— Raajkumaaree, paraamarsh kee rasm samaapt ho gaee hai. Pujaaree ne use agale samaaroh ke lie bheja. (Princesa, o ritual de aconselhamento terminou. O sacerdote mandou chamá-la para a próxima cerimônia.) – Salima entra na sala e diz.
— Main taiyaar hoon, ham ja sakate hain. (Estou pronta, podemos ir.)
Fico ansiosa porque estarei diante dos Imperadores, mas caminho aparentando confiança, minhas sudras seguem logo atrás de mim.
Sou conduzida ao salão que está pronto para esse cerimonial, observo discretamente a beleza desse ambiente tão claro e amplo, decorado em branco e dourado, dezenas de poltronas brancas com almofadas lilás e douradas estão distribuídas por todo o salão, com pequenas mesas a frente delas. Vejo que seis poltronas especiais, douradas e de espaldares altos estão em uma das extremidades desse ambiente.
Meu mandap está do lado oposto, com quatro pequenos bancos estofados sob uma tenda, com um lindo arranjo de flores brancas pendentes, muito requintado.
Encontro com meus pais e sigo com eles para o mandap, onde o Pandith nos espera, vejo que minhas madrinhas já estão me esperando do lado direito, sorriem nesse exato momento, devem saber o quão importantes serão nesse cerimonial.
Todas as convidadas estão acomodadas no salão e em absoluto silêncio, devem pressentir que a cerimônia está pronta para começar.
Os sacerdotes se aproximam com várias bandejas nas mãos, que são entregues para as madrinhas.
— Raajkumaaree Weenny Singh, yahaan kapade aur gahane ka ek naya set hai jo aapake sasuraal, samraaton dvaara bheja gaya tha. Yah ishaara darshaata hai ki aap use apane parivaar mein us sachchee lakshmee ke roop mein sveekaar karate hain jo aap hain. (Princesa Weenny Singh, aqui está um novo conjunto de roupas e joias que foi enviado pelos seus sogros, os Imperadores. Esse gesto demonstra que a aceitam em sua família como a verdadeira Lakshmi que és.) – um dos sacerdotes diz e um faço um discreto gesto de concordância.
— Ek pradarshan ke roop mein jise aap is ishaare aur upahaaron kee saraahana karate hain, aapako ritaayar hona chaahie taaki aap in sabhee vastuon ko theek se pahan saken. Pleej, jao. (Como demonstração de que aprecia esse gesto e os presentes, deverá se retirar para que seja adequadamente vestida com todos esses itens. Por favor, vá.) – Pandith alerta e olha para as madrinhas, que parecem entender o recado e se aproximam de mim.
Sou levada novamente para a sala onde eu estava, minhas amigas estão atônitas, um tanto atrapalhadas sem saber ao certo o que devem fazer, todas querem olhar nas bandejas para ver os meus presentes e conversam comigo, achando o máximo que os meus sogros tenham mandado presentes para mim, mesmo que não tenham vindo ao casamento, noto que Tia e os demais tradutores continuam a proteger o nosso segredo da melhor maneira, enquanto ainda é necessário.
Meu irmão vem para perguntar se preciso de alguma coisa, como tudo está em ordem, ele se retira.
As sudras se aproximam e assumem a função das madrinhas, Zaara traz um biombo para proteger a minha intimidade, ela e Salima retiram a minha lehenga, enquanto Rani pega o choli e o sari na bandeja, Shiva pega as khussas, Nimat vai separando as joias e Madhavi solta meus cabelos.
Só quando estou com o corpo coberto pelo choli e o sari começa a ser enrolado, o biombo é retirado, vejo o olhar de raiva das minhas madrinhas para as servas, mas não digo nada.
Devo retornar para a cerimônia, sigo na companhia das minhas madrinhas, que agora carregam as bandejas com joias já separadas.
Entramos no salão sob os olhos atentos de todos, vejo meus pais e os sacerdotes sentados nas cadeiras especiais, enquanto todas as convidadas estão confortavelmente acomodadas nas poltronas.
Sigo para o mandap e sento, minhas madrinhas ficam ao meu redor e as sudras a esquerda, todas as bandejas são colocadas no chão logo a minha frente.
Ouvimos o anúncio da chegada da Imperatriz, todos levantam para recebe-la, a vejo caminhar em minha direção e sorrir, volto a sentar após saudá-la, observo o temor das minhas madrinhas por estarem tão próximas da Soberana, pela primeira vez.
