Os Amigos POV:
São tantos os eventos neste shádi que os padrinhos e madrinhas compartilham de sensações extremas que vão da exaustão à plena felicidade no decorrer de um dia.
Acordam cedo e com ânimo renovado, se arrumam e logo descem para o saguão, onde seus tradutores fielmente os esperam dia após dia, minutos depois entram no carro e partem para o primeiro compromisso do dia, mas é claro que aproveitam para pôr os assuntos em dia:
— Sempre que vamos para um novo compromisso do shádi já fico pensando na grandiosidade do que vamos ver. - Ricardo diz.
— Eros tem escolhido lugares tão lindos. - Michele diz.
— E decorado com tanto luxo e beleza. - Gislaine diz.
— Eu acho exagero, daqui a pouco não terão dinheiro para mais nada, mesmo uma grande fortuna acaba logo. – Samara diz.
— Anjo, não fale assim. Eros e Weenny merecem ter o casamento que sempre sonharam. – Enzo diz.
— Deve ser inveja. - Filipe dá um sorriso malicioso e diz.
Samara o olha com raiva e decide engolir a resposta que pretendia dar.
— Chegamos, vejam mais um lindo palácio. – Victor diz.
Padrinhos e madrinhas estão tão acostumados a cumprir seus deveres que assim que saem do carro já se posicionam para receber os convidados, sempre com largos sorrisos nos lábios e um desejo sincero de que todos sejam realmente bem-vindos.
Todos costumam chegar cedo para que não perder nada destes eventos e sempre aguardam a chegada dos noivos com ansiedade.
Weenny chega junto com os últimos convidados, os padrinhos param para recebê-la e logo depois entram juntos no palácio.
Assim que passam pelo hall ficaram admirados com tanta beleza e luxo, pisos de mármore decorados em preto e branco, grandes pilares e na exuberante arquitetura indiana, para coroar essa beleza há um rangoli decorado em branco, vermelho e verde, enquanto param para apreciar o desenho, percebem a presença do Dulhan, todos ficam encantados ao ver o modo como elogiam um ao outro, os olhos faíscam de tanto amor.
Seguem todos juntos para a luxuosa antessala decorada em branco e preto, com muitas flores em arranjos pendentes no teto ao lado dos três grandes lustres, poltronas brancas estão espalhadas por todo o ambiente e grandes vasos de flores enfeitam as mesas.
Entram no salão onde a refeição será servida, é enorme e com suas grandes janelas enfeitadas com longas cortinas, veem tecidos brancos presos no teto formando tendas, um lindo lustre central e várias pequenas luminárias acesas e distribuídas por todo o ambiente.
Observam as muitas mesas espalhadas por todo o salão e a pista de dança bem no centro, tudo decorado predominantemente na cor branca, mas com detalhes pretos.
Em um ponto estratégico do salão está posicionada a mesa especialmente preparada para os noivos, decorada em branco, com castiçais e muitas flores sobre ela, além de cadeiras estofadas e luxuosas. Há também um mandap no outro extremo do salão com uma tenda acima dele, castiçais, flores e almofadas o enfeitam além de um lindo painel atrás dele.
Eros, Weenny e os pais dela vão para suas mesas, então os padrinhos decidem fazer o mesmo.
Se acomodam, aproveitam do farto banquete e da companhia dos queridos amigos, dançam um pouco ao lado de seus tradutores e riem dos erros cometidos durantes as coreografias.
— Acho que está na hora de irmos embora, Eros e Weenny devem ter ido embora, não os vejo em lugar nenhum. - Guilherme diz, enquanto observa o movimento do salão.
— Nem mesmo as seis estão por aqui, elas jamais deixariam a Weenny sozinha. – Iara diz e faz uma careta.
— Eu nem percebi. – Victor diz.
Sabem que não poderão continuar festejando porque o dia está agitado com muitos compromissos do shádi, se Eros e Weenny partiram é porque logo acontecerá a próxima cerimônia, é nesse exato momento que veem os tradutores se aproximando.
— Qual é a próxima cerimônia? - Tatiane pergunta.
— Haldi ou purificação dos noivos. – Filipe avisa.
