(Meia hora depois)
O tempo avançava lentamente, o Contador diminuindo gradualmente enquanto o número de pares restantes caía de 199 para 175.
Leo estava sentado perto da borda do terraço, seus olhos afiados examinando o horizonte enquanto sua mente lutava com a crescente tensão.
Cada queda no número do contador parecia uma pequena vitória, especialmente com o ritmo das eliminações tendo aumentado visivelmente na última meia hora.
"Vinte e quatro pares em trinta minutos," Leo murmurou para si mesmo. "Isso não é nada mal."
Atrás dele, Felix gemeu, esfregando as têmporas enquanto rolava para frente e para trás no chão de concreto.
A arrogância e a confiança imprudente que ele havia demonstrado enquanto estava bêbado tinham completamente evaporado agora, e foram substituídas pela familiar energia nervosa que Leo havia aprendido a esperar dele.
"Ugh... Minha cabeça está me matando," Felix resmungou. "Por que eu bebi tanto?"
Leo olhou por cima do ombro, levantando uma sobrancelha. "Talvez porque você achou que ser um maníaco bêbado era melhor do que ser seu habitual eu covarde?"
Felix lançou-lhe um olhar fraco de desaprovação. "Covarde? Isso é duro, cara. Eu não sou covarde. Sou... cauteloso."
"Claro," Leo respondeu secamente, voltando sua atenção para o horizonte.
Um Felix sóbrio não tinha absolutamente nenhuma utilidade em batalha, e Leo sabia disso. Durante a próxima hora ou duas, se problemas surgissem, caberia apenas a ele lidar com a situação.
"Ei, Leo," Felix começou, sua voz tingida de culpa. "O que você quer que eu faça, cara? Eu também posso ajudar a vigiar. Para onde devo olhar?"
Leo suspirou, gesticulando em direção à escadaria que eles haviam usado para chegar ao terraço. "Fique de olho na escada. E se houver qualquer sinal de problema, corra."
Felix gemeu enquanto se arrastava pelo chão, segurando a cabeça e murmurando algo ininteligível sob sua respiração. Ainda assim, ele se acomodou no local que Leo havia indicado e começou sua vigília — embora Leo não estivesse totalmente confiante em quão eficaz ele seria.
Independentemente disso, ter Felix vigiando a escada lhe dava alguma paz de espírito, pois pelo menos por enquanto, parecia que estavam seguros.
'Posso lidar com outra luta?' Leo se perguntou silenciosamente, a resposta parecendo muito mais complicada do que ele esperava.
Como qualquer outro humano, ele estava programado com um instinto de autopreservação — um medo natural da morte profundamente enraizado em seu cérebro.
Mas enquanto o pensamento de morrer o enchia de desconforto, não era a luta em si que o assustava.
Curiosamente, quando ele se imaginava sendo esfaqueado ou ferido, o medo era abafado, quase distante. Empalidecia em comparação ao pavor visceral que ele sentia com o mero pensamento de se afogar — um medo irracional que persistia na borda de sua consciência.
'Por que isso me assusta mais do que ser brutalmente esfaqueado?' ele questionou, o pensamento perturbador enviando um leve arrepio pela sua espinha.
De alguma forma, parecia que seu corpo já havia suportado inúmeras lesões — tantas que o medo de receber novas não o abalava mais. No entanto, sem memória de quando ou como essas lesões poderiam ter ocorrido, Leo se viu mais uma vez incapaz de responder às perguntas que corroíam sua curiosidade.
*Tropeço*
*Tropeço*
Nesse momento, Leo captou o som fraco de alguém subindo as escadas, e olhando para a escadaria, ele imediatamente avistou Felix agitando os braços freneticamente para chamar sua atenção.
'Saia Daí–' Leo articulou sem emitir som enquanto Felix se afastava conforme suas instruções.
Segundos depois, uma figura feminina cambaleou para o terraço, seu corpo inclinando-se para frente como se cada passo fosse um esforço monumental.
Sangue escorria de um corte profundo em seu lado, manchando sua túnica rasgada e deixando um leve rastro atrás dela.
Ela estava gravemente ferida, sua respiração vindo em curtos arquejos enquanto parecia estar desesperadamente procurando por segurança.
No entanto, infelizmente para ela, o terraço não era o local seguro que ela esperava que fosse, pois no momento em que cambaleou para o terraço, seus olhos pousaram em Leo e Felix e seu coração afundou.
'Não... agora não. Aqui não,' ela pensou, o pavor apertando seu peito como um torno.
Por um momento, seus joelhos ameaçaram ceder. A visão de duas figuras já posicionadas no terraço — dois potenciais inimigos que poderiam acabar com sua vida em um instante — a fez mergulhar ainda mais no desespero, enquanto ela congelava.
Neste momento, seus instintos gritavam para ela recuar. Mas não havia para onde ir. Nenhuma cobertura para se esconder. Nenhum tempo para planejar. Tudo o que ela podia fazer era esperar por misericórdia, enquanto apertava o punho de sua adaga.
"Não–" Ela murmurou fracamente enquanto apontava sua adaga para Felix e Leo, apenas para um novo jorro de sangue explodir de seu lado, forçando-a a cair de joelhos e cuidar de seu ferimento mais uma vez.
'Eles vão me matar,' a mulher pensou, seu pulso martelando em seus ouvidos.
No entanto, à medida que os segundos passavam e nem Leo, nem Felix se moviam para incapacitá-la, uma pequena chama de esperança começou a arder em seu coração.
Ao olhar para seus oponentes novamente, ela começou a notar os detalhes que havia perdido no início — a maneira como o corpo avantajado de Felix lhe dava a aparência de um porco desajeitado, e como os olhos de Leo mantinham uma inocência perturbadora, como se nunca tivessem tirado uma vida antes.
Naquele momento, ela percebeu que seus oponentes, assim como ela, tinham vindo ao terraço para se esconder e não para matar, e que ela poderia potencialmente sobreviver, se apenas os enganasse fazendo-os pensar que estava se rendendo.
*Clank*
Decisivamente deixando cair suas armas no chão com um tinido metálico, ela ergueu suas mãos trêmulas no ar.
"Por favor... me poupem," ela sussurrou com voz rouca e tensa.
Leo não respondeu imediatamente, seus olhos se estreitando enquanto a avaliava. Felix, no entanto, estremeceu com sua súplica, apertando o punho de sua espada.
"Eu não sou uma ameaça!" ela gritou, sua voz falhando. "Eu juro, eu só precisava de um lugar seguro. Por favor, não me matem!"
O olhar de Leo não vacilou. Sua voz estava calma, mas fria quando ele finalmente falou. "Onde está seu parceiro?"
Os ombros da mulher caíram, e lágrimas brotaram em seus olhos enquanto ela balançava a cabeça. "Nós nos separamos," ela admitiu.
"Estávamos sendo perseguidos por alguém mais forte... forte demais. Ele me disse para correr enquanto ficava para trás para detê-los. Eu não sei se ele ainda está vivo."
Seu olhar oscilou nervosamente entre os dois homens. O olhar arregalado de Felix não era exatamente reconfortante, mas era a calma medida de Leo que a assustava mais.
'Ele é o líder,' ela percebeu. 'Aquele que preciso convencer.'
Ela se moveu ligeiramente, estremecendo quando seu ferimento ardeu de dor. "Eu vou embora se vocês quiserem," ela acrescentou rapidamente, com desespero permeando seu tom. "Apenas... deixem-me viver. É tudo o que estou pedindo."