roupas?" Primrose perguntou hesitante.
Mesmo que estivesse animada para finalmente colocar em prática tudo o que havia lido naqueles livros eróticos, a ideia de se despir na frente de um homem ainda era embaraçosa.
O olhar de Edmund escureceu. "Não é necessário."
Não é necessário?
O que ele quis dizer com não—
RASGO!
Um alto rasgo cortou o ar.
Primrose mal teve tempo de reagir antes que o ar fresco beijasse sua pele nua. Sua respiração ficou presa na garganta, os olhos se arregalando em choque.
Ele acabou de—
Ele havia rasgado sua camisola!
Felizmente, ela ainda tinha um bandeau sob a camisola, mas isso não mudava o fato de que Edmund praticamente a havia despido em um único movimento!
Com um suspiro assustado, Primrose instintivamente cruzou os braços sobre o peito, seu rosto queimando. "Você não pode simplesmente rasgar minhas roupas assim!" ela protestou, "Eu—eu preciso de tempo para me preparar!"
[Merda! Estraguei tudo de novo!]
[É tão difícil me controlar quando minha linda esposa está bem na minha frente!]
[Minhas mãos... eu deveria simplesmente cortá-las!]
Isso era extremo demais!
Primrose rapidamente agarrou suas mãos, impedindo-o antes que fizesse algo imprudente. "A-apenas... seja gentil," ela gaguejou. "Esta é minha primeira vez estando nua na frente de um homem."
[Ela parece tão fofa com o rosto todo vermelho assim!]
Vermelho? Primrose não podia se ver, mas a julgar pelo calor que irradiava de suas bochechas, ela tinha certeza de que seu rosto estava absolutamente ardendo.
"Vou tentar," Edmund murmurou, embora pela maneira como seus dedos permaneciam em sua pele, ela não tinha certeza se ele estava tentando mesmo.