Assim que o Major saiu da sala, Leo levantou-se rapidamente e dirigiu-se à saída.
Diferentemente de muitos outros que ainda recebiam tratamento médico, ele precisava de pouca atenção médica.
A poção que lhe haviam dado já tinha feito seu trabalho, restaurando sua energia e amenizando as dores persistentes em seus músculos.
Ao passar pela porta, ele entrou em um longo corredor onde uma série de balcões temporários havia sido montada.
Atrás de cada um, oficiais militares sentavam-se com um ar de rígida eficiência, suas expressões inescrutáveis enquanto processavam os novos recrutas.
Alguns estudantes já haviam formado filas nos balcões, alguns se movendo lentamente devido à exaustão, enquanto outros se portavam com tensa atenção, ainda cautelosos apesar da provação ter terminado.
O murmúrio de conversas silenciosas preenchia o espaço, mas ninguém ousava falar muito alto.
Leo examinou a área e dirigiu-se a um balcão desocupado, onde um oficial de meia-idade com cabelos grisalhos estava sentado com um grosso livro de registros à sua frente. O homem mal levantou o olhar quando Leo se aproximou.
"Nome?" perguntou o oficial, com um tom breve e direto.
"Leo," respondeu Leo sem hesitação.
O oficial correu o dedo pela lista de nomes, parando quando encontrou o que procurava. Com um breve aceno de cabeça, ele alcançou debaixo do balcão e puxou uma bandeja arrumada com cuidado.
Os olhos de Leo imediatamente se voltaram para o conteúdo.
No topo da bandeja havia dois conjuntos dobrados de uniformes militares. O tecido era durável, a costura precisa, com a patente de Soldado estampada no peito.
Diferentemente dos padrões de camuflagem verde que ele esperaria de trajes militares, esses uniformes tinham um design de camuflagem cinza distinto, um esquema de cores discreto claramente destinado a se misturar em ambientes urbanos em vez de florestas densas.
Seu olhar percorreu o emblema acima do bolso do peito. Bordadas em letras nítidas sobre o brasão da academia estavam as palavras: [Divisão de Assassinos].
Os dedos de Leo pairaram sobre o material por um momento, depois mudaram para o segundo conjunto de roupas na bandeja.
Era diferente do primeiro — preto como breu, leve e fluido. Um conjunto de vestes especificamente projetado para prática de combate de assassino.
"Uniforme padrão," explicou o oficial em voz monótona. "Para ser usado diariamente nas sessões acadêmicas. As vestes pretas são para cursos práticos de combate. Use-as conforme instruído."
Leo fez um leve aceno com a cabeça, pegando o último item na bandeja — um pequeno, mas finamente elaborado, token de identidade.
Era um distintivo de metal sólido, surpreendentemente pesado para seu tamanho.
Gravadas em sua superfície polida estavam as palavras: Leo Skyshard – Academia Militar de Rodova.
Embora Leo ainda não compreendesse totalmente o significado desse token, algo lhe dizia que seria mais do que apenas uma identificação de estudante.
Em um mundo onde a força ditava o status, ter prova de seu lugar na academia provavelmente abriria portas que ele ainda nem havia considerado.
Por enquanto, no entanto, ele simplesmente pegou o que lhe foi dado, acenando silenciosamente enquanto se afastava do balcão, sua mente já se voltando para o que estava por vir.
Caminhando rapidamente, ele chegou à área do hangar onde naves de transporte modernas estavam esperando para levar os estudantes à sua nova casa.
Assim que estudantes suficientes para uma viagem se reuniram, eles foram rapidamente embarcados na nave, que decolou rumo à lendária Academia Militar de Rodova.
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A viagem aérea até a academia foi curta, durando apenas quinze minutos.
No entanto, a distância percorrida foi sem dúvida significativa — Leo tinha certeza de que havia observado eles cruzarem um oceano inteiro com base na vista de sua janela.
De cima, o forte contraste entre onde ele estivera e para onde estava indo tornava-se cada vez mais claro.
A área de teste da prisão era uma ilha isolada, cercada por nada além de densas selvas e natureza implacável.
Isolada e esquecida, seu único propósito era servir como campo de batalha para aqueles desesperados o suficiente para buscar entrada na academia.
Mas a verdadeira Academia Militar de Rodova não era nada parecida com isso.
À medida que a nave se aproximava de seu destino, a vegetação acidentada e indomada da ilha dava lugar ao coração pulsante da civilização.
Uma vasta metrópole se estendia em todas as direções, com arranha-céus imponentes projetando longas sombras sobre as ruas movimentadas abaixo.
Enormes painéis digitais piscavam com anúncios, exibindo rostos que Leo não reconhecia — influenciadores famosos, celebridades e guerreiros, cada um estampado com texto em negrito promovendo produtos cosméticos, aprimoramentos genéticos, armas ou serviços militares.
As estradas estavam repletas de veículos elegantes e de alta velocidade serpenteando entre edifícios de vários tamanhos.
Alguns rolavam nas estradas abaixo, enquanto outros voavam desordenadamente no céu, assim como a cápsula voadora em que ele estava.
Leo, apesar de sua habitual indiferença, se viu cativado pela vista.
O nascer do sol atrás do horizonte da cidade banhava toda a cidade em um brilho intenso, incendiando as ruas com tons de carmesim e ouro.
Por um momento, ele simplesmente observou, apreciando a beleza surreal de tudo aquilo.
Então, seus olhos pousaram na verdadeira peça central da cidade — a Academia Militar de Rodova.
Mesmo em uma metrópole repleta de maravilhas arquitetônicas, a academia se destacava como um titã entre elas.
Era colossal.
Uma fortaleza em todos os sentidos da palavra.
Seu tamanho imenso ofuscava todas as estruturas ao redor, fazendo até mesmo os arranha-céus mais altos parecerem insignificantes em comparação.
Muralhas massivas cercavam os terrenos da academia, alinhadas com torres, postos de controle de segurança e torres de vigia guarnecidas por pessoal fortemente armado.
Os edifícios dentro do complexo eram monolíticos, construídos com metal reforçado e materiais de ponta que refletiam um senso de poder absoluto.
Leo sabia pouco sobre planejamento urbano ou imóveis, mas até ele entendia o que isso significava.
Em uma cidade tão densamente povoada como esta, ter uma academia desse tamanho no coração dela significava que apenas o terreno da academia já valia uma fortuna.
Nenhuma academia comum poderia se dar ao luxo de tal extravagância, e se a Academia Militar de Rodova estava localizada em tal lugar, então certamente era um lugar especial.