Uma cerimonialista se aproxima e se apresenta como Divya, ela vai me levar até o salão do cerimonial.
Os últimos convidados acabam de chegar, então os padrinhos e madrinhas estão livres para me acompanhar, seguimos juntos para o interior do palácio.
— Vejam, esse hall de entrada os levará a vários outros salões, mas nesse primeiro momento devemos seguir pela direita, assim poderemos acessar o salão do cerimonial. – Divya diz e mostra alguns detalhes do ambiente.
Passamos pelo grande e elegante hall de entrada, notamos que o piso, escada e outros detalhes são em mármore, há uma fonte bem no centro, além dos grandes portais.
Seguimos até a entrada para o salão do cerimonial, que é um uma sala estreita e comprida, decorada em tons de dourado, marrom e branco, vemos arranjos com flores brancas sobre vários pilares de mármore que decoram as laterais do longo tapete branco estendido para a nossa passagem, lindos lustres dão um ar requintado ao ambiente.
— Me acompanhem, vamos por aqui. Estamos chegando na sala de descanso. – Divya diz.
— Para que uma sala de descanso? Estamos aqui para comemorar e não para descansar. – Samara diz e ri.
— Porque o Dulhan pensa em todos os convidados, esse ambiente é especial para os mais velhos, que podem ficar incomodados com a música alta ou com a intensa movimentação das pessoas. – Amitabh explica.
— Então eles deviam ficar em suas casas, se estão vindo para uma festa é para se divertir. – Filipe diz.
Me aborreço com o comentário, mas Carol responde por mim.
— Por isso que pessoas egoístas como você sempre estão sozinhas! Morra e não envelheça, talvez seja a melhor opção por você, já que despreza as necessidades e limitações dos mais velhos. – ela diz e o olha com desprezo.
Quase todos os amigos a aplaudem, enquanto Filipe baixa a cabeça e sussurra um pedido de desculpas.
Entramos em um salão bem amplo e espaçoso, virtualmente dividido, decorado em tons branco, bege e dourado e iluminado por dezenas de luminárias e velas. O primeiro espaço tem muitas poltronas brancas dispostas frente a frente e mesas pequenas entre elas, já o segundo espaço tem uma grande poltrona em formato circular bege com mesas e pequenos arranjos com flores ao redor, além de uma pequena árvore bem no centro. Ligeiramente mais afastado e elevado vemos um mandap branco, bem simples quando comparado ao das outras cerimônias.
— Venham, agora vamos ver o salão do cerimonial, restam poucos minutos. – Divya diz e eu a acompanho, enquanto meus padrinhos seguem com os tradutores logo atrás.
Bem na entrada do salão do cerimonial há um lindo e colorido rangoli desenhado, paro por um breve momento para admirá-lo, logo depois adentramos o impressionante salão, ficamos admirados com tamanha beleza e requinte.
A decoração é soberba, nas cores dourada, lilás, roxa e branca, um longo tapete roxo atravessa todo o salão pelo corredor central, há uma escultura de especial exuberância logo na entrada com a forma de um pavão, que segue o mesmo padrão de cores, acima dele há um enorme lustre decorado com flores e cordões luminosos. Observamos as muitas faixas douradas cruzadas no teto, formando um lindo desenho. Centenas de cadeiras estão a direita e a esquerda do corredor central, vemos no outro extremo do salão o grande e luxuoso mandap, com três tendas decoradas em dourado e lilás, além das imagens dos deuses.
— Isso parece um sonho! – Mayara diz.
— Quero um sonho como esse. – Samara diz e belisca o noivo.
Olho para eles e sorrio.
Os convidados já estão acomodados, Tia e Amitabh recomendam que os padrinhos e madrinhas também sigam para os seus lugares reservados nas primeiras fileiras, o cerimonial deve começar em alguns instantes.
Minhas sudras me chamam e me levam para uma sala reservada, ao entrar vejo meus pais e os cumprimento com a devida reverência, dou permissão para as servas me aguardarem do lado de fora e as vejo sair.
Meu paizinho ergue o pallu que ainda cobre o meu rosto, me faz um carinho e pousa gentilmente sua mão em meu queixo.
— Você é a Princesa mais linda do mundo! A Princesa do pai. Ah... Sonhei tanto em vê-la feliz e realizada, minha filhinha. - com lágrimas nos olhos, meu pai diz.
Sou tão emotiva quanto meu pai, meus olhos se enchem de lágrimas e tudo o que consigo fazer é pegar as mãos dele entre as minhas e beijá-las.