A Imperatriz retira o pallu para que a cerimônia continue, agora eu devo ser adornada com a joias que um dia foram dela e que agora são minhas.
As madrinhas começam a colocar uma a uma das joias, os brincos, os colares, os adornos que são colocados em meus cabelos e na testa, o nath, anéis nas mãos e nos pés, as tornozeleiras e poucas pulseiras, já que continuo usando as churdas.
Demora algum tempo até que eu fique pronta, sinto o peso desses adornos e uma sensação estranha por carregar em meu corpo joias da família do meu Príncipe.
Quem tem o privilégio de ser adornada por uma Imperatriz? É a maior honra de toda a minha vida!
— Rajkumari, ye gahane vishesh roop se aapake lie rakhe gae hain, jo meree bahoo lekin meree betee se adhik honge. In upahaaron se pata chalata hai ki aap hamaare lie kitane keematee hain. (Princesa, essas joias foram especialmente guardadas para você, que será mais do que a minha nora, mas minha filha. Esses presentes devem mostrar o quão preciosa você é para nós.) – ela diz, me fazendo sorrir.
— Yah shaahee parivaar dvaara sveekaar kie jaane ka sammaan hai, main aapake mahaamahim ke upahaar aur aapakee keematee upasthiti, mahaaraanee ke lie aabhaaree hoon. (É uma honra ser aceita pela família Imperial, sou grata pelos presentes de Vossas Majestades e por sua preciosa presença, Imperatriz.) – digo e curvo ligeiramente a cabeça em sua direção e a vejo sorrir.
Ela faz um carinho em meu rosto, o cobre com o pallu e se despede, avisando em um sussurro que precisa voltar para Agra.
A cerimônia é encerrada pelo Pandith, ouço a conversa das minhas madrinhas, parecem aliviadas agora que veem a soberana se despedir e partir com toda a sua comitiva formada por outras mulheres da nobreza, servas e soldados.
Vejo a movimentação dos tradutores para instruir os convidados e madrinhas, devem estar se preparando para partir.
— Raajkumaaree? Sab kuchh jaane ke lie taiyaar hai, aap jab chaahen tab ja sakate hain. (Princesa? Tudo está pronto para partirmos, podemos ir quando desejar.) – Salima diz em voz baixa, sorrio e concordo com um gesto.
Nos despedimos dos sacerdotes e seguimos para a área externa do templo, entro no palanquim e seguimos rumo ao palácio escolhido para o almoço.
Os Amigos POV:
Essas pujas foram bem diferentes das outras, tudo parecia estar ficando mais sério a cada cerimônia.
As amigas ainda estavam encantadas com os pedidos da Dulhana para as deusas, mas estranhavam porque ela parecia concordar em ser submissa ao marido, nunca pensaram que Weenny, que sempre foi tão independente, desejasse submeter sua vida e decisões a um homem, mesmo sendo alguém como Eros, um verdadeiro deus e totalmente apaixonado por ela.
Todas as mulheres permaneceram ao lado da Dulhana, se ocuparam em ajudar a preparar a decoração, enquanto Weenny preparava o altar e oferendas, logo depois fizeram suas pujas, pedindo toda a felicidade para o casal preferido, sabiam que os padrinhos e os outros homens estariam fazendo o mesmo com o Dulhan.
Padrinhos e madrinhas se reencontraram para que pudessem ir para a continuação do cerimonial, estranham por permanecer em um templo, mas vão para salões que pareciam ser usados para festas, a julgar pela elegância e luxo.
— Por que desta vez não vamos para um palácio? Será que Eros quis economizar nessas cerimônias? – Samara disse e Filipe riu, enquanto os outros amigos os reprovavam com olhares.
— Isso não é um pensamento adequado para um casamento, sobretudo quando estamos na morada dos deuses – Amitabh os reprovou dizendo — Além disso, esse é o lugar mais adequado para as próximas cerimônias. O Janev nada mais é do que o aconselhamento ao Dulhan, para que ele esteja pronto para fazer as promessas e juramentos que deverão ser feitas diante dos deuses e cumpridas por todas as sete vidas que viverão juntos. O Godh Barai é a cerimônia que demonstra que a Dulhana será aceita na casa e família do seu Dulhan, por isso ganhará as joias de família e um sari de noiva.
Mais uma vez os amigos olharam para Samara e Filipe, desta vez sorrindo, viram o quando a dupla estava envergonhada.
