POV da Diane
O peso da traição pressionava fortemente meu peito, dificultando minha respiração. Mãe e Joan, meus pilares de força, insistiam que era hora de eu sair da casa de Joan e clarear minha mente. Relutantemente concordei, sabendo que elas estavam certas, mas uma ansiedade corrosiva me atormentava enquanto saíamos.
O parque estava cheio de vida — crianças correndo, rindo e perseguindo bolas coloridas. Observei uma garotinha com maria-chiquinhas dar risadinhas ao pegar uma bola vermelha brilhante, seu espírito despreocupado em forte contraste com a tempestade dentro de mim. Minha mão pousou sobre meu estômago, um gesto inconsciente. Engoli em seco. Que tipo de vida eu daria ao meu bebê agora?
Por um momento, permiti-me imaginar como seria ter meus próprios filhos correndo por este mesmo parque.
"Olhe aquilo, Diane," disse Mãe, apontando para uma mulher empurrando um carrinho de bebê. "Lembra quando você e Sophie eram tão pequenas? Eu costumava trazer vocês duas aqui o tempo todo."
A menção de Sophie doeu, mas afastei esses sentimentos. "Eu lembro, Mãe. Eram bons tempos."
Joan apertou meu braço. "E haverá bons tempos novamente, querida. Você é mais forte do que imagina."
Sorri fracamente, mas meus pensamentos estavam a quilômetros de distância. Como poderia haver bons tempos quando cada respiração parecia estilhaços de vidro em meus pulmões?
Quando o sol começou a se pôr, nossos estômagos roncaram. "Por que não pegamos algo para jantar?" Joan sugeriu. "Há um aconchegante restaurante italiano virando a esquina."
Mãe assentiu entusiasticamente. "Isso parece ótimo. O que você acha, Diane?"
Eu não estava com fome, mas assenti. "Claro, por que não?"
O restaurante cheirava a alho e molho de tomate, suas toalhas de mesa quadriculadas dando-lhe um charme caloroso de outro mundo. A hostess nos acomodou em uma mesa perto da janela, e eu distraidamente examinei o cardápio, sem realmente ver as palavras.
Nosso garçom tinha acabado de anotar nossos pedidos quando ouvi o sino acima da porta tocar. Olhei para cima — e meu coração parou.
Ali, entrando no restaurante de mãos dadas, estavam Sophie e Liam, rindo como se não tivessem me destruído.
O tempo desacelerou enquanto a traição me atingia novamente, uma nova onda de dor desabando sobre mim. Minha respiração ficou presa na garganta.
Mãe notou minha angústia e seguiu meu olhar. Seu rosto escureceu de fúria e, antes que eu pudesse impedi-la, ela já estava marchando em direção ao casal.
"Mãe, não—" comecei, mas era tarde demais.
CRACK! O som da mão dela conectando-se com a bochecha de Sophie ecoou pelo restaurante repentinamente silencioso.
"Como você se atreve!" Mãe fumegou, sua voz tremendo de raiva. "Como você pôde fazer isso com sua própria irmã? Você não tem vergonha?"
"É por isso que você tem evitado minhas ligações? Eu até fui ao seu apartamento, mas você me deixou de fora."
Sophie cambaleou para trás, sua mão voando para sua bochecha já avermelhada. Liam permaneceu imóvel, seu rosto inexpressivo. Nem mesmo um lampejo de culpa, o que só aumentou minha raiva.
"Mãe, eu—" Sophie começou, mas Mãe a interrompeu.
"Não me venha com 'Mãe'! Sua cobrinha ingrata!" A voz de Mãe se elevou, atraindo a atenção de todos no restaurante.
"Eu criei você melhor que isso. Vocês dois!" Ela voltou seu olhar furioso para Liam. "E você! Sua miserável desculpa de homem. Como você pôde trair minha filha assim depois de tudo que ela sacrificou por você?"
Os olhos de Sophie brilharam com uma mistura de desafio e mágoa. "Você me criou melhor? Essa é boa, Mãe. Você sempre favoreceu a Diane. Sempre! Eu nunca fui boa o suficiente, nunca inteligente o suficiente. Era sempre Diane, Diane, Diane!"