— Vocês ainda sabem e lembram de tudo sobre as cerimônias e sobre como temos que agir? - Maria José, abismada, pergunta.
— Sim, recebemos todas as explicações e treinamos bastante sobre o que devemos fazer, mas não se preocupe porque temos Tia e Amitabh que sempre nos ajudam. - Mayara diz.
— Isso mesmo, estaremos aqui para ajudá-los sempre, agora ouçam a explicação que meu marido dará. – Tia se aproxima uma pouco mais e diz.
— Vocês já sabem que agora acontecerá a purificação dos noivos e são eventos em locais diferentes e no mesmo horário, a purificação do Dulhan é mais breve do que a de sua Dulhana. Essa cerimônia é de extrema importância porque tem o objetivo de purificar seus corpos e prepará-los para a nova vida, além de livrá-los do mau olhado e inveja. Para isso será usada uma pasta amarela chamada Haldi, que é uma mistura de diversas plantas com propriedades antiinflamatórias, hipoalergênicas, antissépticas, analgésicas e purificadoras de sangue, essa pasta será esfregada nos rostos, pescoços, mãos, braços, costas, pernas e pés dos noivos. Há também uma pasta especial que será passada nos cabelos, para que fiquem macios, sedosos e perfumados. Os pais deverão começar o ritual de purificação, logo depois irão os padrinhos e amigos próximos, os convidados também terão essa oportunidade se desejarem, depois disso os noivos poderão brincar e irão sujá-los com o haldi e algumas pessoas irão dançar. O ritual deverá prosseguir com o banho dos noivos em leite e em água perfumada e seguirá com uma massagem com óleo de sândalo, terminando com os noivos sendo vestidos com roupas e joias novas. – Amitabh faz a sua habitual longa explicação.
— Acho que ainda tenho dúvidas. – Samara diz.
— Qual roupa devemos usar? - Dani pergunta.
— Teremos que nos separar para esses rituais, certo? - Gislaine pergunta.
— Pelo visto sim. - Eduardo diz.
— Apenas as mulheres poderão ir com a Dulhana, os únicos homens que estarão presentes serão os membros mais próximos da família como pai, padrasto e irmão. Digo isso porque a Dulhana terá que expor um pouco o seu corpo e isso não é adequado perto de outros homens. – Tia avisa.
— Mas e os músicos? Eles estarão lá, não é? Sempre estão. - Rafael pergunta.
— Ou enviarão apenas mulheres para este trabalho? - Leonardo pergunta.
— Músicos são artistas e não há problema que estejam com a Dulhana neste momento – Amitabh diz com naturalidade — Apenas os homens não devem comparecer, ou seja, padrinhos, amigos e convidados. Da mesma forma acontecerá com o Dulhan, as mulheres que estarão presentes serão apenas as da família dele. Compreenderam?
— Sim, mas então Eros estará sozinho conosco, afinal a família dele não veio. – Claudio diz.
— As esposas dos Brâmanes certamente estarão lá para auxiliar neste ritual. - Amitabh diz tentando disfarçar seu desconforto.
— Ah, se elas estarão lá por que não podemos ir? - Melissa pergunta.
— São esposas de sacerdotes, é diferente. – Tia diz, mas sabe que não as convence.
As mulheres sussurram reclamações.
— Tia, você ainda não nos falou sobre a roupa. – Carol diz.
— Oh é verdade, desculpe. Usem roupas simples porque os noivos poderão jogar haldi em vocês. Agora vamos embora, vocês não podem se atrasar. - Tia sorri e responde.
Eles partem apressadamente, vão direto para o hotel e chegam em poucos minutos.
Sobem para suas suítes, ficam confusas com a escolha de suas roupas, por isso pedem ajuda para Tia, se arrumam o mais rápido possível, descem para o saguão, os padrinhos fazem questão de esperá-las porque querem se despedir, depois disso todos saem apressados.
As madrinhas, as amigas famosas e suas tradutoras entram no mesmo micro-ônibus e seguem direto para o palácio da Dulhana, chegam pouco tempo depois.
