Uma escolha covarde

Quando Leo pisou no terraço da prisão, seu olhar instintivamente se ergueu para o céu noturno, e o que ele viu o deixou paralisado.

Sete luas.

Elas pairavam como sentinelas silenciosas na vasta e escura imensidão acima, sua luz pálida mal penetrando as sombras opressivas da noite.

Cada lua era diferente—algumas pequenas e fracas, outras maiores e mais pronunciadas—mas todas pareciam flutuar em ângulos estranhos, seu brilho irregular lançando fragmentos de iluminação sobre o terraço rachado e desmoronando.

'Sete? Deveria haver apenas uma lua no céu noturno. Apenas uma,' pensou Leo, a certeza desse fato o perturbando.

Era estranho. Ele lembrava tão pouco sobre seu passado, mas esse detalhe parecia significativo, quase enraizado em seu próprio ser. A visão de sete luas parecia zombar dessa certeza, deixando-o momentaneamente desorientado.

Mas apesar de sua beleza sobrenatural, não havia conforto a ser encontrado na noite alienígena de Rodova. A escuridão era fria, pesada e opressiva, pressionando-o como um peso invisível.

O olhar de Leo permaneceu para cima apenas por um momento fugaz antes de voltar sua atenção para o terraço. Qualquer admiração que ele sentira foi rapidamente substituída por desconforto enquanto examinava a extensão árida ao seu redor.

O terraço se estendia amplo e vazio, oferecendo uma vista desobstruída dos arredores da prisão. Era um excelente lugar para detectar ameaças potenciais, mas um local terrível para evitá-las.

'Ótimo para ver problemas chegando. Terrível para evitá-los,' pensou Leo sombriamente, seus olhos afiados procurando por qualquer sinal de perigo.

Não havia um único pilar ou grande bloco de concreto para fornecer cobertura. Nenhuma sombra para ocultá-los se alguém se aproximasse. O espaço estava completamente exposto—um poleiro de predador, não um refúgio.

Seu aperto na adaga apertou-se enquanto sua inquietação aumentava. Após a experiência de quase morte em sua última luta, a confiança de Leo havia diminuído. A fragilidade de suas habilidades havia sido exposta, e a percepção o deixou hesitante em se envolver em mais batalhas esta noite.

'Sem mais lutas,' Leo decidiu silenciosamente. 'A não ser que não haja outra escolha.'

"Vamos apenas esperar isso passar," ele murmurou baixinho. "Sem mais lutas a menos que seja necessário."

Atrás dele, Felix soltou um suspiro alto e exagerado. Ele virou sua última cabaça de álcool de cabeça para baixo e a sacudiu desesperadamente. Uma única gota caiu, pousando no chão com um leve plop.

"Droga," Felix praguejou, seu tom misturando frustração e resignação. "É isso. Estou seco."

Leo franziu a testa, seu olhar voltando-se rapidamente para Felix. "O que você quer dizer com 'seco'?"

Felix sorriu de lado, suas bochechas ainda coradas pelo álcool. "Significa que em cerca de quarenta minutos, este gênio bêbado volta a ser um idiota sóbrio. E acredite, você não vai querer o Felix sóbrio em uma luta."

Leo piscou, momentaneamente atordoado. O idiota gordo havia começado este teste com várias cabaças de álcool, mas conseguiu esgotá-las todas em poucas horas.

"Isso é... ótimo," Leo murmurou sarcasticamente, seu peito apertando enquanto as palavras de Felix penetravam.

Seus olhos passaram rapidamente para o Contador brilhante preso à sua cintura.

219 Pares Restantes.

'Nem estamos perto do fim,' Leo percebeu, a inquietação invadindo seus pensamentos. Com mais de cem pares ainda a serem eliminados, o teste estava longe de terminar.

Ele sabia que à medida que os últimos pares restantes permanecessem, as horas seguintes só se tornariam mais longas, mais extenuantes e infinitamente mais perigosas. E com a inutilidade iminente de Felix e sua própria confiança vacilante em batalha, suas chances de sobrevivência pareciam diminuir a cada minuto que passava.

'É, sem mais lutas com certeza,' Leo concluiu, seu olhar desviando-se cautelosamente para Felix para garantir que o tolo bêbado não fizesse algo imprudente que revelasse sua posição.

Para seu alívio, Felix estava deitado de costas no terraço, olhando preguiçosamente para o céu noturno. Pela primeira vez, ele parecia contente em ficar parado, dando a Leo a garantia de desviar sua atenção para outro lugar—pelo menos por enquanto.

Com um suspiro silencioso, Leo voltou seu foco para o exterior, examinando o caos abaixo de seu ponto de vista privilegiado no terraço.

Daqui, os terrenos da prisão se estendiam abaixo dele como um campo de batalha vasto, cada canto contando uma história diferente de violência.

Em algumas áreas, Leo vislumbrava faíscas fracas enquanto metal colidia contra metal, sinalizando um duelo intenso. Em outros lugares, ele ouvia grunhidos guturais e o som nauseante de corpos batendo contra paredes, revelando a natureza brutal do combate corpo a corpo.

Ele absorveu tudo, seu aperto apertando-se em torno do contador do teste preso à sua cintura.

'Matem... matem! Eliminem-se uns aos outros mais rápido,' ele pensou, seus dedos pressionando a superfície do contador como se pura força de vontade pudesse fazer os números caírem mais rapidamente.

O desespero agarrava seu peito, cada segundo se estendendo insuportavelmente. Tudo o que ele queria era que o caos se resolvesse—sem arrastá-lo para dentro dele, e por enquanto parecia funcionar.

199 Pares Restantes.

Alguns minutos depois, os pares restantes caíram para 199, oficialmente conduzindo a rodada de qualificação para suas últimas lutas.

'Só mais algumas horas e teremos terminado...' pensou Leo, enquanto rezava para que o tempo restante passasse o mais rápido possível.