Part 2

Darkus

Uns 3 dias depois, de noite, meu telefone toca. Aquele número de novo. Não, não salvei o contato dela.

Parei o meu jogo. Espero que seja algo importante.

Darkus: Oi.

Júlia: Oi…

Mais uma vez aquele silêncio.

Darkus: Tá bem?

Júlia: Na verdade eu preciso da sua ajuda de novo.

Darkus: Precisa de mais leite?

Uma breve pausa. Deu tempo pra pensar no que eu não devo.

Júlia: Não. Dessa vez, não tem nada a ver com leite.

Ainda bem, porque a última experiência foi tensa demais.

Darkus: Então…

Júlia: Cê gosta de assistir filme?

Darkus: Mais ou menos. Por quê?

Será que essa vai demorar, tô numa fase foda aqui no jogo. Eu acho que logo mais vai ser o Boss.

Júlia: No Galaxy tá com alguns filmes bem bacanas. Aí… *breve pausa* não sei, não estaria interessado em assistir comigo?

Darkus: Agora?

No meio do meu jogo…

Júlia: Sim…

Sua voz trêmula estava diferente, parecia triste. Eu sei é livro, mas mesmo assim. Eu fiquei apreensivo.

Darkus: Peraí…

Salvar, salvar manual. Confirmar… slot 1… Pronto!

Darkus: Pronto. Na sua casa mesmo?

Porra, na minha que não ia ser. Eu sempre falo essas merdas quando tô nervoso, Jesus!

Júlia: Uhum. Vem, que eu vou preparar a pipoca.

Desliguei tudo. Eu sei que deveria perguntar sobre seu relacionamento, mas a voz doce dela me cativou e acabei respondendo sem pensar.

Bom, não tem mais volta. Só espero que ela não fique de gracinha. Já foi difícil me controlar na primeira, espero agora ser diferente.

Um filme com uma gatinha… tudo que eu queria. Tanto que acabei suspirando aliviado.

Júlia: Que foi?

Darkus: Nada. Vou me arrumar e já-

Ela me interrompe.

Júlia: Estava pensando da gente ficar de pijama mesmo.

Quêêê?

Darkus: De pijama?

Júlia: Sim, é mais confortável. Mas, se não quiser eu-

Darkus: Não, tá tudo bem. Já tô saindo.

Minha vez, modafoca! Eu que interrompi!

Júlia: Tá bom! 

Ao perceber que ia desligar, desliguei primeiro.

Ainda bem que tomei banho mais cedo. Por isso, não vou estender, só o filme e pronto, sem gracinhas. Me levantei da cama e fui para a cozinha, tudo no maior silêncio.

Tá certo que eu fui convidado e ela mora logo ali. Mas não custa nada levar um chocolate pra ela.

Abri a geladeira e vem aquele ar gelado de sempre. Peguei uma barra que estava lá no canto.

Agora, só espero que não tenha mais ninguém lá. Se não, isso vai ser um problema.

Mas que se foda, já aceitei mesmo. Mesma coisa do capítulo anterior, sai em silêncio.

Quando faltavam poucos passos, notei que a porta estava encostada.