"Não ouse tentar justificar suas ações!" Mãe gritou de volta. "Sua irmã amava você, confiava em você. E é assim que você a retribui? Dormindo com o marido dela?"
"Não é assim!" Sophie gritou, lágrimas escorrendo pelo seu rosto. "Nós nos apaixonamos. Não foi planejado, simplesmente aconteceu!"
"Amor?" Mãe cuspiu. "Você não sabe nada sobre amor. Amor é lealdade. Sacrifício. Não seja lá o que isso for."
Fiquei paralisada enquanto elas discutiam, cada palavra cortando mais fundo. Joan colocou uma mão protetora no meu ombro, me ancorando, mas não era suficiente. Eu não podia mais ouvir.
O olhar de Sophie encontrou o meu por cima do ombro de Mãe. "Sinto muito, Diane," ela disse, sua voz quebrando. "Mas não posso mais fazer isso. Sempre vivi à sua sombra, sempre fui a segunda melhor. Pela primeira vez, eu queria algo para mim mesma."
Suas palavras cortaram fundo, reabrindo feridas que eu pensava que tinham começado a cicatrizar. Olhei fixamente para ela, incapaz de formular uma resposta.
"Eu amo o Liam," Sophie continuou, sua voz ficando mais forte. "E ele me ama. Não queríamos que isso acontecesse, mas aconteceu. E estou cansada de esconder como realmente me sinto."
Mãe riu amargamente. "Amor? Você acha que isso é amor? Isso não é nada além de egoísmo e traição. Você destruiu o casamento da sua irmã, despedaçou esta família, e para quê? Por um homem que nem conseguiu manter seus votos?"
"Você não entende!" Sophie gritou, sua compostura completamente destruída. "Você nunca me entendeu. Nunca tentou ver as coisas do meu ponto de vista. Sempre foi sobre a Diane!"
"Porque a Diane nunca faria algo tão desprezível!" Mãe retrucou. "Ela nunca trairia sua família assim!"
Enquanto elas continuavam a gritar uma com a outra, encontrei minha voz. "Parem," eu disse baixinho a princípio, depois mais alto.
"PAREM!" Gritei, minha voz tremendo, mas alta o suficiente para silenciar o ambiente. Levantei-me, minhas pernas tremendo, mas minha voz firme. "Você está certa, Sophie. Você sempre viveu à minha sombra. Mas isso não é culpa minha. O que você fez não é amor — é egoísmo. Você traiu a mim, nossa família e a si mesma."
O lábio de Sophie tremeu, mas Liam permaneceu impassível. Sem dizer uma palavra, ele a puxou em direção à porta. Quando passaram pela nossa mesa, troquei olhares com ela.
"Espero que tenha valido a pena," eu disse suavemente.
O sino tocou quando eles saíram, deixando para trás um silêncio sufocante. A represa que continha minhas emoções se rompeu, e lágrimas escorreram pelo meu rosto. Joan me envolveu em seus braços, sussurrando palavras reconfortantes.
A raiva de Mãe se dissolveu em tristeza. "Sinto muito, querida," ela sussurrou, sua voz quebrando. "Não suportei vê-los juntos, sabendo o quanto eles te machucaram."
Limpei meu rosto, mal me mantendo inteira. "Quero ir para casa," disse baixinho.
A viagem de volta para a casa de Joan foi silenciosa, cada uma de nós perdida em seus pensamentos. Ao entrar na casa, um cansaço profundo se abateu sobre mim.
No meu quarto, fiquei em meio aos destroços das minhas emoções, cercada por travesseiros e lençóis que eu havia jogado em um acesso de raiva. Minha mão repousou sobre meu estômago.
Eles tinham tirado tudo de mim. Meu casamento, minha felicidade, minha paz. Mas eu não seria mais vítima deles.
Eu os faria se arrepender de terem me traído. "Eu não apenas sobreviveria a isso. Eu queimaria tudo o que eles prezavam até o chão."