Capítulo 8 - Ace Frost, o Detetive II

Ace Frost já viu diversos casos de assassinatos impossíveis, casos de crimes indecifráveis, mas hoje ele estava na frente do maior enigma de sua vida: Alexsander Winchester.

Um grupo de criminosos deixar ele viver não é coincidência, não para Ace, a pergunta deixou Alexsander confuso, e Ace podia ver isso.

Alexsander Winchester, o garoto que sobreviveu por sorte de um grupo criminoso com vida e com apenas um braço arrancado.

"Este garoto é enigmático..."

-

- Perdão?

- Exatamente, o que exatamente é você? - Ele suspirou fundo. - Ninguém sobrevive de um grupo de criminosos apenas por "sorte".

Isso me deixou chocado e definitivamente me fez subir um frio na espinha. "Ele tá desconfiando de mim?" Eu pensei, tentando compreender a situação na minha frente, segurando um pouco mais forte nas minhas pernas e cerrando meus punhos.

Ele pareceu perceber meu olhar e suavizou sua voz, deixando um pouco mais serena: - Fique tranquilo, lembre-se que é um "suspeito" e não um "cúmplice".

Depois de um longo silêncio, principalmente pelo fato do meu choque de ter sido considerado um suspeito, mesmo que não totalmente, Ace pareceu abrir uma bolsa que estava em sua cintura e tirou uma prancheta de dentro dela, lendo-a por alguns segundos antes de continuar.

- Alexsander Winchester, certo?

- Sim. - Eu respondo de forma direta.

- Aqui diz que você tem 27, atualmente é solteiro e mora com os pais, concorda?

- Sim, concordo.

Ace pareceu anotar ou rabiscar algo no caderno, antes de voltar seu olhar pra mim e manter seu olhar mais sério.

- Alexsander, você me confirma que não possui nenhum envolvimento com os criminosos?

Seu olhar pareceu de ameaça, e eu engoli seco, mas manti minha postura, sabendo que se eu fraquejar eu posso aumentar mais sua suspeita, que já parecia grande.

- Não, não possuo nenhum envolvimento com o grupo criminoso.

Ele olhou pra mim por alguns segundos e voltou seu olhar a prancheta, rabiscando algo que eu não sabia que era. Então, seu olhar pareceu suavizar, e assim ele olhou pra mim.

- Você lembra se eles falaram pra você alguma coisa quando foi "atacado"?

Ele pareceu dar ênfase no "atacado", claramente ele ainda suspeitava de mim. Eu tentei lembrar do que falaram, mas voltou na minha mente as palavras que eu não conseguia entender deles, mas ai lembrei da única palavra decente que eu entendi.

- Eu lembro de um deles falarem "Chaos" ou algo assim...

No momento que eu falei isso, um olhar de surpresa momentâneo aparece no rosto do detetive, ele trava antes de tentar voltar a si mesmo. - "Chaos"? Você tem certeza? - Ele me perguntou, com um tom que parecia de incredulidade presente.

- Sim. - Eu analiso seu olhar de incredulidade e pergunto de forma ingênua - ...algum problema com isso, detetive?

Ele apertou a testa na mão, demorou um pouco até ele continuar:

- Não, fique tranquilo.

Então ele continua, tentando manter sua compostura de detetive: - Eu realmente não posso te deixar jogado por ai, mas eu tenho uma idéia.

- Uma idéia?

Ele parece mexer naquela bolsa de antes e pegar de dentro um pequeno papel e me entregar em minha mão. Eu peguei ele e li atentamente o papel:

[ Detetive Ace Frost, Detetive N°1 de Crybon de Sisyphus!

Número: (xx) xxxx-xxxx, Endereço: Rua xxxxxx ]

"Não me diga que ele quer..." Eu nem pude pensar muito antes de perceber que ele se levantou e partiu pra sair. Eu arregalei os olhos, mas ele abriu a boca e falou num tom sereno: - Amanhã as 15:00, sem atraso.

Ele saiu pela porta, como se não tivesse feito nada demais. Por um lado, eu não sabia que acabou de acontecer, "Esse cara definitivamente não bate bem da cabeça" eu pensei.

Eu peguei a folha e eu a virei, apenas por curiosidade, mas quando virei havia algo escrito lá, parecendo que foi escrito com algum tipo de caneta barata, pois havia uns borrões.

[ Você virou? Trouxa ]

"É, definitivamente ele não bate bem da cabeça." Eu murmurei, olhando pro verso com decepção.

Tudo foi tão rápido que eu não pude organizar meus pensamentos, mas recapitulando: Esse detetive suspeita de mim, e de alguma forma ele quer que eu vá pra algum lugar não tão longe daqui.

Eu não tinha dúvidas que algo podia acontecer se eu não fosse ou chegasse atrasado, mas eu pensei como iria contar isso pros pais do Alexsander, pois não seria fácil dizer que sou um suspeito de um detetive renomado em todo reino.

Então, eu fiz minha decisão.

-

No dia seguinte eu parti para o lugar que estava marcado, mas não sozinho.

- Filho, tem certeza que este é o local? - Arthur perguntou, olhando pros lados de dentro do carro.

Eu não tive muita escolha, Sr. Winchester me disse que só deixaria eu sair caso ele fosse comigo, então para não me estressar mais com tudo isso, eu só aceitei sem hesitar.

- Sim, é aqui mesmo.. - Eu respondo, abrindo a porta do carro.

- Certo. Não esqueça de apertar o aparelho quando acontecer algo!

- Eu vou, prometo...

O aparelho em questão é um pequeno bracelete que emite um som quando aperto nele, que é emitido para viatura. Infelizmente essa era a incrível condição para eu vim, mas era melhor do ser preso pela polícia e ser um suspeito permanente de um detetive.

O lugar marcado era uma casa enorme, com uma escadaria de pedra que levava a porta. Eu subi e vi a campainha e a toquei, demorou alguns segundos até alguém abrir a porta.

Era uma pessoa bem velha com uma postura definida, cabelos grisalhos grandes e bigode branco alinhado, como uma tesoura, usando um terno bem caro preto.

- Você deve ser o Sr. Winchester. Entre, Sr. Frost está a sua espera.

"Que conveniente..." E pensar que Ace era tão rico que tinha até um empregado pessoal, mas vivia numa casa comum, era bem intrigante.

Eu segui o empregado pela casa, era um lugar bonito, mas claramente feito pra morar apenas uma pessoa, nem parecia uma casa estava mais para um chalé, só que bem decorado com antiguidades que pareciam valer milhões.

Subindo uma escada de mármore rigido, chegamos a uma única porta, o empregado a abriu e lá dentro havia uma espécie de escritório típico de cinema: Livros, decorações, coloração confortável e diversos quadros com nomeações.

E ao final da sala, estava sentado um homem, com uma roupa casual mas profissonal ao mesmo tempo, lendo um livro. Parecendo perceber nossa presença, ele fecha o livro, colocando alguma coisa dentro dele e vira seu rosto para nossa direção.

- Bem vindo a minha humilde residência, Alexsander Winchester.