Um Filho com os Olhos de um Estranho

"Não acredito que fui tão estúpida!" Eu andava de um lado para o outro no apartamento de Chloe, puxando meu cabelo em frustração. "Quem faz isso? Quem faz sexo sem proteção com um completo estranho?"

Chloe estava sentada no sofá, me observando desgastar seu tapete. "Ei, foi um erro. Todos nós cometemos erros."

"Não como este!" Minha voz falhou. "E se eu tiver uma DST? E se eu estiver..."

Eu nem conseguia dizer a palavra. Grávida. A possibilidade pairava no ar entre nós.

"Primeiro o primeiro," Chloe disse, pegando seu telefone. "Vamos marcar exames para você."

Duas semanas depois, estávamos sentadas em uma sala de espera estéril na clínica. Minha perna balançava nervosamente enquanto eu olhava para as obras de arte sem graça nas paredes.

"Hazel Vance?" Uma enfermeira chamou meu nome.

Chloe apertou minha mão. "Quer que eu vá com você?"

Eu assenti, ansiosa demais para falar.

A médica foi gentil, mas direta ao revisar meus resultados. "Seus exames de DST deram negativos," ela disse, e senti uma onda de alívio me invadir.

"Graças a Deus," suspirei.

"No entanto," ela continuou, olhando para sua ficha, "seu teste de gravidez deu positivo."

A sala girou. Ouvi Chloe ofegar ao meu lado.

"Deve haver algum engano," sussurrei.

"Receio que não," a médica disse gentilmente. "Com base na data que você forneceu do seu encontro, você está com aproximadamente seis semanas de gravidez."

Não me lembro muito do que aconteceu depois. Chloe me levou para casa em silêncio. Minha mente corria com cenários impossíveis, cada um mais aterrorizante que o outro.

"O que eu vou fazer?" Finalmente perguntei enquanto estávamos sentadas no meu sofá. "Meus pais vão me deserdar."

"Você não sabe disso," Chloe disse, embora sua voz carecesse de convicção.

"Eles mal superaram a humilhação do meu ex me trair com minha prima. Agora tenho que dizer a eles que estou grávida de uma noite com um homem cujo nome nem sei?" Enterrei o rosto nas mãos.

"Seja qual for sua decisão," Chloe disse firmemente, "estou aqui por você."

Passei a semana seguinte em um estado de torpor, mal funcionando. Minhas opções giravam infinitamente na minha cabeça. Quando finalmente juntei coragem para contar aos meus pais, senti como se estivesse caminhando para minha execução.

"Mãe, pai, preciso falar com vocês," eu disse naquele domingo à noite, minha voz tremendo.

Eles estavam sentados à minha frente na mesa de jantar, com preocupação estampada em seus rostos.

"O que há de errado, querida?" minha mãe perguntou.

Respirei fundo. "Estou grávida."

O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor. O garfo da minha mãe bateu contra o prato. O rosto do meu pai perdeu a cor.

"Quem?" ele finalmente perguntou, com a voz tensa.

"Alguém que conheci no baile de máscaras," admiti, com lágrimas escorrendo pelo meu rosto. "Não sei o nome dele. Não sei nada sobre ele."

Minha mãe se levantou abruptamente e saiu da sala. Ouvi a porta do quarto dela bater. Novas lágrimas escorreram pelas minhas bochechas.

"Sinto muito," sussurrei para meu pai. "Vou arrumar minhas coisas."

"Arrumar suas coisas?" A testa do meu pai franziu. "Por que você faria isso?"

Olhei para cima, confusa. "Porque vocês vão me expulsar. Porque eu os decepcionei de novo."

Para meu espanto, meu pai se moveu para o meu lado da mesa e me puxou para um abraço apertado.

"Hazel, você é minha filha. Sim, estou surpreso, e sim, isso não é o que eu queria para você. Mas expulsá-la? Nunca."

Eu soluçava contra o ombro dele, alívio e gratidão me dominando.

"O que você vai fazer?" ele perguntou gentilmente quando minhas lágrimas diminuíram.

Eu me afastei, enxugando os olhos. "Não sei. Tenho pensado em todas as minhas opções, mas..."

"Mas o quê?"

"Mas toda vez que penso em... não tê-lo... algo dentro de mim se rebela." Coloquei uma mão sobre minha barriga ainda lisa. "Sei que é loucura, mas acho que quero ficar com este bebê."

