Episódio 34

EPISÓDIO 34 – DESPERTAR

Interior – Hospital Geral de Seul – Quarto 207 – Madrugada

O quarto estava silencioso. A única luz vinha do monitor cardíaco que piscava ao lado da cama de **Alina**. Seus olhos estavam fechados, o rosto machucado, uma faixa no peito protegendo o local onde a **pedra de poder** havia absorvido o impacto do acidente.

De repente, um brilho suave saiu da pedra — mesmo trincada, ela ainda pulsava levemente. A respiração de Alina se intensificou. E então…

**FLASH**.

Interior – Jardim de Memórias – Sonho

Alina estava em um lugar que não reconhecia. Um campo florido, árvores altas, e ao fundo… um banco de madeira. Sentada ali, estava **Helena Monteiro**, jovem, com o mesmo sorriso que guardava nas poucas fotos que Alina tinha dela.

— “Mãe?” — sussurrou Alina.

Helena sorriu, de forma serena.

— “Você voltou. Mesmo ferida. Eu sabia que a pedra te traria até mim... de novo.”

— “Isso é um sonho?”

— “É uma memória. Um espaço onde as verdades esquecidas se revelam.”

Alina se aproximou.

— “Eu descobri tudo. Que não sou filha de Raul. Que você mentiu. Mas mesmo assim… me escolheu.”

Helena estendeu a mão.

— “E faria isso mil vezes. Eu te escolhi por amor, Alina. Não pelo sangue. O que define uma mãe… é quem ama, não quem gera.”

Alina se emocionou.

— “Mas agora César tomou a fundação. Eu falhei…”

— “Você ainda respira. E enquanto houver um fôlego seu… a história pode ser reescrita.”

Helena se levantou e tocou o peito da filha.

— “A pedra pode ter rachado… mas o que ela representa ainda vive aqui.”

Alina fechou os olhos.

— “O que eu faço agora?”

Helena sussurrou:

— “Acorde. E lute.”

Interior – Hospital Geral – Quarto 207 – Manhã

**Alina** abriu os olhos de repente, ofegante. O monitor cardíaco apitou. Enfermeiros entraram correndo.

— “Ela acordou!” — gritou uma das enfermeiras.

Minutos depois, **Miguel** entrou, ainda com uma atadura na testa. Ao ver a irmã acordada, se aproximou com lágrimas nos olhos.

— “Graças a Deus…”

Alina tentou se sentar, mas gemeu de dor.

— “Miguel… a fundação… César…”

— “Ele assumiu a presidência provisória. Convocou assembleia. Mas ainda não venceu.”

— “A pedra me levou até ela. Minha mãe. Ela me falou.”

Miguel apertou a mão da irmã.

— “Então talvez ainda haja tempo.”

Interior – Fundação Helena Monteiro – Auditório – Mesmo Momento

**César** subiu ao palco, vestido com um terno preto impecável. As câmeras da imprensa estavam ligadas. Vários acionistas estavam presentes.

— “Com base nos documentos entregues ao tribunal, e considerando a ausência atual dos herdeiros legítimos da família Monteiro, assumo hoje a presidência provisória da Fundação Helena Monteiro.”

Murmúrios. A tensão era visível.

— “Meu compromisso é limpar o nome da instituição, restaurar a ordem e garantir que o futuro não seja guiado por mentiras emocionais, mas por fatos concretos.”

Do fundo do salão, **Verônica** levantou-se.

— “Você não tem o direito!”

César sorriu.

— “Tenho. Foi assinado. O juiz me deu 72 horas para estabilizar a fundação. E vocês… perderam.”

Interior – Hospital – Quarto de Isabela – Final da Tarde

**Isabela** continuava desacordada. Ao lado da cama, **Alina** segurava a mão da amiga, emocionada.

— “Você me ensinou a ser forte, Isabela. E agora… eu vou lutar por você também.”

**André** entrou, trazendo um envelope.

— “Alina… chegou isso do tribunal. É uma cópia da carta original de Helena, registrada em cartório francês. Um dos nossos advogados encontrou o rastro nos arquivos internacionais.”

Alina leu rapidamente.

— “Ela me reconhecia como filha, legalmente. Muito antes de tudo isso.”

— “Podemos reverter a posse de César com isso. Mas temos que agir rápido.”

— “Então vamos.”

Interior – Escritório Central do Tribunal de Justiça – Noite

**Alina**, **Miguel**, **André** e **Verônica** estavam diante do juiz.

— “Excelência, apresentamos aqui o documento oficial de reconhecimento legal da maternidade de Helena Monteiro sobre Alina Seo Monteiro, datado de 2015, em Marselha, França. Registrado em cartório, autenticado em consulado coreano.”

O juiz analisou o documento.

— “Se isso for verificado, o direito provisório de César será suspenso imediatamente.”

Interior – Fundação Helena Monteiro – Auditório – Dia Seguinte

César estava reunido com acionistas, apresentando um novo projeto de “reformulação completa” da fundação.

De repente, a porta se abriu com força.

**Alina entrou.**

Com passos firmes, caminhou até o palco.

— “Essa reunião está suspensa.”

— “Você não tem autoridade aqui, Alina.” — disse César, tentando manter a pose.

Ela levantou o documento oficial.

— “Tenho sim. Reconhecimento legal. Documento assinado, registrado, autenticado. Você foi afastado. A presidência volta para as mãos da família Monteiro.”

Os acionistas murmuravam.

— “É oficial?” — perguntou um deles.

**Miguel**, **André** e **Verônica** entraram logo atrás, com um oficial de justiça.

— “Senhor César Vargas, o senhor está legalmente destituído da presidência da Fundação Helena Monteiro.”

César apertou os punhos.

— “Vocês acham que ganharam…”

— “Não. Nós temos certeza.” — respondeu Alina.

César foi escoltado para fora.

Interior – Quarto de Hospital – Instantes Depois

**Isabela abriu os olhos.**

Tudo estava calmo. A luz do fim da tarde atravessava a janela.

Ela piscou devagar, e ao lado da cama, **Miguel** chorava.

— “Você voltou…” — ele sussurrou, sorrindo.

Ela sorriu de volta, fraca.

— “Claro… que eu voltaria. Eu te prometi.”

Ele segurou sua mão.

— “César foi expulso. Alina reassumiu. E a fundação… é nossa de novo.”

Isabela fechou os olhos, sorrindo de leve.

— “Agora sim… o recomeço pode começar.”

———

PRÓXIMO EPISÓDIO: **“Novo Amanhecer”**

Com César afastado, Alina assume oficialmente a liderança da Fundação, mas novas decisões precisam ser tomadas. Miguel decide dar um passo além com Isabela, e Verônica descobre um segredo de André que pode mudar o rumo da família Monteiro mais uma vez.