— E o meu sonho sempre foi ser levada por suas mãos até a minha felicidade. Vê-los honrados como reis é muito mais do que sonhei, um verdadeiro deleite. – digo emocionada e meu pai me envolve em um caloroso abraço.
Ah como é maravilhoso o cheiro e o toque do meu amado pai!
Minha mãe e Tony também me abraçam e beijam, amo muito a minha pequena e querida família.
Nos recompomos rapidamente porque ouvimos alguém chegar, Pandith entra na sala e todos nós o cumprimentamos.
— Raja Ronaldo ke lie lambe samay tak jeevit rahen! (Vida longa ao Rei Ronaldo) – ele diz e faz uma breve reverência.
Meu pai sorri e faz sinal para que ele prossiga.
Admiro as atitudes dele, está sabendo se portar adequadamente para o status dele, mesmo sabendo que ainda está inseguro tanto quanto eu.
— Raja Ronaldo, yah samaaroh shuroo karane ka samay hai, rajkumar ko pahale se hee mandap mein tainaat hai. (Rei Ronaldo, chegou o momento de iniciar o cerimonial, o Príncipe já está posicionado no mandap.) – ele avisa.
— Theek hai, chalo chalo. (Está bem, vamos) – meu pai diz e se prepara para ir, mas sinaliza que o sacerdote vá na frente.
Então, meu paizinho se aproxima de mim, beija a minha testa e cobre novamente meu rosto com o pallu, minha mãe, irmão e padrasto o seguem para fora da sala.
Jagadeesh Manohari (Eros Myron) POV:
Faço questão de trocar de roupas para ir para a cerimônia tilak, sigo em carro fechado até o palácio escolhido para o cerimonial. Decido entrar por uma porta lateral porque preciso checar se todos os ambientes estão como solicitei, não gosto de confiar essa tarefa aos servos, mesmo que sejam de confiança, quero que tudo esteja perfeito no meu casamento.
Entro em uma sala reservada para aguardar o momento auspicioso para entrar no salão do cerimonial.
Nesta cerimônia meus pais decidiram não comparecer porque querem me deixar mais à vontade com meus sogros e convidados.
Um Brâmane vem me conduzir até o mandap, vejo que um grupo de sacerdotes já me espera, sigo a orientação deles, pego o microfone e entoo uma breve canção de alegria.
— Rajkumar Jagadeesh Manohari, yahaan usakee Rajkumari ke parivaar se milane ke lie aate hain. (Príncipe Jagadeesh Manohari, eis que vem ao seu encontro a família de sua Princesa.) - Pandith se aproxima, fica ao meu lado no mandap e diz.
Ronaldo vem caminhando em minha direção com Vilma ao seu lado, Junior, Tony e o restante da família logo atrás, são a avó paterna, tios e primos.
Todos sobem no mandap pela escada lateral, os mais novos da família se posicionam a esquerda, meus sogros a frente e os demais atrás deles.
— Hamesha khush ho sakata hai aur ek lambe jeevan, Rajkumar Jagadeesh Manohari hai! Main yahaan in sabhee gavaahon ke saamane aaj kar raha hoon ki tum hamaare parivaar ke ek sadasy ke roop mein praapt karane ke lie kahana. Aap ab se mere bete ho jaega! aur main tumhen aasheervaad de, beta. (Seja sempre feliz e tenha uma vida longa, Príncipe Jagadeesh Manohari! Estou aqui hoje, diante de todas estas testemunhas para afirmar que recebemos você como membro de nossa família. A partir de agora você será meu filho! E eu te abençoo, filho.) – Ronaldo diz.
Me curvo diante dos meus sogros e eles me abençoam.
Toco os pés do Ronaldo, me levanto e mantenho minhas mãos unidas como em uma prece, as palavras do meu sogro, meu pai agora, me emocionam muito, meus olhos enchem de lágrimas por causa do seu amor e de sua sinceridade.
Jamais conheci amor paterno, apenas austeridade, exigências e meus deveres.
Ronaldo toca no tilak que está na bandeja que Vilma segura neste momento e faz a marca na minha testa.
Não resisto, quebro o protocolo e abraço o Rei Ronaldo, meu pai e sogro a partir de agora.
— Is braand ke saath kya tum jaanate ho ki mere bete ab, hamaare parivaar ka hissa hai hamaare jeevan aur hamaare khushee. (Com esta marca faço você saber que é meu filho agora, parte de nossa família, de nossa vida e de nossa felicidade.) - Vilma se aproxima, também toca na pasta vermelha, faz a marca na minha testa e diz.
