Encontro às Cegas no Jantar Dá Errado

O sangue de Jean fervia enquanto Logan sorria maliciosamente para ela do outro lado do restaurante. Ele se recostou em sua cadeira, irradiando diversão, como se estivesse aproveitando uma piada particular às custas dela.

De todos os lugares, de todas as pessoas.

Ela estava esperando um jantar chato e entorpecente com mais um estranho que sua mãe havia escolhido a dedo. Em vez disso, ela tinha que lidar com ele.

"Que diabos você está fazendo aqui, Logan?" Jean exigiu, cruzando os braços.

"Esperando por você, princesa." Ele piscou.

"O quê!"

Logan inclinou a cabeça, seu sorriso malicioso se alargando. "Eu poderia perguntar o mesmo a você, princesa. Não achei que encontros às cegas fossem a sua praia."

Jean enrijeceu. Claro, ele sabia.

Todos sabiam. Era impossível manter segredo quando sua família fazia questão de que toda a cidade a visse como a filha perfeita e obediente esperando por um par. Mas o que ele não sabia... o que ninguém sabia... era que isso era uma gaiola da qual ela não conseguia escapar.

Os dedos de Jean se fecharam em punhos ao seu lado, as unhas cravando nas palmas enquanto o sorriso de Logan se alargava. A pura audácia dele, sentado ali como se fosse o dono do lugar, como se ele fosse a pessoa que ela deveria encontrar.

Seu encontro às cegas... onde ele estava?

Jean lançou um olhar para o assento vazio em frente a Logan. "Onde ele está?" ela exigiu.

Logan tomou seu tempo para levantar sua taça, girando o vinho tinto profundo antes de dar um gole lento.

"Quem?"

Seu olhar endureceu. "Meu encontro."

"Ah." Sua voz era pura diversão.

"Ele cancelou."

O coração de Jean afundou antes que a raiva tomasse seu lugar. "O quê?"

Logan se inclinou para frente, cotovelos na mesa. "Eu posso ter mencionado que você já estava comprometida."

Sua respiração falhou. Aquele bastardo.

"Você não tinha o direito," ela sibilou.

Seu sorriso malicioso nunca vacilou. "Não tinha?"

Jean inspirou profundamente, forçando-se a permanecer sentada quando tudo o que queria era jogar o vinho caro na cara presunçosa dele. "Por que você está aqui, Logan? Sei que você não faz as coisas sem um motivo."

Logan suspirou dramaticamente, inclinando a cabeça como se estivesse considerando a pergunta dela. "Talvez eu estivesse entediado. Talvez eu sentisse sua falta." Seu sorriso tornou-se predatório. "Ou talvez eu quisesse ver por quanto tempo você manteria essa farsa."

Jean cerrou os dentes. "Que farsa?"

Ele se inclinou, baixando a voz para algo mais sedoso, mais sombrio. "Que você está feliz sendo a marionete perfeita deles."

Jean enrijeceu. A diversão nos olhos dele transformou-se em algo mais afiado—calculista. "Você não sabe de nada, Sr. Logan Kingsley."

"Me diga, Jean." Logan traçou a borda de sua taça com um dedo. "Você realmente quer estar aqui? Mais um jantar sem sentido, mais um homem escolhido a dedo para você como se você não fosse nada além de uma transação comercial?"

Seu pulso acelerou. Ele estava perto demais da verdade, perto demais do peso sufocante que ela carregava todos os dias.

"Você não sabe nada sobre a minha vida," ela disparou.

Logan arqueou a sobrancelha. "Não pareça tão surpresa, princesa," ele murmurou. "Eu presto atenção."

Jean engoliu o nó em sua garganta. Ela não deixaria que ele entrasse em sua pele. Não de novo.

"Não me importa por que você está aqui, Logan," ela disse friamente. "Mas este jantar acabou."

Ela empurrou sua cadeira para trás, mas antes que pudesse se levantar, os dedos de Logan envolveram seu pulso—firmes, quentes e autoritários.

"Sente-se, Jean."

A maneira como ele disse isso, quieto mas autoritário, enviou um arrepio pela sua espinha. Não de medo. De algo mais perigoso.

Lentamente, ela sentou-se novamente, sua respiração irregular.

O aperto de Logan afrouxou, mas ele não a soltou completamente. "Você vai me ouvir," ele disse.

Jean ergueu o queixo desafiadoramente. "E por que eu faria isso?"