O aconselhamento trouxe grandes surpresas positivas, mas não puderam fazer quaisquer brincadeiras, afinal todos tinham a convicção de que o Dulhan esperava com ansiedade por seu casamento.
Os amigos nunca tiveram dúvidas de que Eros amaria, cuidaria, supriria todas as necessidades da Weenny, sem dúvida ele estaria sempre presente em todos os momentos, até para os amigos ele sempre foi assim, por que não seria para a mulher que ele tanto ama?
Estranharam quando os sacerdotes disseram que seria o direito do Dulhan ter uma segunda esposa caso a primeira não lhe desse um filho homem, antes da primeira década de casamento.
— Isso é injusto! – Dani disse.
— E se o homem não for fértil, será culpa da mulher? – Iara perguntou.
— Esses são os costumes, é o direito do homem, mas ele deve decidir se quer. – Tia disse.
— Não se preocupem, Eros jamais vai querer outra esposa e não importa o que aconteça! – Ricardo disse e todos concordaram com ele.
Ouviram todas as recomendações e alertas que diziam como Eros devia se comportar até mesmo na hora do sexo, as madrinhas gostaram desses detalhes porque ensinavam o marido a ser cuidadoso e fazer com que a esposa se apaixonasse por ele todos os dias.
Foram muitos conselhos sábios, todos prestaram atenção e ouviram com cautela, afinal muitas dessas recomendações poderiam ser aplicadas em suas próprias vidas.
A presença dos Imperadores continuava causando medo e desconforto, o soberano não parecia nada satisfeito com o aconselhamento, o que os fazia pensar se ele havia passado por uma cerimônia como essas.
— Como é a história do casamento dos Imperadores? – Leonardo pergunta.
— É uma história bem antiga. A dinastia Mughal, cujo fundador era Mahfuzur Zaman, chegou na Índia e tomou o trono do Império, foi um tempo de hostilidade e guerras entre muçulmanos e hindus, então foi proposto um casamento entre a filha de Badiuz Zaman e Himanshu, o rei hindu, da dinastia Rajput, cujo fundador era Eknath, da província mais importante do nosso país, essa aliança foi proposta em troca de benefícios, sendo o principal a paz, foi nessa situação que Himanshu e Hameeda Bakshi Begum se casaram, logo em seguida Badiuz Zaman foi assassinado e Himanshu herdou o trono do império e assim o legado e a dinastia Rajput prevaleceram. – Amitabh aproveitou o fim do Janev para explicar.
Os Imperadores e Eros sumiram, o tradutor avisou que a próxima cerimônia seria restrita apenas para as mulheres, por isso deviam partir e foi o que fizeram, se despediram das madrinhas e retornaram para o hotel.
As madrinhas então seguiram com Tia para o salão reservado para o Godh Barai, mas a Dulhana ainda não estava lá, a tradutora avisou que elas deveriam esperar por ela debaixo do mandap.
Pouco tempo depois Weenny entrou no salão junto com os pais e as seis servas, a Dulhana sentou no banco estofado reservado para ela, as servas se mantiveram a uma curta distância, enquanto a família da noiva seguiram para seus lugares.
Havia poucos homens presentes, eram os sacerdotes, pai, irmão e padrasto da Weenny, ninguém mais, o salão estava lotada pelas convidadas, centenas delas.
A cerimônia começou com a entrada dos sacerdotes trazendo as bandejas e entregando nas mãos das orgulhosas e sorridentes madrinhas, eles devem ter explicado o que era, fazendo com que a Tia se aproximasse delas para fazer o seu trabalho.
— Dulhana Weenny, aqui está um novo conjunto de roupas e joias que foi enviado pelos seus sogros. Esse gesto demonstra que a aceitam em sua família como a nora preciosa que é. – a tradutora disse, tendo o cuidado de mentir adequadamente.
— Ah que lindo, então os sogros dela tiveram esse cuidado mesmo? – Gislaine perguntou.
— Shiiiiiu! Escuta! – Samara disse.
Então era chegado o momento de levar a Dulhana para um quarto de vestir e ajudá-la a mudar suas roupas, uma responsabilidade das madrinhas, todas sabiam disso, mas se distraíram ao ver a quantidade e qualidade dos presentes enviados pelos pais do Dulhan e em uma conversa sem propósito para o momento. Acabaram ficando aborrecidas quando viram as servas assumindo a função reservada à elas.
