Entre lobos, dragões, unicórnios, serpentes mágicas e seres místicos, um universo oculto pulsa além da matéria. Fantasia, magia e um sentimento que jamais deveria ter existido.
A Maldição dos Guardiões do Equilíbrio
Da origem da ordem e o caos ao renascer da primeira serpente
Livro 1 da Trilogia Dimensional que une essência, magia e destino.
Em uma realidade onde dimensões se entrelaçam e portais selam verdades esquecidas, uma escolha antiga rompeu as leis sagradas — e o preço atravessou eras.
Entre véus ocultos e regras esquecidas, quatro guardiões foram criados para manter a harmonia entre as dimensões e proteger tudo aquilo que jamais deveria ser tocado.
Mas dois deles, Envolvidos pela centelha que transbordava os limites do que podiam conter, acabaram afastando-se do propósito original.
Ousaram invocar um feitiço corrompido — algo que jamais deveria ser tocado — e as consequências desse ato ecoaram por todas as dimensões, como um sussurro antigo que se repete em silêncio.
As formas mudam. As memórias se apagam.
Mas o laço entre eles sempre retorna.
Mesmo quando tentam fugir.
Mesmo quando juram resistir.
Agora, a travessia recomeça.
E o eco de um erro ancestral volta a reverberar entre dimensões.
Uma essência selada.
Um passado silenciado.
Um sentimento que desafia as leis da criação.
Bem-vindo(a) ao universo onde magia, essência e destino se entrelaçam.
Dimensões ocultas te aguardam.
E cada escolha sussurra segredos antigos.
Parte I- Do Princípio à Primeira Queda — O Surgimento da Maldição
No coração do espaço dimensional, onde o tempo pulsa em espirais silenciosas, os cinco Ancestrais já existiam.
Não tinham rosto.
Não possuíam corpo.
Eram presenças feitas de luz, véu e vibração — seres eternos de pura energia, cada um representando um dos cinco elementos que sustentam tudo o que vive, dorme ou transita entre os véus.
Eles habitavam a Dimensão da Luz,
um lugar onde as formas não são necessárias e o silêncio não é vazio — é essência.
Ali, os Ancestrais mantinham o equilíbrio entre as quatro dimensões.
Eles não controlavam nada.
Apenas observavam.
E interferiam apenas quando o fluxo ameaçava ruir — com sabedoria, em momentos extremos, jamais por vaidade.
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Os Cinco Ancestrais
Kaor, o fogo.
Brilhava como uma chama viva, seu corpo feito de energia flamejante que dançava em tons alaranjados, vermelhos e dourados. Seu capuz era moldado por brasas cintilantes. Quando se manifestava, era como calor silencioso que vibrava no ar. Trazia em si a força da criação e da destruição.
Naelya, a água.
Fluía como um rio em suspensão, envolta em brumas azul-profundo, com reflexos cristalinos que pareciam espelhos do passado. Seu capuz ondulava como véu submerso. Sua presença era calma, densa, tocava a memória ancestral das coisas.
Orunn, a terra.
Verde-luminescente, com rajadas marrons que corriam como raízes vivas sob sua forma etérea. Seu capuz era denso, como musgo antigo. Quando se fazia sentir, era como o peso seguro da rocha sob os pés. Sua vibração sustentava e protegia.
Zephiron, o ar.
Todo feito de luz perolada e cintilante, com fragmentos que dançavam como poeira ao vento. Seu capuz flutuava como névoa clara. Sua presença chegava antes do som — como o pressentimento de uma brisa. Era leve, rápido e sábio.
Lumys, o éter.
Não era feito de forma, mas de luz líquida e brumas cósmicas, em tons violetas e lilases, como se carregasse galáxias dissolvidas em seu ser.
Seu capuz parecia feito de véus em espiral, vibrando em silêncio absoluto.
Era o Ancestral do Éter — aquele que mantinha o fio invisível entre todas as coisas.
Onde havia vazio, Lumys preenchia com conexão.
Onde havia ruptura, ele sustentava a vibração sutil.
Não era a origem, nem o fim — era o entre.
Seu silêncio ressoava mais alto que qualquer som.
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As Quatro Dimensões
Sob a vigília silenciosa dos Ancestrais, existiam quatro grandes dimensões, entrelaçadas no espaço dimensional como fios de um tecido invisível:
• A Dimensão da Matéria
Onde habitam os humanos.
Tudo ali é denso, físico, regido por ciclos de nascimento e morte.
A alma, ao adormecer na carne, esquece sua essência mística.
É um lugar de aprendizado através da dor, do amor e do tempo.
As emoções são intensas. As escolhas, lentas.
A travessia entre essa dimensão e as demais só é possível através do despertar.
• A Dimensão Mística
Pulsante, encantada, habitada por seres mágicos, elementais, híbridos e protetores.
Tudo ali vibra com força viva — as árvores sussurram, as águas escutam, os céus respondem.
É onde a magia é natural e as almas despertas aprendem a servir, curar, lutar ou guiar.
