Capítulo 20

Ela voltou para o sofá, o corpo inquieto, e sem pensar, suas mãos deslizaram para baixo, sob o tecido da camisola. Fechou os olhos, tentando bloquear a culpa, mas a imagem de Eduardo veio, clara e avassaladora. No escuro de sua mente, ele estava lá, de pé, sem camisa, a pele morena brilhando como se iluminada por velas. Mas agora havia mais — cordas vermelhas em suas mãos, o olhar fixo nela com uma intensidade que a fazia tremer.— Deixe-se ir, Naomi — sussurrou ele no sonho, a voz como veludo. Ele se aproximou, as cordas deslizando por seus pulsos, amarrando-os com uma precisão que era ao mesmo tempo firme e gentil. A pressão das cordas era estranhamente reconfortante, como se entregá-las a ele a libertasse de algo. Ele puxou-a para si, os lábios roçando seu pescoço, os dentes afiados — afiados? — roçando a pele sem machucar. — Você quer isso — disse ele, uma mão deslizando por sua coxa, subindo até onde o calor era quase insuportável. — Diga que quer.— Eu... quero — gemeu ela, as palavras escapando antes que pudesse detê-las. No sonho, ele a pressionou contra uma parede de pedra, as cordas segurando seus pulsos acima da cabeça, deixando-a exposta, vulnerável, mas poderosa ao mesmo tempo. A mão dele encontrou seu centro, os dedos movendo-se com uma habilidade que a fez arquear o corpo, o prazer crescendo até um pico que a arrancou do sonho com um grito.Naomi abriu os olhos, ofegante, as mãos ainda sob a camisola, o corpo tremendo com o clímax que a deixara molhada e frustrada. Não era real. Mas parecia real. Tão real que ela podia jurar que sentia o toque dele, o peso de seu olhar. Ela enterrou o rosto nas mãos, o coração disparado. — Isso não sou eu — sussurrou, mas a mentira era frágil. Porque, no fundo, ela sabia que uma parte dela queria mais.