Episódio 10

EPISÓDIO 10 – DOIS AMORES, DOIS DESTINOS

Interior – Fazenda Monteiro – Quarto de Isabela – Início da manhã

Isabela acordou com os olhos inchados. O diário de Helena estava aberto sobre o travesseiro, como se ela tivesse adormecido tentando absorver tudo.

A voz de Helena ainda ecoava em sua mente:

**“Daniel foi o amor que me deu coragem. E Alberto… foi a prisão da qual nunca escapei.”**

Ela se levantou, caminhou até o espelho e sussurrou:

— “Se minha mãe teve dois amores, e os dois a machucaram… o que me espera com Miguel?”

Interior – Cozinha da fazenda – Minutos depois

Miguel tomava café com Joaquim. O clima era tenso.

— “Você devia ter contado tudo desde o começo.” — disse Miguel, firme.

Joaquim abaixou a xícara.

— “Eu tentei protegê-la. E protegi você também. Daniel era instável. Tinha ciúmes, raiva, crises…”

— “Mas não mentia. E agora Isabela está perdida.”

Joaquim ficou em silêncio.

Verônica entrou, aflita.

— “O canal de notícias publicou. A carta do Daniel chegou à imprensa.”

— “Como assim?” — perguntou Miguel.

Ela mostrou o celular. A manchete era clara:

**“MISTÉRIO EM FAMÍLIA: HOMEM DIZ SER VERDADEIRO AMOR DE HELENA MONTEIRO E CULPA FAMÍLIA PELO SUMIÇO”**

Interior – Escritório da mansão Ferraz – Presídio – Ao mesmo tempo

Alberto lia a notícia no jornal. Riu com escárnio.

— “Daniel está vivo. Claro. Os fantasmas sempre voltam.”

Seu advogado o olhava com preocupação.

— “Se Daniel for reconhecido como pai biológico…”

— “Ele não é. Eu sou o pai daquela garota. Mas agora… tanto faz. Ela me traiu. Todos traíram.”

— “Senhor, temos um problema maior. Uma equipe de documentaristas coreanos está investigando a família Monteiro. Essa história vai para o mundo.”

Alberto lançou o jornal longe.

— “Se o mundo quer uma guerra… então eu vou dar um espetáculo.”

Interior – Fazenda Monteiro – Sala – Tarde

Isabela observava a reportagem pela TV. Flashs de sua imagem, fotos de Helena, declarações públicas. Sua vida virava um espetáculo.

Miguel entrou.

— “Você está bem?”

— “Não. Mas eu preciso estar.”

Silêncio.

— “Miguel, você me ama?”

Ele se aproximou e segurou sua mão.

— “Com tudo o que sou. E com tudo o que ainda não sou.”

— “Mesmo com a confusão que sou agora?”

— “Especialmente por causa disso.”

— “Eu não sei se vou conseguir manter isso entre nós… com tudo o que está acontecendo. E se meu destino for como o da minha mãe?”

Miguel sorriu, com tristeza nos olhos.

— “Você não é sua mãe, Isa. E eu… não sou Alberto. Mas se um dia você achar que precisa me deixar para se encontrar, eu vou entender.”

Ela abaixou a cabeça.

— “Eu só quero um pouco de paz. Saber quem eu sou, sem vozes gritando na minha cabeça.”

— “Então vamos encontrá-la juntos. Mas… só se você quiser.”

Isabela o abraçou. Forte. Intenso. Mas no fundo… confusa.

Exterior – Caminho de terra – Início da noite

Daniel observava de longe. Um jornal em mãos, uma arma escondida na mochila.

— “Ela não está pronta. Mas vai estar. Antes que o mundo destrua o que ainda resta dela.”

Interior – Fazenda Monteiro – Quarto de Isabela – Mais tarde

Ela revia uma antiga fita cassete. Uma entrevista de Helena quando jovem.

**“Amar alguém é sempre uma escolha entre coragem e destino. Às vezes, escolhemos a dor porque achamos que ela é tudo que merecemos.”**

Isabela pausou.

— “Mãe… e se eu não quiser viver entre dores antigas? E se eu quiser um novo caminho?”

Interior – Pousada na cidade – No dia seguinte

Isabela fazia as malas. Verônica bateu na porta.

— “Você vai aonde?”

— “Preciso de um tempo sozinha. Sem Miguel, sem Joaquim, sem Daniel… sem Ferraz.”

— “Vai fugir?”

— “Não. Vou me encontrar.”

Verônica a abraçou.

— “Sua mãe teria orgulho da mulher que você está se tornando.”

— “Você acha?”

— “Tenho certeza.”

Exterior – Rodoviária – Horas depois

Miguel chega correndo, ofegante.

— “Isa!”

Ela vira-se. Olhos marejados.

— “Eu não estou te deixando. Estou apenas me escolhendo por um tempo.”

Miguel segura o rosto dela com ternura.

— “Promete que volta?”

— “Prometo… se ainda houver amor me esperando.”

O ônibus parte.

Miguel observa, parado.

Interior – Fazenda Monteiro – Escritório – Noite

Joaquim abre um cofre antigo. De dentro, retira um envelope marcado com o nome “DANIEL”.

— “Chegou a hora de contar tudo… mesmo que me custe tudo.”

———

PRÓXIMO EPISÓDIO: “A Confissão de Joaquim”

Com Isabela distante e a verdade de Daniel vindo à tona, Joaquim decide revelar seu segredo mais sombrio. Enquanto isso, um atentado coloca Miguel em risco — e uma carta anônima muda o rumo da história.