(Academia Militar de Rodova, Planeta Rodova)
A cápsula de transporte carregando Leo desceu suavemente, seus propulsores emitindo um zumbido baixo enquanto se aproximava dos terrenos da academia.
Com precisão experiente, a nave pousou, enviando um leve tremor pelo chão sob os pés de Leo. Um sinal mecânico seguiu, indicando a conclusão da sequência de pouso.
Um momento depois, as portas da cápsula se abriram com um sibilo pressurizado, deslizando para revelar o mundo além.
Uma corrente de ar fresco entrou, trazendo consigo o frio do ambiente.
Leo respirou fundo antes de dar um passo à frente.
Ao sair, a primeira coisa que chamou sua atenção foi a escala imensa dos terrenos abertos ao seu redor.
Do ar, ele podia perceber que a Academia Militar de Rodova era construída como uma fortaleza, e era massiva em tamanho, no entanto, foi apenas após o pouso que ele percebeu o quão massiva ela realmente era.
Os campos de treinamento se estendiam ao seu redor até onde a vista alcançava, e embora parecessem vastos e amplos, pareciam minúsculos em comparação com as muralhas da academia que se erguiam a uma altura impressionante de 45 metros.
As muralhas da academia eram feitas de tijolos vermelho-escuros e do topo das muralhas pendiam enormes estandartes negros, cada um adornado com letras prateadas em negrito que diziam: "Academia Militar de Rodova".
Os estandartes balançavam suavemente ao vento, seu tecido grosso e reforçado dando-lhes uma presença imponente em vez de decorativa.
Não eram feitos de tecido comum, e mesmo à distância, Leo podia perceber que eram confeccionados com material durável de alta qualidade, resistente tanto aos elementos quanto ao próprio tempo.
As letras prateadas nos estandartes brilhavam sob o sol da manhã, causando arrepios em qualquer observador.
O ambiente da academia gritava que este não era apenas um lugar de aprendizado. Era um legado.
E enquanto Leo olhava ao redor, até ele se sentiu intimidado pela atmosfera e história do lugar.
Um leve arrepio percorreu sua espinha, não de medo, mas da percepção do que ele havia adentrado.
Esta academia não era apenas uma escola. Era um campo de provas.
E apenas os dignos poderiam se formar neste lugar no final.
"Calouros, por aqui—"
Uma voz autoritária e incisiva cortou o ar da manhã enquanto uma instrutora militar feminina ficava à frente dos recrutas reunidos. Sua postura era rígida, sua expressão indecifrável enquanto gesticulava para que os novos alunos a seguissem.
Segurando suas recém-emitidas vestes acadêmicas, uniforme e token de identidade, Leo entrou na fila com os outros, seus olhos ansiosos examinando os arredores em busca de qualquer sinal do misterioso emissor da carta que pudesse lhe dar uma pista sobre como recuperar suas memórias agora que estava dentro da academia.
Infelizmente, porém, ainda não havia nenhum contato externo, forçando-o a seguir os outros normalmente.
A instrutora não perdeu tempo. Enquanto passavam por vários edifícios, ela falava em frases curtas e eficientes, dando uma rápida explicação das principais instalações da academia.
"Este é o escritório administrativo," ela afirmou, acenando em direção a um edifício moderno e elegante com janelas reforçadas. "Se tiverem algum problema nos primeiros dias — problemas de alojamento, substituições de uniforme ou documentação — resolvam aqui. No entanto, não esperem ser mimados. Esta é uma instituição militar, não uma creche."
Leo mal deu mais que uma olhada no escritório, anotando sua localização caso precisasse de algo.
O grupo marchou mais adiante por uma estrada pavimentada, suas botas batendo contra a pedra enquanto a instrutora gesticulava em direção a uma grande estrutura aberta com um teto em forma de cúpula.
"Este é o salão de orientação. Todos vocês se apresentarão aqui amanhã às 07:00 horas em ponto. Uniformizados. Se chegarem atrasados, podem muito bem dar meia-volta e sair do campus, porque não colocarão os pés no salão de testes."
Sua voz carregava o peso da autoridade absoluta, e embora não elevasse o tom, a ameaça subjacente em suas palavras era cristalina.
Leo tomou nota. Sem margem para erro. Anotado.
Eles passaram por outro grande edifício, este distintamente diferente dos demais — mais largo, mais baixo e preenchido com o tentador aroma de comida.
"Refeitório," disse a instrutora simplesmente. "Três refeições por dia. O cronograma está afixado lá dentro. Se perderem uma refeição, o problema é de vocês."
Leo percebeu alguns recrutas lançando olhares ansiosos em direção ao edifício. Ele supôs que alguns deles não comiam há algum tempo. Ele mesmo não se sentia particularmente faminto, embora soubesse que precisaria se reabastecer em breve.
Eles continuaram mais adentro nos terrenos da academia, passando por fileiras de dormitórios idênticos, cada um claramente designado para diferentes anos de estudantes.
"Estes são os dormitórios do segundo ano. Mantenham distância daqui, a menos que queiram ser intimidados."
Finalmente, eles chegaram à última fileira de edifícios, posicionados ligeiramente afastados dos outros.
"Estes," disse a instrutora, parando em seu caminho, "são os dormitórios do primeiro ano — onde vocês ficarão."
Ela se virou para encará-los, braços cruzados sobre o peito.
"Encontrem seus nomes no quadro de avisos na entrada. Ele listará seus quartos designados. Não se incomodem em reclamar sobre suas alocações. Elas já foram decididas."
Alguns recrutas trocaram olhares cautelosos.
Então, como se sentisse suas preocupações, a instrutora acrescentou: "E antes que algum de vocês pergunte — não, vocês não compartilharão quartos. Assassinos vivem em alojamentos privados. Não queremos que vocês se matem durante o sono."
A sobrancelha de Leo tremeu ligeiramente com a franqueza da declaração, mas ele supôs que fazia sentido.
"Então fiquem felizes por todos vocês viverem separadamente, desfrutando de banheiros privados, já que indivíduos de outras profissões não desfrutarão desse luxo e serão forçados a compartilhar banheiros com colegas de quarto suados." ela concluiu, seu olhar frio percorrendo os recrutas. "Se tiverem alguma última pergunta, sugiro que descubram por conta própria. Dispensados."
E com isso, ela girou sobre os calcanhares e saiu a passos largos, deixando os novos alunos entregues a si mesmos.
No entanto, ao passar por Leo, ela propositalmente diminuiu o passo, apenas por uma fração de segundo — mal o suficiente para ser notado.
Seu olhar afiado piscou em direção a ele, enquanto a dupla fazia o mais breve contato visual antes que ela continuasse andando como se nada tivesse acontecido.
Leo mal teve tempo de processar isso antes de sentir algo estranho pressionado contra sua palma — uma textura leve, mas inconfundível, áspera, porém flexível.
Papel.
Seus dedos se fecharam em torno dele instintivamente antes que qualquer outra pessoa pudesse notar. Seus olhos se arregalaram de surpresa.
A instrutora não olhou para trás. Ela se afastou sem dizer mais nada, deixando Leo de pé entre seus colegas com um mistério silencioso agora repousando em seu punho.