Assim que desembarcam decidem aproveitar o fato de estar diante desse imponente palácio para tirar uma foto, como sempre Carol é requisitada para o papel de fotógrafa.
As madrinhas notam que as convidadas estão chegando, então vão se preparando para recepcioná-las, mas Tia intervém.
— Não se preocupem, nesta cerimônia vocês não precisarão recepcionar ninguém, venham a família da Dulhana as espera.
Olham com estranheza para a tradutora, mas a obedecem, entram no palácio e são recebidas pelos pais, padrasto, madrasta e irmão da Weenny, todos estão muito alegres.
Vilma faz questão de levar as madrinhas para conhecer os ambientes deste cerimonial, passam pelo portal de entrada que já conhecem bem, totalmente decorado em vermelho, seguem pela câmara principal e logo entram em um dos muitos portais que dão passagem para os demais aposentos deste palácio, chegam ao salão do cerimonial, muito amplo e decorado em tons de vermelho, dourado e rosa, tem grandes lustres, flores, imagens dos deuses, tapetes indianos, poltronas e pequenas mesas de centro.
Em uma das extremidades deste salão, sobre um palco está o mandap da Dulhana, muito bem decorado com um painel e cordões de flores, notam que os músicos já estão posicionados, tocando uma melodia bonita.
Vilma as leva para o salão de convivência, é enorme, tem as imagens dos deuses nas paredes, segue o mesmo padrão da decoração e tem muitas poltronas.
Chegam ao exuberante salão de festas, veem as muitas mesas espalhadas por todo salão, admiram os belos lustres e a decoração com flores brancas e cordões luminosos, além da louça fina.
Então decidem retornar para o salão do cerimonia, todas se acomodam enquanto esperam pela Dulhana.
Weenny Alves POV:
Após a refeição, conversamos rapidamente com nossos amigos e convidados, pouco tempo depois minhas sudras providenciam o palanquim e partimos rumo ao meu palácio, preciso preparar tudo para o ritual de purificação, Salima vem me avisar que o meu Príncipe também está indo embora.
Chegamos no palácio, descanso um pouco enquanto as sudras vão cuidar dos últimos preparativos para a cerimônia, inclusive os itens que devo usar.
Vamos para um dos aposentos e sou vestida com um sari branco e muitas joias, estranho a quantidade.
— Tum mujhe itana sajag kyon kar rahe ho? kya main shareer aur baalon kee saphaee ke maadhyam se nahin jaoonga? Itane saare gahane to kyon? (Por que estão me adornando tanto? Não passarei pela purificação do corpo e dos cabelos? Para que tantas joias então?) – reclamo.
— Aapakee mahaaraanee bina apanee sajaavat ke saarvajanik roop se prakat ho sakatee hai, jab anushthaan shuroo hota hai, to ham kya aavashyak hain. (Vossa Alteza não pode aparecer em público sem seus adornos, quando o ritual começar vamos tirar o que for necessário.) - Zaara sorri e diz com naturalidade.
Começo a preparar meu coração para minha nova jornada, enfim chegou o momento de enterrar o meu passado de dores e desilusões de amor para dar lugar a novos sonhos ao lado do meu precioso Principe.
Fico pronta em menos de uma hora, sou levada para os aposentos preparados especialmente para esse ritual e aguardo a chegada das minhas convidadas.
Pouco tempo depois Nimat vem avisar que todas as minhas convidadas já estão sendo recepcionadas por minha família e estão no salão do cerimonial.
Minhas sudras vem para me escoltar até o salão, mas atrás delas vem os meus pais, então peço que nos deixem a sós por alguns momentos.
— Estou conseguindo ver você como uma verdadeira Princesa... Aquela Princesa que você sempre foi no coração desse velho pai que tanto te ama. - papai está com um largo sorriso, se aproxima, me dá um beijo e diz.
Meus olhos enchem de lágrimas, o agarro em um abraço apertado, recosto a cabeça no tórax dele, buscando ouvir mais uma vez o som desse doce coração.
— Ser sua filha é o maior presente que recebi de Deus, eu sei que sempre fui a sua Princesa e essa sempre foi a minha maior alegria, papaizinho lindo. – digo, ainda fazendo um enorme esforço para conter as lágrimas.