Seu sorriso malicioso retornou, lento e conhecedor. "Porque... eu estava brincando."

Todo o corpo dela congelou. Logan riu da cara dela. "Esta é a minha mesa, Jean, estou aqui com meu encontro."

O mundo de Jean inclinou. Ela mal conseguia respirar. Ela nem conseguia esconder o constrangimento visível em seu rosto.

E assim, Logan Kingsley a havia encurralado novamente.

"Isso não tem graça, Logan," ela disse friamente.

Logan riu, pegando sua taça de vinho. "Relaxe, Jean. Não estou aqui por sua causa." Ele tomou um gole lento, deixando as palavras afundarem antes de acrescentar: "Tenho meu próprio encontro. Esta mesa está reservada para mim."

Jean piscou, momentaneamente desconcertada. "O quê?" Ela olhou ao redor e encontrou outra mesa vazia com seu nome e o nome de seu encontro nos cartões de reserva.

"Lá vem ela." Ele gesticulou preguiçosamente para o outro lado do restaurante, onde uma mulher alta e impressionante vinha da direção do banheiro, verificando seu telefone. Ela parecia bonita, elegante... exatamente o tipo de Logan.

Jean cerrou os dentes. Claro.

Isso não passava de uma coincidência.

"Bem, desculpe por desperdiçar seu tempo," ela disparou, virando-se para sair. Mas antes que pudesse dar um passo, seu verdadeiro encontro chegou.

"Srta. Adams?"

Jean virou-se, forçando um sorriso educado enquanto observava o homem parado à sua frente. Ele era aceitável... alto, bem-vestido, e provavelmente mais um empresário selecionado a dedo por sua mãe.

"Sim," ela disse suavemente, estendendo a mão. "Você deve ser..."

"Brandon Carter." Ele apertou sua mão com firmeza. "É um prazer finalmente conhecê-la."

Antes que Jean pudesse responder, Logan soltou uma risada baixa.

Brandon olhou para ele, depois de volta para Jean, suas sobrancelhas levemente franzidas. "Está tudo bem?"

Jean lançou um olhar fulminante para Logan. "Sim. Está tudo bem."

Logan sorriu maliciosamente, nem tentando esconder sua diversão. "Não se preocupe comigo, Sr. Carter. Jean e eu estávamos apenas colocando o papo em dia."

A postura de Brandon enrijeceu ligeiramente. "Vocês se conhecem?"

Logan inclinou-se para frente, apoiando o queixo na mão. "Oh, nos conhecemos há muito tempo."

Jean forçou um sorriso tenso. "Isso é irrelevante."

Brandon pareceu aceitar isso e gesticulou em direção à mesa reservada. "Vamos?"

Jean assentiu e começou a segui-lo, ansiosa para colocar o máximo de distância possível entre ela e Logan. Mas assim que passou pela mesa dele, a voz de Logan a deteve.

"Aproveite seu encontro, princesa."

Algo na maneira como ele disse isso, zombeteiro mas estranhamente conhecedor, fez seu estômago se contorcer.

Ela não olhou para trás.

Mas podia sentir os olhos dele sobre ela durante todo o caminho até seu assento.

Jean sentou-se em frente a Brandon Carter, forçando-se a manter uma expressão composta enquanto ele rolava a tela de seu telefone, mal reconhecendo sua presença. O garçom já havia passado duas vezes e, em ambas, Brandon o havia dispensado, absorto demais em qualquer negócio que estivesse gerenciando para se preocupar em fazer o pedido.

Finalmente, depois do que pareceu uma eternidade, ele colocou o telefone de lado com um suspiro exagerado. "Desculpe, os negócios nunca param."

Jean deu-lhe um aceno educado, embora a irritação pinicasse sob sua pele. Então por que você está aqui?

"Então," Brandon continuou, ajeitando seus abotoaduras. "Presumo que seus pais já tenham lhe dito por que este arranjo é benéfico."

Jean piscou. "Arranjo?"

Brandon inclinou-se para frente, um sorriso ensaiado curvando seus lábios. "Jean, não vamos perder tempo. Nós dois sabemos que isso não é sobre romance. Sua família quer estabilidade, e a minha valoriza parcerias com pessoas que entendem seu lugar na sociedade. Casar-se comigo seria mutuamente benéfico."

Jean sentiu seu estômago apertar. Claro. Ele não está aqui por mim. Ele está aqui pelo que eu represento.