— Quem elas pensam que são? Nós já íamos... – Dani começou a dizer.
— Íamos o que? Nem levantamos desse sofá. – Michele disse.
— Tem razão, falhamos nesse ponto. – Mayara disse.
— Weenny nunca permitiu que alguém fizesse tanto por ela, simplesmente não entendo. – Gislaine disse.
— Ela nem reage enquanto tiram sua roupa. – Iara disse.
— Pelo menos as servas respeitam sua privacidade... – Carol disse.
— Escondendo o corpo da nossa deusa de nós? Esqueceu que já nos trocamos incontáveis vezes juntas no vestiário? – Vivian perguntou.
— Esse não é o momento ideal para vocês demonstrarem ciúmes, as servas respeitam e cuidam da Dulhana com devoção e respeito, considerem isso, por favor. – Tia ponderou e encerrou o assunto.
Viram e admiraram o novo sari da Dulhana, vermelho e rico em bordados dourados, mas lhe faltavam as joias, como uma noiva podia voltar ao salão do cerimonial se as únicas joias que ela usava no momento eram suas churdas?
— Devemos pôr as joias agora? – Marília perguntou e Tia negou com a cabeça.
— Mas o Guru disse que... – Tatiane começou a dizer.
— Essa cerimônia terá como objetivo adornar a Dulhana diante de todos os seus convidados, com as joias que foram da família do Dulhan e que agora ela herdará, por isso ela deve retornar ao salão dessa forma, apenas com o sari novo, já que ela não poderia ser vestida lá mesmo. – Tia explicou e todas concordaram.
Elogiaram a Weenny, que teve seu rosto coberto pelo pallu, então seguiram juntas para o salão, todas assumiram suas posições iniciais e aguardavam alguma palavra de um dos sacerdotes.
Mas se espantaram ao ver a Imperatriz entrar sozinha para assistir à cerimônia, sua proximidade era o suficiente para assustá-las e causar grande temor, afinal ela estava bem ao lado da Dulhana, se surpreenderam ainda mais ao ver que a soberana participou do ritual adornando a Weenny, mas quem podia imaginar uma honra dessas?
Umas olhavam para as outras com o desejo de verbalizar as questões que as sufocavam, mas não podiam ousar dizer nada, poderiam ser punidas.
Tia sentia essa tensão entre as madrinhas e sabia que precisava dar uma justificativa aceitável e o mais rápido possível.
A Imperatriz e Weenny trocaram algumas palavras entre sorrisos e uma aparente intimidade, mais uma vez todas queriam entender o que estava acontecendo.
Finalmente a Dulhana estava completamente adornada, tão linda quanto uma rainha, nunca viram tanto ouro e brilho, devia estar muito pesado, mas precisavam admitir que era realmente muito lindo, a família do Dulhan teve um bom gosto na escolha dessas joias.
A soberana se retirou e a cerimônia foi encerrada, agora Tia precisava ser rápida em suas explicações, antes de partirem para o almoço.
É normal que após a cerimônia os tradutores se reúnam em seus pequenos grupos para lhes dar instruções e para que possam se organizar para o próximo compromisso, mas as vezes Tia e Amitabh, os líderes dos tradutores, fazem questão de dar essas orientações no microfone.
Desta vez, Tia precisa falar em particular com seu grupo.
— Venham, vamos indo, no caminho conversamos. – ela diz e todas as madrinhas a seguem obedientes.
Saem do palácio em silêncio, apenas quando estão do lado externo as primeiras perguntas surgem.
— Por que a Imperatriz se aproximou tanto de nós? – Melissa pergunta.
— Por que ela colocou as mãos na Weenny? – Samara pergunta.
— Uma mulher importante como ela fazendo trabalho de madrinhas ou servas? – Maria José questiona.
Tia se prepara para contar mais uma mentira bem elaborada, para a cem metros do micro-ônibus com a intenção de contar a tal invenção olhando nos olhos delas.
— Mais uma vez volto a dizer que nossos Imperadores foram gentilmente convidados pelo Dulhan, além disso tem liberdade para ir onde desejarem e ninguém pode impedi-los – a tradutora diz essa primeira parte com fluidez, já que corresponde à verdade — Ouvi um dos servos da Imperatriz revelar que os pais do noivo não puderam estar presentes por questão de doença, todos sabem o quanto a soberana é justa e caridosa, deve ter se compadecido ao saber que a cerimônia seria incompleta e talvez frustrasse os planos de uma noiva sonhadora. – completa seu ardil com certo orgulho, esperando a reação das madrinhas.