— Mas agora o meu sonho e o que sempre senti em relação a você se tornou verdade, um lindo sonho que Deus permitiu que eu vivesse para ver se tornando real... Ah meu Deus, muito obrigado! – ele diz e eleva os olhos para o céu, em mais uma de suas preces silenciosas.
Nos abraçamos mais uma vez, saboreando o silêncio e a paz do momento.
— Vamos, nós temos que purificar essa Princesa, venham! - minha mãe se aproxima, dá um beijo na minha testa e diz.
Rimos e seguimos com ela até o salão, vejo que todas as convidadas, amigas famosas e madrinhas estão acomodadas, parecem observar atentamente minhas roupas e joias, posso ouvir muitos elogios.
Faço questão de cumprimentá-las ainda de longe com o Namastê, sento e aprecio por alguns momentos a companhia das convidadas até que Dinah, a esposa do Pandith, avisa que é chegada a hora de começar o ritual. Ela vai oficiar essa celebração porque homens não podem estar conosco neste momento e terá como ajudantes as esposas dos Brâmanes.
Os músicos continuam a tocar apenas melodias, as sudras retiram as minhas joias e começam a me preparar, sento sobre um pequeno banco bem no centro do salão do cerimonial, onde tudo está preparado, bandejas com vários tipos de ervas e condimentos, óleos aromáticos, leite, haldi, flores e frutas estão a minha volta.
As sudras estão ligeiramente afastadas de mim, mas ao alcance de qualquer solicitação.
Madrinhas e convidadas estão sentadas ao meu redor, enquanto minha mãe e Dinah estão em pé ao meu lado, algumas esposas dos Brâmanes sentam à minha frente e outros ficam em pé para ajudar a oficiante.
Meu pai, Tony e Junior estão em pé também, mas estão um pouco mais distantes de nós.
Dinah e as outras indianas fazem pujas breves e recitam mantras.
— Raja Ronaldo, Rajkumari kee shuddhi shuroo kar sakata hai. (Rei Ronaldo, pode iniciar a purificação da Princesa.) – Dinah olha para o meu pai e diz.
Meu pai se aproxima de mim, molha os dedos no haldi e passa delicadamente em meu rosto, pescoço e em meus braços.
— Filha querida, uma nova vida e novos sonhos virão a partir de agora. Aprovei a escolha do seu noivo e abençoo esse casamento porque sei que ele a amará tanto quanto o papai te ama e cuidará de você como eu cuidei por todo esse tempo. Hoje eu estou aqui para purificar seu corpo e preparar você para essa nova jornada. – meu paizinho diz, e logo nossos olhares abundantes em emoção se encontram.
Então ele temina de passar o haldi na minha pele.
— Amor do pai, ver você plenamente feliz é tudo o que sempre desejei e é também o maior presente que recebo nesta vida, por isso agora eu te abençoo nesta nova vida e para que seja sempre seja realizada e feliz, você é a minha riqueza e será também a riqueza do seu futuro marido. - ele toca em minha cabeça e diz.
Eu me esforço para não chorar, afinal o homem que mais amo nessa vida é meu pai e minha primeira jornada de amor começou em seus braços amorosos.
Muitas mulheres se emocionam e choram, meu pai se afasta e minha mãe toma seu lugar, logo depois Tony e Junior vem, passam haldi e massageiam meus cabelos com a pasta preparada com amla. Apenas quando eles saem é que as madrinhas e convidadas começam a participar, eu brinco com elas sujando-as com haldi também, deixando agora um ambiente mais descontraído.
O ritual precisa prosseguir, fico quieta quando vejo Dinah pega um chumaço de ramos verdes e se aproxima, usa-os para tocar os meus pés, joelhos, ombros e cabeça, enquanto diz algumas palavras auspiciosas em hindi.
Minha mãe se aproxima com uma jarra nas mãos.
— Minha filha, eu te purifico com o leite, crendo que tua alma, corpo e coração são libertos agora de toda dor e sofrimento pelos quais você passou, assim estará pronta para sua nova jornada feliz. – ela diz e se prepara para começar a derramar o leite sobre mim.