• A Dimensão da Luz
Sagrada. Silenciosa.
É o lar dos Ancestrais e também o abrigo do Véu do Esquecimento.
Ali repousam os seres místicos adormecidos, aguardando seu tempo de retorno,
e os errantes — seres místicos que falharam sem se corromper,
aguardando penitência até merecerem nova travessia.
É também onde os Ancestrais mantêm guardadas as essências humanas —
fragmentos puros e preservados, coletados ao longo dos ciclos.
Na Dimensão da Luz também repousam os livros sagrados e manuscritos cósmicos:
os Registros da Criação, as Crônicas das Dimensões, os Códices da Magia Antiga,
e os Feitiços Primordiais, que sustentam a ordem universal.
Mas é no coração mais profundo dessa dimensão que se encontra o Santuário da Primeira Chama —
um lugar envolto por magia ancestral, protegido por selos vibracionais e guardado por leis antigas.
Ali estão trancados os Feitiços Proibidos — encantamentos que foram criados nos primórdios da existência,
mas que não deveriam jamais ter sido lançados.
Eles não foram destruídos porque contêm essência pura demais para ser aniquilada.
Permanecem selados, pulsando em silêncio, guardados para que não caiam em mãos erradas.
O Santuário não é totalmente inacessível.
A entrada é possível apenas através de uma chave mística:
um elo ancestral que reconhece a essência de quem ousa se aproximar.
Poucos conhecem os caminhos. Menos ainda sabem como burlar os selos.
E um dia, alguém irá conseguir.
• A Dimensão das Trevas
Sombria. Densa. Pulsando em silêncio contido.
É para lá que vão os seres místicos corrompidos.
Aqueles que desafiaram as leis com consciência e malícia.
Ali, o tempo se dilui.
Ali, não há retorno.
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O Mistério da Essência Humana
Apesar de não controlarem os destinos das dimensões,
os Ancestrais eram profundamente fascinados pela Dimensão da Matéria.
Entre todas, era ali que a transformação mais imprevisível acontecia.
A alma adormecia, o tempo moldava memórias, o corpo sentia,
e — sobretudo — ali se amava.
O amor, para os Ancestrais, era o enigma mais profundo.
Não podia ser contido. Nem previsto. Nem controlado.
Eles o observavam com reverência e estranheza —
um sentimento capaz de curar ou destruir, de despertar ou corromper.
Na Dimensão da Luz, os Ancestrais mantinham guardadas milhares de essências humanas.
Fragmentos puros, preservados em sua forma original.
Eles as estudavam. Observavam.
Não por poder.
Mas por desejo de compreender —
para que, quando fosse necessário, pudessem interferir com sabedoria.
E foi estudando essas essências que os Ancestrais descobriram o ciclo invisível entre as dimensões:
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O Ciclo Dimensional
Para que uma alma pudesse transitar entre a Dimensão da Matéria e a Dimensão Mística,
era necessário que ela morresse em uma para nascer na outra.
Assim, uma alma humana ao morrer no mundo físico, despertava na dimensão mística em sua forma verdadeira.
E ao morrer em sua forma mística, renascia como humano —
adormecida, esquecida de quem era, até que o ciclo se reiniciasse.
Esse ciclo se repetia continuamente, sendo chamado de:
Os 21 Ciclos
A cada 21 ciclos humanos,
uma alma podia encontrar sua essência adormecida no Véu do Esquecimento
e recuperar sua missão original —
se não fosse corrompida, se não fosse apagada.
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A Dança do Tempo
Mas havia um segredo ainda mais profundo entre as dimensões:
o tempo não fluía da mesma forma em todas elas.
Na Dimensão Mística,
os 21 ciclos podiam durar milênios inteiros —
cada passo, cada emoção, cada revelação se desenrolava com a lentidão sagrada da eternidade.
Já na Dimensão da Matéria,
esses mesmos 21 ciclos se traduzem em apenas 21 anos humanos.
Um piscar de olhos.
Um sopro de vida.
Um ciclo completo.
Por isso, muitas almas adormecidas na carne carregavam em seus sonhos e silêncios
ecos de milênios vividos no outro lado do véu.
Elas não sabiam por quê,
mas sentiam.
E às vezes, isso bastava para despertá-las.
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O Véu Entre as Dimensões
Entre cada dimensão, existia um véu invisível, sutil e delicado como seda ancestral.
Para proteger esses véus e evitar rupturas,
os Ancestrais decidiram criar os primeiros quatro Guardiões , moldados com essência humana, magia viva e a centelha dos quatro elementos.
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A brisa tocou o véu entre as dimensões com ternura,
como se acariciasse o início de algo precioso.
Sob os véus que unem as dimensões,
a magia se espalhou como brisa dourada.
Tudo permaneceu em quietude e, por um breve instante,
tudo parecia exatamente onde deveria estar.
Na suavidade daquele momento,
o invisível começou a tomar forma.
E, naquele breve instante, tudo se curvou ao encanto.