Capítulo 68: Celebração

Sinto que as aulas do Guru Shankar não me prepararam para as emoções que vivi nestes últimos dias, não podia imaginar que seria tão especial e único. A verdade é que nunca sonhei com um casamento brasileiro, mas também não conhecia a fundo o shádi hindu, apenas depois dos ensinamentos do meu mestre indiano conheci o significado dos cerimoniais.

Jamais me esquecerei tudo o que eu vivi e senti desde que cheguei na Índia, sensações indescritíveis que foram do pavor a mais profunda felicidade, das cores aos sabores, da simplicidade ao luxo... Poderia passar muito tempo tentando descrever tudo o que senti.

Uma das melhores sensações foi olhar para o meu Príncipe e saber que daquele momento em diante era meu marido ou Pati, como as indianas dizem.

Eros, o deus do amor, curou o meu coração e me fez conhecer o amor verdadeiro... Mas se é assim, por que nunca fui capaz de dizer o que sinto?

Olho para as minhas alianças e símbolos de mulher casada e só consigo enxergar o profundo amor que ele tem por mim, a ponto de lutar por esse casamento mesmo tendo que se opor ao Imperador. Ergo meu polegar esquerdo e admiro o aarsi, anel que representa a nossa primeira noite de amor, a aliança de ouro e a grande aliança dada apenas à Dulhana, passo as mãos pelo longo mangalsutra e sinto o sindur na divisão dos cabelos, sorrio orgulhosa.

— Há um ditado na Pérsia que diz... – Jagal diz, me tirando dos devaneios — Por que procurar o paraíso, se ele está diante de mim agora. É como me sinto a cada vez que a vejo.

— Você é mesmo um deus... – começo a responder, mas sou interrompida pela agitação de Samara.

Muitas pessoas vêm nos cumprimentar, normalmente famílias de uma só vez, diminuindo o tempo de espera para a multidão que aguarda na fila. Todos os nossos convidados são importantes, mas alguns passam e marcam as nossas vidas, como o Guru Shankar e toda a sua equipe, que estão orgulhosos por terem ensinado a Princesa e de esperanças renovadas ao saber que o Príncipe sucessor do trono do Império está vivo e agora de volta ao seu país. E também os diretores, executivos, produtores da Rhemma e da Star Media, responsáveis pelos filmes que realizaram nossos sonhos.

Finalmente atendemos a todos.

Seguimos com escolta até o palácio que está preparado para a nossa celebração, dentro do Forte Agra. Permaneço quieta durante todo o trajeto, uma estranha sensação me perturba, mas não sei dizer exatamente o que estou sentindo, parece que algo vai acontecer.

Já está anoitecendo, a multidão formada pelos nossos amigos, convidados e imprensa nos seguem até a imponente entrada especialmente enfeitada para a celebração do shádi. A guarda imperial faz reverência e se afasta para que possamos passar, pisamos sobre o carpete vermelho que cobre toda a extensão desse ambiente, decorado em dourado e vermelho e com muitas flores.

Chegamos ao hall elegantemente decorado com muitas flores em arranjos especiais e cordões, a iluminação dá um toque singular ao ambiente, vemos vários cerimonialistas prontos para recepcionar e orientar os convidados, todos fazem a vênia quando passamos.

Entramos no enorme e luxuoso salão de festas que conta com vários ambientes interligados, admiro os grandes lustres de formato incomum, poltronas elegantes estão posicionadas a direita e a esquerda, com pequenas mesas de centro entre elas, os muitos portais existentes nesse salão dão passagem para uma área especial que visa acomodar todos os convidados, com diversas tendas de armação dourada e poltronas de couro bege.

O mandap está sobre uma estrutura que parece um palco, inclusive por suas escadas laterais, está decorado com muitas flores, lustres diferentes e castiçais, suas poltronas centrais, estofadas, de espaldar alto e em couro bege, estão levemente separadas, noto que outros dois assentos semelhantes a tronos estão a direita e mais duas poltronas a esquerda, de certo para acomodar nossos pais. Os Imperadores seguem para os seus lugares e se acomodam, sei que devemos fazer o mesmo, mas lanço um olhar para o meu marido pedindo para conhecer os outros ambientes, ele apenas sorri mostrando que realizará meu desejo.

Mahaamahim, main khud ko doosare hol ko dekhane ke lie bahaana karata hoon. Ham jald hee vaapas aaenge. (Majestades, peço licença para ver os outros salões. Voltaremos em breve.) – Jagal diz.

Theek hai, jao. (Está bem, vão.) – o Imperador responde com certa rispidez, sua voz me faz estremecer.