Meu pai assentiu lentamente. "Então você ficará aqui. Terminará seu curso. Vamos resolver isso juntos."

"Mas a mamãe..."

"Sua mãe vai entender," ele me garantiu. "Ela te ama. Só precisa de tempo."

Ele estava certo. Depois de três dias de silêncio tenso, minha mãe me abordou no meu quarto. Seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar.

"Estive rezando," ela disse, sentando-se ao meu lado na cama. "E percebi algo. Este bebê é meu neto. Quaisquer que sejam as circunstâncias que o trouxeram à existência, ele é inocente e merece amor."

Novas lágrimas brotaram nos meus olhos quando ela me puxou para seus braços.

"Obrigada, mãe," sussurrei.

"Vamos dar um jeito," ela prometeu.

Os meses seguintes foram um borrão de consultas médicas, enjoos matinais e aulas na universidade. Meu corpo mudou, se expandindo para acomodar a vida crescendo dentro de mim. Chloe permaneceu ao meu lado, me acompanhando em cada consulta, segurando meu cabelo quando os enjoos matinais atacavam, e me defendendo ferozmente contra as fofocas do campus.

"Você será a madrinha do meu bebê?" Perguntei a ela uma tarde enquanto dobrávamos pequenos macacões.

"Tente me impedir," ela sorriu, então ficou séria. "Tem certeza que não quer tentar encontrá-lo? O pai?"

Balancei a cabeça. "Ele era um estranho em um baile de máscaras. Tudo que sei é que ele tem olhos incomuns. Como eu começaria a procurar?"

A notícia da minha gravidez eventualmente chegou ao meu ex e à minha prima. Jessica não perdeu tempo espalhando rumores.

"Ouvi dizer que ela nem sabe quem é o pai," ela disse em voz alta para amigos em comum em um café onde sabia que eu estava estudando. "Tal mãe, tal filho ou filha, eu acho."

Ethan simplesmente olhou para minha barriga crescente, com um sorriso presunçoso no rosto. "Não conseguiu manter as pernas fechadas, não é, Hazel?"

Chloe quase o socou antes que eu a afastasse.

"Eles não valem a pena," eu disse a ela, embora as palavras doessem.

Na minha consulta de vinte semanas, a técnica sorriu enquanto movia o aparelho de ultrassom sobre minha barriga arredondada.

"Gostaria de saber o sexo?" ela perguntou.

Assenti ansiosamente, com Chloe apertando minha mão em excitação.

"É um menino!" a técnica anunciou.

"Um menino," repeti maravilhada. "Vou ter um filho."

"Como vai chamá-lo?" Chloe perguntou enquanto voltávamos para casa.

Pensei por um momento. "Leo," decidi. "Significa 'leão'. Quero que ele seja corajoso."

Minha gravidez progrediu normalmente até a trigésima sétima semana, quando minha bolsa estourou inesperadamente durante o jantar. Meu pai dirigiu freneticamente para o hospital enquanto minha mãe sentava no banco de trás comigo, cronometrando minhas contrações.

Quatorze horas depois, exausta além do imaginável, ouvi o primeiro choro do meu filho. Foi o som mais lindo que já ouvi.

"Ele é perfeito," disse a enfermeira, colocando-o em meu peito.

Olhei para seu pequeno rosto vermelho com admiração. Ele tinha um tufo de cabelo escuro e minha pele olivácea. Então ele abriu os olhos, e minha respiração parou.

Violeta-azulados. O mesmo tom incomum e exato dos olhos do pai.

"Meu Deus," Chloe sussurrou ao meu lado, claramente reconhecendo a cor distintiva das minhas descrições.

"Ele tem os olhos dele," murmurei, traçando com o dedo a bochecha do meu filho. Naquele momento, a realidade do que eu havia feito — e do que havia ganhado — me atingiu completamente. Esta pequena pessoa era metade eu e metade um estranho que provavelmente nunca veria novamente.

"Olá, Leo," sussurrei, com lágrimas escorrendo pelo meu rosto. "Eu sou sua mãe."

Enquanto segurava meu filho recém-nascido, com os olhos do pai me encarando, eu sabia que minha vida nunca mais seria a mesma. Mas olhando para seu rostinho perfeito, não conseguia me arrepender de um único momento que o trouxe até mim.