Capítulo 7 - Ace Frost, o Detetive

Era mais um dia da semana. Em mais um desses dias, eu, como Alexsander não poderia trabalhar, pois ainda estava me recuperando em casa, não só fisicamente, mas mentalmente.

Depois de tudo isso, não vou mentir que todo choque de ter sido brutalmente atacado por assassinos não me afetou mentalmente, mas não o suficiente para eu ter um trauma, talvez se eu fosse mais novo mentalmente com absoluta certeza teria pego um trauma.

Então, enquanto estava escutando rádio e lendo um livro chamado "Henry Porta: e a Pedra da Filosofia" eu escuto um som de batida de porta, mas não um qualquer.

Toc... TOC!

Primeiro toque foi leve como pena e o segundo foi uma batida forte quanto um cano de ferro caindo no chão, fazendo eu pular do sofá instantaneamente quando escutei ela. Obviamente eu suspeitei, afinal fazia bastante tempo dês que alguém via pra minha casa além de policiais vindo me interrogar.

Eu hesitei, era tarde e não valia a pena abrir a porta, e eu ainda tava me recuperando daquilo. Então, apenas gritei alto o suficiente para ele me escutar:

- Quem é?!

Demorou um pouco até eu ouvir alguma voz: - É do Departamento de Investigação de Crybon, deixe-me entrar.

"Departamento de Investigação?" Eu hesitei denovo, pois nunca tinha ouvido falar de um Departamento de Investigação da cidade de Crybon (a cidade onde eu estou vivendo), sendo assim, só pude suspeitar mais ainda da voz do outro lado.

Eu não respondi, mas então respirei fundo e fui até a porta de fininho, me encostando nela o suficiente para ele não perceber, colocando meu olho no olheiro da porta. Atrás dela estava um homem, alto, de cabelo loiros e olhos azuis, usando uma roupa de couro que combina perfeitamente com a aparência dele.

"Que cara bonito..." - Eu pensei.

Então de repente homem atrás da porta bate a porta denovo, exatamente com a mesma força de antes: Uma batida fraca de inicio e outra forte. Isso me assustou e me fez dar um pulo de susto, como um gato, fazendo um som o suficiente pro homem perceber que eu estava atrás da porta.

- Oh~ Estava espiando?~ - O homem fala de forma zombeteira.

Eu me levanto no chão lentamente e percebendo que o homem sabia que ele estava atrás da porta, eu ainda hesitei, pois não o conhecia.

Após pensar por alguns segundos, eu suspirei fundo e falei com uma voz com incerteza e hesitação: - Qual sua intenção?

O homem pareceu surpreso, mas sua expressão voltou a calma estranhamente minuciosa: - Entendo, deveria ter te avisado antes de vim pra cá.

"Huh? Como assim?"

Eu nem tive tempo pra reagir pois ele falou mais rápido do que eu pude reagir: - Eu sou Ace Frost, como dito antes, um detetive do Departamento de Investigação de Crybon... Tô impressionado que não tenha me reconhecido.

Meus olhos se arregalaram. Ace Frost era um nome que até o Sr Winchester conhecia, um detetive renomado, quantas vezes eu escutei dele, ele é quase o Sherly House desse mundo.

- Eu juro que vim aqui em paz, mas se quiser falar de trás da por-

- Eu vou abrir. - Eu falo, interrompendo ele.

Lentamente eu giro a maçaneta e abro a porta pra frente. Eu vejo a mesma figura, me olhando da mesma forma de antes, com os braços pra trás e seu tronco inclinado pra frente, como se estivesse me analisando com estes olhos azuis.

Ele me olha, de cima pra baixo como se estivesse vendo um ornitorrinco de fedora, e depois de inclinar seu tronco pra trás, mantendo sua postura reta, ele finalmente fala:

- Boa tarde, desculpa a introdução tardia, vejo que minha intromissão o deixou desconfortável.

- Definitivamente, não vou mentir. - Falei de forma direta.

Ele então vira sua cabeça pro meu braço e olha por alguns segundos até falar denovo: - Hm, vejo que você está se recuperando bem.

- Sim, obrigado... - Eu então raciocínio rápido e olho pra ele - como assim, como você sabe disso?

Ace sorriu de forma minuciosa, seus lábios se moveram junto a ele e ele respondeu de forma serena: - Claro, fui eu manti seu caso só pra mim.

Ele se aproximou até mim e foi até meu ouvido, sua respiração e seu ar forte me fizeram gelar, e então ele fala com uma voz com um tom sério: - Sinceramente, eu suspeito bastante de você, Alexsander Winchester... - ele tira sua cabeça perto meu ouvido e dá uns tapinhas no meu ombro, deixando eu completamente desconfortável.

"Esse cara não tem noção de espaço não...?"

Ele passa mão no seu cabelo rapidamente e coloca sua mão atrás de seu pescoço, antes de mudar seu olhar pra dentro de minha casa.

- Então, posso entrar?

- Bem... - Eu hesito, pois ainda me sentia um pouco abalado pelo que ele fez, mas manti minha postura - você pode, fique a vontade.

Ace passa reto por mim e eu sigo ele logo em seguida, ambos entramos em casa, eu me sento na cadeira da cozinha e aponto pra ele sentar na cadeira oposto, mas ao invés disso ele senta ao meu lado, sem distância, deixando eu indignado: - Sabe, você não tem noção de espaço não?

Ele olhou pra mim, apoiando seu braço a mesa e sua cabeça a sua mão, ele contorce seus lábios a um sorriso, falando logo em seguida: - Não gosta da minha companhia, Alex?~

- Não. Sai. - Eu falei de forma ameaçadora.

Ele faz beicinho, fazendo um "hmph!" antes de se levantar e ir pra cadeira oposta da minha e me olhar com um olhar de irritação falsa, antes de olhar pra mim, com um olhar sério, colocando sua cabeça sob seu braço apoiado a mesa.

- Então, você já deve ter sido bastante questionado, e pra ser sincero, eu não vim aqui pra perguntar perguntas tolas.

Ele falou de forma direta, toda postura dele mudou, o detetive brincalhão trocou pra alguém mais sério, o que vendo me deixou ainda mais tenso da razão dele ter vindo pra cá, mas minha resposta seria respondida com ele falando de forma ainda mais séria:

- Alexsander Winchester, o que exatamente é você?