Sorrio para minha sogra... E agora a minha mãe.
Junior se aproxima e também faz a marca com o tilak, todas essas marcas são feitas no mesmo lugar, uma sobre a outra.
— Main apane parivaar ke ek sadasy ke roop mein aap praapt karate hain, mere bhaee ... Beshak tarah, agar aap meree bahan kee achchhee tarah se dekhabhaal. (Te recebo como membro da minha família, como meu irmão... Claro, se cuidar bem da minha irmã) – meu cunhado diz. A primeira parte ele fala em voz alta, depois apenas sussurra, nós rimos juntos.
Eu continuo com as mãos unidas, esperando cada membro da família da minha Princesa se aproximar de mim, primeiro os mais velhos e depois os mais novos.
Todos eles expressam seus desejos em bom português porque tem dificuldades com o hindi, mas cumprem o ritual como deve ser.
A entrada da minha Princesa é anunciada, bailarinas dançam à sua frente e ela vem caminhando com passos firmes em direção ao mandap, as sudras que a servem caminham logo atrás dela, então minha Dulhana se acomoda sob uma das tendas.
Sete mulheres hindus casadas e felizes caminham até o mandap, pegam o mehendi e fazem as pequenas marcas nas palmas das mãos e pontas dos dedos da Weenny e proferem seus desejos para invocar tudo o que é auspicioso para nosso relacionamento.
Weenny Alves POV:
Aguardo na sala reservada para mim até que o ritual com meu Dulhan comece, apenas depois que os principais membros da minha família aplicarem o tilak no meu Príncipe e o receberem formalmente como membro de nossa família, eu receberei a autorização para ir ao salão do cerimonial.
Salima vem avisar que tudo está pronto para a minha entrada no salão, os músicos estão posicionados e as bailarinas estão preparadas para dançar, anunciando a minha chegada.
Uma linda melodia é tocada e as bailarinas, com roupas tradicionais indianas, dançam a minha frente fazendo grande alarde para a minha entrada, apenas quando elas encerram a sua apresentação é que eu sigo caminhando até o mandap e subo os poucos degraus da escada central.
Meu Príncipe está sob a tenda da direita, não posso deixar de admirar tamanha beleza, mas tento ser discreta, sigo para tenda da esquerda e sento no banco reservado para mim, logo depois vejo minhas sudras posicionadas a minha esquerda, algumas delas arrumam meu sari, enquanto Madhavi vem com a bandeja com o mehendi.
Então as mulheres hindus casadas e felizes vem ao meu encontro, pegam o mehendi e falam em voz alta os desejos para a minha vida de casada, enquanto marcam cada uma das pontas dos meus dedos com pequenos pontos da henna indiana, são eles:
— Raajakumaaree, kya aap ek majaboot, sachche aur shaashvat prem ka nirmaan kar sakate hain. (Princesa, que construam um amor forte, verdadeiro e eterno.)
— Raajakumaaree, unake paas bahut kuchh ho, ve samrddh hon aur gyaan aur gyaan se bhare hon. (Princesa, que tenham fartura, que prosperem e sejam fartos de sabedoria e conhecimento.)
— Raajakumaaree, ho sakata hai ki unake kaee vaaris hon aur ve apanee viraasat ka sammaan karen. (Princesa, que tenham muitos herdeiros e que eles honrem o seu legado.)
— Raajakumaaree, tumhen hamesha shakti mile, tum nishpaksh, dayaalu aur saahasee raho. (Princesa, que sempre tenham força, sejam justos, compassivos e corajosos.)
— Raajakumaaree, aap har samay dhairyavaan, vinamr, majaboot, vichaarasheel aur utsaahee rahen. (Princesa, que você seja paciente, submissa, forte, atenciosa e zelosa em todos os momentos.)
— Raajakumaaree, devataon ke prati samarpan aur aapake ghar mein daan kee kamee na ho. (Princesa, que não falte a dedicação aos deuses e a caridade em sua casa.)
— Raajakumaaree, aapake pati ko bhagavaan ke roop mein sammaanit aur sammaanit kiya ja sakata hai. (Princesa, que seu marido seja honrado e respeitado com a um deus.)
Eu agradeço a todas, ciente da minha responsabilidade como esposa hindu.
Pandith avisa que o ritual Tilak está concluído e autoriza que o Dastoor comece, que é a entrega de presentes.
