Capítulo 2: As Sombras da Solidão.

A solidão é a minha única companheira, a minha única conselheira, a minha única confidente. Há séculos que eu caminho pelas trevas da noite, sem encontrar ninguém que me compreenda, que me aceite, que me ame.

Os humanos me temem, me odeiam, me caçam. Eles não sabem quem eu sou, o que eu sofri, o que eu perdi. Eles não sabem que eu já fui um deles, que eu já tive um nome, uma família, um amor. Eles não sabem que eu sou o último da minha espécie, que eu carrego nas costas o peso da eternidade.

Eu não me importo com eles, com os seus sentimentos, com as suas vidas. Eles são apenas alimento para mim, fonte de sangue que sustenta a minha existência. Eles são apenas obstáculos no meu caminho, alvos da minha vingança, vítimas da minha ira.

Eu não tenho piedade, nem remorso, nem compaixão. Eu só tenho ódio, e dor, e solidão.

Eu me alimento deles, sem distinção, sem critério, sem preferência. Eu os caço nas ruas, nos becos, nos parques. Eu os ataco de surpresa, sem aviso, sem diálogo, sem explicação. Eu os mordo, os dreno, os mato. E depois, eu os descarto, sem olhar, sem sentir, sem lembrar.

Eu não sinto prazer, nem satisfação, nem alívio. Eu só sinto fome, e sede, e solidão.

Eu sou Lord Élter, o último vampiro, e esta é a minha sina.