Um pouco mais adiante vemos um novo mandap, lindíssimo, mas esse é para fotos, uma poltrona vermelha com espaldar decorado com um desenho especial em dourado, com uma cúpula superior adornada com uma renda especial e um lustre pendente de onde saem os cordões de flores que caem ao redor da poltrona.

Os convidados já se espalham pelos ambientes da festa, por isso nos apressamos.

Entramos no salão onde será servido o banquete e logo vemos que centenas de mesas quadradas de doze lugares estão distribuídas por todo o ambiente, são enfeitadas com longos vasos de rosas vermelhas, lustres e castiçais. Vamos para o centro do salão e sorrimos ao ver o nosso lugar preferido, a pista de dança, os músicos já estão no palco e tocam uma música romântica nesse exato momento, aguçando nossos desejos.

— Dança comigo? – Jagal diz e estende a mão.

Pouso a minha mão direita na esquerda dele, fecho meus olhos e deixo que ele me conduza... Aprecio o contato do seu corpo e sinto o efeito da saudade percorrendo os nossos corpos... Nos afastamos abruptamente.

— Venha, precisamos ir. Ali está a nossa mesa. – digo.

Caminhamos mais alguns passos na direção da enorme mesa retangular, uma toalha de seda vermelha com o brasão Rajput bordado em dourado cobre toda a sua extensão, reparo nos detalhes, são muitos castiçais de ouro com seis velas, arranjos com rosas vermelhas, porcelana especial com frisos dourados e o brasão imperial, talheres de ouro e taças decoradas enfeitam a mesa com requinte. Há uma tenda dourada cobrindo essa mesa especial com quarenta lugares.

Na galeria superior vemos as mesas preparadas para a nobreza indiana.

Seguimos adiante e vemos nosso mandap, que é simplesmente exuberante. Está diante de um espelho, o carpete é branco, a poltrona é estofada e vermelha, um lustre de cristal e vasos dourados com rosas vermelhas o enfeitam.

Há uma vasta quantidade de mesas com grande variedade de doces distribuídas por todo o salão, além de três bolos especialmente decorados para a ocasião.

Entramos na área do banquete, os servos assustam ao nos ver, fazem a vênia e se afastam. Os ambientes são lindos e tudo está impecavelmente preparado, há um exagero na quantidade de alimentos e bebidas, suficiente para alimentar metade da população indiana.

Voltamos ao salão principal, notamos que agora os ambientes estão repletos de convidados, amigos e imprensa, nos acomodamos em nosso mandap.

Peço licença e saio na companhia da minha mãe, para a minha primeira troca de roupa, nossas as servas nos seguem e nos conduzem para um aposento elegante e confortável, vejo minhas vestes sobre a cama e as novas joias maiores e mais pesadas arrumadas cuidadosamente ao lado.

Madhavi, Zaara e Rani vão me despindo, de repente ouvimos uma batida na porta, Salima atende e vê que são as minhas madrinhas.

— Ufa, quase chegamos atrasadas. – Carol diz.

— Se a Marília não ficasse comendo, teríamos chegado ao mesmo tempo que elas. – Samara reclama.

— Eu estava com os docinhos na mão, vim comendo. A culpa é da Melissa que estava babando na decoração. – Marília diz e eu rio delas.

— Está bem, parem já com isso. O importante é que vocês estão aqui – digo e as vejo sorrir.

Acabo de tirar sari e o entrego nas mãos da Carol, que fica sem reação.

— A você entrego meu primeiro sari de casamento, porque você acompanhou toda a aflição que passei e caminhou ao meu lado até esse momento, esse vestido representa o começo de toda a minha felicidade. – digo e a vejo chorar.

Carol é a minha amiga mais antiga, depois vieram Mayara e Samara, foi a primeira a aceitar essa viagem que mudou as nossas vidas.

Sou vestida e adornada com cuidado, sinto o peso das novas joias e a diferença do nath, que agora é uma grande argola adornada, me aproximo do espelho para ver os detalhes da minha segunda roupa de noiva, meu novo sari é em tons de rosa e vermelho e com muitos bordados em fios de ouro. Vejo que minha mãe está orgulhosa, não para de sorrir e de me elogiar, quando vê que estou pronta para voltar para o salão, cobre meu rosto com o pallu.

Por todo o caminho os convidados param o que estão fazendo para me observar, Pati me olha com admiração, levanta para me receber, mas não voltamos ao mandap, ele me leva para o centro do salão, aproveitamos a música alegre que está sendo tocada nesse momento, nossos amigos vem dançar conosco e nos divertimos muito.