Meu Jagal levanta e vem para a tenda central e eu faço o mesmo, sentamos em duas cadeiras semelhantes a tronos e uma mesa é posicionada a nossa frente, então algumas pessoas começam a vir ao nosso encontro com presentes nas mãos, os indianos são os primeiros a vir, fazem a saudação real para nós e entregam seus presentes tão bem embalados, são muitas roupas, tecidos, calçados, joias, perfumes, essências, doces indianos, dinheiro e ouro, fazemos questão de levantar para receber os presentes e também para agradecer.
Erguemos os presentes para que todos vejam e colocamos todos sobre a mesa, com auxílio dos nossos padrinhos.
Muitos fazem questão de trazer seus presentes, fazendo com que o cerimonial se prolongue um pouco além do previsto, mas estamos gratos e felizes com tanta demonstração de carinho.
Os rituais estão concluídos, está na hora comemorar, meu pai convida a todos para irem ao salão de festas para banquetearmos.
Saio com os sacerdotes, meus pais e meu Príncipe e vamos para o salão de festas, enquanto os cerimonialistas organizam as centenas de convidados para que não aconteçam tumultos.
Fico admirada com a beleza e grandiosidade deste salão, decorado em tons de dourado e branco, com incontáveis mesas redondas com dez cadeiras distribuídas pelo salão, vejo muitos castiçais e vasos com flores, uma pista de dança, o espaço para os músicos, nosso mandap e nossa mesa, no piso superior estão as várias galerias, é simplesmente incrível. O mandap para fotos está posicionado no outro extremo do salão, assim como as toaletes.
Mantemos o que tem sido nosso costume nas últimas refeições, Jagal e eu sentamos e comemos o mais rápido possível, em seguida levantamos e damos atenção ao maior número de convidados possível, meus pais sempre nos ajudam.
Chega o momento de retornar ao meu palácio para me preparar a próxima e fundamental cerimônia, saio da última mesa visitada discretamente, olho ao redor com a intenção de contemplar meu Príncipe por mais alguns segundos antes de partir, me surpreendo quando noto que ele está tão próximo de mim, isso me faz sorrir com timidez.
— Amo esse sorriso. O que está procurando? – Jagal pergunta.
— Melhor perguntar a quem eu procurava... Já encontrei, ou melhor, fui encontrada. Só queria vê-lo mais uma vez antes de partir. – digo quase em um sussurro.
Jagal faz um sinal para continuarmos caminhando em direção a saída.
— Meu coração está despedaçado de tanta saudade de você, não sei por que ainda nos obrigam a fazer esse sacrifício. – ele diz.
— Sinto-me assim também. Pelo menos podemos nos olhar de longe, trocar algumas poucas palavras... Temos que cumprir as tradições e costumes, querido. Espero ansiosamente o momento de estar em seus braços novamente. – digo com a certeza de que minhas palavras contemplam toda a saudade que sinto.
Ele se aproxima de mim com a clara intenção de me tomar nos braços e me beijar.
— Só depois do shádi. - sorrio, olho para os lados e digo em um sussurro.
— É... Não basta estar casando com uma indiana, ela ainda tem que ser uma Princesa bem tradicional. – Jagal diz e ri.
As indianas não costumam namorar antes do casamento, como estamos cumprindo todas as exigências do shádi tradicional, nos obrigamos a manter essa distância e respeito pelo menos enquanto estamos na Índia.
Jagal beija minha mão e me ajuda a entrar no palanquim, as sudras vem e o saúdam com reverência, partimos em seguida.
Os Amigos POV:
O ritual tilak emociona a todos logo em sua introdução, Ronaldo é um homem emotivo e apaixonado por seus filhos, especialmente por Weenny, a quem é mais apegado. O jeito como conversa com Eros é muito carinhoso, muitas pessoas se emocionam com as palavras e o abraço entre eles. Toda a família da Dulhana é calorosa e simpática.
As amigas ficam ao mesmo tempo encantadas e chocadas ao ver o ritual realizado com a Dulhana, alguns desejos das mulheres casadas para a vida dos noivos são no mínimo estranhos.
— Esperem, elas querem que a Weenny seja submissa ao Eros e o trate feito um deus?! – Gislaine pergunta.
— Mas ele é um deus, sempre falamos isso. – Iara diz.
— Estou falando sério, elas falaram isso a sério. – Gislaine retruca.
— Weenny realmente nunca poderá ser submissa, sempre foi uma mulher forte e independente, jamais estaria à mercê de qualquer homem, mesmo que seja Eros. – Carol diz.
— Mas Eros sempre faz o melhor por ela, não acho que isso seria um problema. – Michele diz.