Elas ficam surpresas e encantadas, a julgar pelos comentários que se seguem, parece que as madrinhas começam a admirar a temida Imperatriz, mesmo assim não querem se aproximar dela.
Isso é o suficiente para que sigam o caminho até o palácio escolhido para o almoço na mais perfeita paz e tranquilidade.
Chegam em alguns minutos, admiram a bela e enorme construção, caminham até a entrada e encontram com os padrinhos, que já estão prontos para receber os primeiros convidados, elas também se preparam, afinal os primeiros convidados já estão chegando.
Cerca de meia hora depois chegam os últimos convidados, é nesse momento que avistam o palanquim da Dulhana e um carro luxuoso que traz o Dulhan.
Os noivos saem ao mesmo tempo e sorriem um para o outro, cumprimentam os padrinhos e os convidam para adentrar o palácio na companhia deles.
Caminham pelo hall e começam a subir uma grande escadaria, veem seis funcionárias que estão prontas para recepcioná-los, curvam-se aos noivos e fazem o Namastê para os padrinhos.
Logo podem observar a decoração com flores e o rangoli em tons de lilás e branco, denunciando qual será a cor predominante no salão.
Sempre se surpreendem ao adentrar os ambientes, muito luxo e requinte é o que sempre veem, mas todos tem um toque tão especial e único que causa uma reação diferente neles. É um salão gigantesco, com uma decoração toda especial no teto, com tons de lilás, azul e branco, centenas de mesas com cadeiras estofadas brancas estão espalhadas por todo o ambiente, muitas flores decoram as mesas, canteiros e pilares. Procuram pelo mandap dos noivos e o veem em um ponto estratégico do salão, bem próximo a pista de dança e do palco onde estão os músicos, do outro lado notam que há uma mesa bem especial para os noivos, decorada com o mesmo esmero e luxo, com luzes, flores e um pequeno e lindo lustre.
Eros sorri ao ver o encantamento de todos com a sua escolha, os padrinhos apontam para as mesas onde estão separados os alimentos e bebidas do banquete, as madrinhas reparam na louça elegante e em seus frisos de ouro.
— De ouro? – Samara sussurra e seus olhos brilham, mas ninguém se dá ao trabalho de responder.
Todos se acomodam em suas mesas e o banquete do almoço é servido, percebem o quanto estão gostando de todo esse luxo, parecem habituados com os alimentos e bebidas, já não temem provar uma iguaria nova, mas não é sempre que a aprovam.
Observam o comportamento dos noivos, parecem mais tímidos do que confortáveis em suas comemorações do casamento, será o peso da responsabilidade? Ou será que estão se esforçando para controlar toda a saudade? De qualquer maneira, querem que o casal de deuses desfrute de toda a felicidade que merecem e também de seus momentos de intimidade, o quanto antes.
O que lhes incomoda é ver que Eros e Weenny tem comido muito pouco, estão sempre apressados e preocupados com o bem-estar dos amigos, convidados e imprensa, indo de mesa em mesa para deixá-los a vontade e perguntar se precisam de alguma coisa... Esse não deveria ser o dever dos padrinhos e madrinhas?
São centenas de convidados, os deuses sabem que eles não dariam conta, mesmo com a ajuda dos pais da Dulhana, mas também não querem que eles deixem de aproveitar suas festas de casamento, já que, segundo suas palavras, será o único casamento de sua vida.
Alguns dos amigos puxam seus tradutores para a pista de dança, pensam em chamar os noivos, mas não os encontram, devem ter ido embora, sabem que logo terão que fazer o mesmo, por isso aproveitam enquanto podem.
Amitabh levanta, vai ao palco e pega o microfone.
— A próxima cerimônia será o Mehendi. Os noivos receberão a aplicação da henna indiana em suas mãos e pés, com a intenção de protegê-los e afastá-los do mau olhado, preparando-os para as cerimônias que vão concluir o shádi. Esse ritual acontecerá em locais diferentes, portanto os homens deverão acompanhar o Dulhan e as mulheres a Dulhana, tenho certeza de que vão gostar, terão apenas trinta minutos para retornar ao hotel e para se prepararem. – o tradutor explica, promovendo uma agitação no salão.
Os padrinhos e madrinhas decidem retornar ao hotel, querem tomar um banho e trocar de roupas.