O Preço Cruel de um Pai

O prédio das Indústrias Shaw se erguia sobre o horizonte da cidade, um monumento reluzente ao sucesso do meu pai. Eu o encarava da calçada, com um nó no estômago. Pessoas passavam rapidamente por mim, apressadas para suas reuniões matinais. Eu também precisava me mover. Minha consulta era em dez minutos.

"Você consegue fazer isso," sussurrei para mim mesma, agarrando minha bolsa com força.

Os seguranças no saguão me reconheceram imediatamente. Ninguém me impediu enquanto eu me dirigia ao elevador privativo para o andar executivo. Meu reflexo nas paredes espelhadas mostrava uma mulher composta em uma blusa branca impecável e um blazer azul-marinho. Só eu sabia o quanto minhas mãos tremiam dentro dos meus bolsos.

A secretária do meu pai, uma mulher severa que trabalhava com ele há décadas, mal levantou os olhos da tela do computador. "Ele está esperando você. Pode entrar."

Parei em frente à pesada porta de carvalho, respirei fundo e bati.