Fico séria, baixo o olhar, uno as mãos e as apoio nas pernas, fecho os olhos e sinto o líquido escorrendo por todo o meu corpo.
— Filha amada, nós te abençoamos e te purificamos para que você esteja pronta para ter uma vida plena, feliz e realizada como sempre sonhamos para você. Estamos prontos para te entregar a um homem que a vê com os olhos do amor como nós a vemos. – abro os olhos ao ouvir minha mãe dizer.
Mais uma vez me esforço para conter a emoção, nada é mais importante para mim do que os meus pais.
Levanto e sigo para o toalete com minha mãe, as sudras e as madrinhas, o banho em água perfumada e pétalas de rosas já está preparado, entro na banheira e elas ajudam a esfregar a minha pele para que todo o haldi saia do meu corpo e a pasta de amla dos meus cabelos.
Depois de algum tempo saio do banho e visto um robe branco.
Como as minhas madrinhas estão todas sujas de haldi, minhas servas se apressam para preparar banho para elas também, em seguida eles vestem os robes curtos, azuis e floridos, especialmente confeccionados para as madrinhas, que estão preparados na câmara de vestir.
Faço questão de me juntar a elas para tirar mais uma foto para recordarmos, nos abraçamos e pedimos para que uma das servas nos fotografe.
Logo em seguida retorno para o salão do cerimonial, recosto em uma chaise, então minha mãe e Dinah passam a massagear a minha pele com os óleos aromáticos.
É um breve momento de relaxamento, enquanto isso os músicos continuam a tocar canções alegres, muitas indianas dançam e cantam festejando esse momento especial.
Volto para o quarto de vestir com as sudras, porque preciso me preparar para a festa que vai começar, observo que o ato de me vestir está se tornando quase um ritual, está ficando cada vez mais demorado porque as roupas são mais elaboradas e as joias maiores e mais pesadas a cada troca de roupas, tenho precisado realmente da ajuda das sudras, sei que estou passando por um período de adaptação para essa posição que terei que assumir de agora em diante.
Grandes mudanças haverão de acontecer, fico apreensiva e as temo desde agora, mas até quando vou evitar pensar no futuro?
Sei que meu destino é incerto, mas são muitas as possibilidades, daqui dois dias o meu shádi estará concluído.
O Imperador permitirá que após a celebração do casamento, nós retornemos ao Brasil e vivamos como Brasileiros?
Minha esperança é poder viver com a família que nossos corações escolheram, nossos amigos, não podemos abandoná-los, mas nem sei onde viveremos depois do casamento, sequer pensamos nesse assunto.
Agora todos sabem que o Príncipe sucessor do trono do Império vive, vejo que o adoram e o veem como a esperança desse povo, isso deve fortalecer o governo do Imperador, fazendo com que o soberano exija sua presença e permanência aqui.
Assim que meu shádi for concluído eu serei considerada uma Rainha e deverei usar saris mais elaborados e um conjunto de joias bem maior, porque isso honrará o meu marido e demonstrará o nosso status e riqueza. Daqui muitos anos, provavelmente depois do falecimento do Imperador, a coroa do Império será passada para o meu Jagal, a verdade é que desejo que muitos anos se passem até que esse momento aconteça, felizmente o Imperador goza de força e muita saúde.
Não estou preparada para assumir essa posição e nem mesmo sei se estou devidamente preparada para as exigências de uma vida na nobreza.
— Rajkumari? Rajkumari, aap taiyaar hain, kya ham ja sakate hain? Kya sab kuchh theek hai? (Princesa? Princesa você já está pronta, podemos ir? Está tudo bem?) – desperto dessa reflexão com a voz da Salima.
— Haan, main achchha hoon ham ja sakate hain. (Sim, estou bem. Podemos ir.) – sorrio e digo.
Olho no espelho e me sinto bonita, um sari em diferentes tonalidades de rosa e vermelho, com muitos bordados, joias bem pesadas e meus cabelos estão presos em um penteado diferente.
Vou na companhia das sudras para o salão de festas.