— O que importa é que sejam felizes, tenho certeza de que serão. – Mayara diz e encerra a conversa porque Tia avisa que é chegado o momento do dastoor, os noivos precisarão da ajuda dos padrinhos.
Estranham o momento da entrega de presentes, pelo livreto devem fazer a entrega dos presentes apenas no Mahira dastoor, mas seguem as orientações dos tradutores e entregam os presentes comprados por Ricardo e Michele hoje.
Observam que as embalagens dos indianos e seus presentes são bem diferentes dos que brasileiros estão levando, eles dão conjuntos completos de roupas arrumados em uma caixa ou bandejas com doces indianos, ambos embrulhados com um papel transparente e um laço, chegam a dar joias e até mesmo um computador Eros recebe!
Eles, os brasileiros, dão presentes com os itens mais variados possíveis e com as tradicionais embalagens.
São convidados para o almoço e seguem para o salão de festas, tem tempo suficiente para se acomodar e logo o banquete é servido, muita comida, doces, bebidas, frutas e um bolo enorme, tudo está delicioso.
Mais uma vez Eros e Weenny saem sem ninguém perceber, Amitabh e Tia chamam os padrinhos para ir embora, desta vez os amigos famosos decidem ir junto com eles.
Entram no micro-ônibus e quando todos estão acomodados, Amitabh decide dar algumas instruções.
— Agora, vocês terão duas horas para descansar ou para se prepararem para a próxima cerimônia, que será Sakhar Puda ou Chunni, momento em que os pais do Dulhan farão o pedido formal do casamento, eles levarão presentes simbólicos para a Dulhana a fim de expressar seus desejos auspiciosos e o quanto a querem na família do Dulhan, mas ela não irá para a cerimônia, Ronaldo a representará.
— Weenny ficará em seu palácio? - Michele pergunta.
— Sim, ela deverá se preparar para a continuação do cerimonial, Vilma irá até ela para banhá-la e prepará-la para esse momento auspicioso. - Tia responde.
— Podemos ir até ela? - Dani pergunta.
— A Dulhana foi para seu palácio para se preparar, com banho e massagens especiais, além do aconselhamento de sua mãe. Logo depois Vilma deverá ir para o cerimonial junto com Ronaldo. O Sakhar Puda acontecerá da forma como meu marido explicou, se as madrinhas desejarem poderão ir até lá, basta que se arrumem depressa para que eu possa leva-las e depois seguiremos juntas para a cerimônia. - Tia decide explicar melhor.
— Claro que queremos ir! - Melissa sorri e diz.
— Nós também podemos ir com vocês para ver a Dulhana? - Ana pergunta e Tia consente.
Amitabh ainda precisa explicar as cerimônias a seguir, todos prestam atenção.
— Depois da entrega dos presentes da cerimônia Sakhar Puda, Ronaldo, Pandith e as madrinhas, se quiserem, irão para o palácio da Dulhana. Ronaldo entregará os presentes para ela, as madrinhas têm a função de perguntar a resposta da Dulhana e transmitir a todos, principalmente ao Pandith, todos juntos levarão essa resposta ao conhecimento do Dulhan e de seus pais.
— Parece que vai ser lindo isso tudo, eu quero ir sim, e vocês meninas? - Maria José se anima e diz, todas concordam, os padrinhos lamentam porque não podem ir.
— Logo depois ocorrerá o Wang Nischay, a Dulhana sairá de seu palácio e irá ao encontro do Dulhan, seus pais, familiares e convidados. Farão a troca das alianças e receberão outros símbolos de aceitação e bênçãos, tais como o véu que a mãe do Dulhan porá sobre a cabeça da Dulhana, os doces e dinheiro que receberão dos pais e a unção com o sindur. Logo depois os pais dos noivos farão a puja e esse dia terminará com uma festa. - Amitabh explica.
— Só há uma coisa a lamentar, a ausência dos pais do Eros. É tão importante que estivessem lá nesse momento, como serão feitos os rituais da parte dos pais do Eros? - Ricardo diz.
— Algum jeito haverá de ser dado, não se preocupem. - Amitabh reflete sobre o que vai falar e por fim diz.
Já estão no hotel há algum tempo, então as madrinhas e amigas famosas correm para se arrumar o mais rápido quanto possível, meia hora depois partem para o palácio da Dulhana.
Tia já tem a permissão para entrar sem ser anunciada, uma das sudras avisa que a Dulhana está na banheira do SPA para que as convidadas possam participar desse momento, elas entram discretamente.