Algum tempo depois, o Imperador ordena que o jantar seja servido, então todos seguem para o salão preparado para o banquete.

Tudo tem uma grandeza tão impressionante que todos parecem estar encantados, observando cada detalhe do luxo, beleza e fartura que há pelo caminho, que demonstra o grande poder e a riqueza dos Soberanos.

Ao entrar no salão do banquete, vamos direto para a nossa mesa, enquanto os convidados e a imprensa se acomodam nas centenas de mesas espalhadas pelo salão, contando com a ajuda de seus tradutores e dos cerimonialistas.

O Imperador assume seu lugar na cabeceira, a Imperatriz a sua esquerda e ninguém ao lado dela, depois vão se acomodando os padrinhos nesta ordem, Salmaan, Ravi, Ricardo, Claudio, Guilherme, Rafael, Eduardo, Igor, Leonardo, Victor, Filipe, Enzo, um lugar vago e Junior, meu irmão. Meu pai se acomoda na outra cabeceira, minha mãe a sua esquerda, em seguida Tony, Samara, Melissa, Marília, Tatiane, Vivian, Gislaine, Iara, Carol, Dani, Michele, Maria José, Mayara e eu, ao meu lado e a destra do Imperador está Jagal. Fazemos questão de ter nossos padrinhos ao nosso lado, eles também são a nossa família, os irmãos escolhidos pelos nossos corações.

Os nobres também estão indo para os seus lugares, agradeço pela privacidade que a tenda que está sobre a nossa mesa nos proporciona.

A presença dos Soberanos parecer intimidar a todos, o único que parece estar à vontade, por motivos óbvios, é o meu marido. Paro um momento para observar as reações de todos, noto que meus pais pouco conversam, mas não vejo medo em suas expressões, já nossos padrinhos e os convidados comportam-se de maneira diferente, é fácil perceber o desconforto e medo em seus olhos e falam baixo, olhando discretamente vez ou outra conferindo a movimentação dos Imperadores e da guarda imperial.

Os garçons se apressam para servir nossos pais e os nobres, em seguida passam a circular pelo salão servindo a todos os convidados.

O Soberano pega o datar, que é um pouco de sal em uma pequena bandeja de ouro, mostrando que mais um importante ritual está prestes a ser realizado, o sal passará pelas mãos de cada membro das duas famílias, representadas nesta mesa, os Manohari e os Alves, tornando-nos um só sangue e evitando que venhamos discutir algum dia.

Jis tarah namak sabhee khaady padaarthon ke saath ghulamil jaata hai aur apanee alag pahachaan kho deta hai, lekin khaady padaarthon ko apana svaad deta hai, to kya ham apane parivaaron kee ekata ko banae rakhate hain. (Assim como o sal se mistura com todos os alimentos e perde sua própria identidade, mas dá aos alimentos seu sabor, da mesma maneira consagramos a união de nossas famílias.) - o Imperador diz quando vê o datar nas mãos do meu pai.

Ham us kshan se ek parivaar hain, mahaamahim. (Somos uma só família a partir desse momento, majestades.) – meu pai ergue o datar e diz, mantendo a expressão séria.

O casamento hindu une não apenas o casal, mas ambas as famílias.

Em pouco tempo percebemos que todos estão satisfeitos com essa primorosa comida, experimentam todos os tipos de bebidas e agora os doces e bolos começam a ser servidos, diferente de como fazemos nos casamentos no Brasil, que os noivos vão até a mesa do bolo, o cortam e tiram fotos com os padrinhos e familiares.

Vejo o fotógrafo circulando pelo salão.

Os músicos começam a tocar bhangra, um estilo musical originário de uma região da Índia chamada Punjab. É uma dança alegre e muito divertida, os padrinhos vão para a pista de dança e nos surpreendem com uma linda e empolgante homenagem, fazem questão de nos puxar para a pista de dança, alguns convidados também vão e nos divertimos muito.

Fazemos questão de cumprimentar nossos convidados e agradecer pela presença, talvez não tenhamos tempo de demonstrar nossa gratidão e alegria de tê-los ao nosso lado na celebração do shádi, reconhecendo todas as dificuldade envolvidas, a viagem exaustiva, a quantidade de compromissos diários, a comida e as acomodações tão diferentes daquelas que estão habituados, tendo que abrir mão de seus compromissos por pouco mais de uma semana.

Paro na mesa dos amigos famosos.

— Cansaram de dançar? – pergunto.

— Ah, achei que era difícil dançar os ritmos latinos, mas nada se compara a dança indiana, pareço mesmo um boneco de posto. – Rodrigo Rios diz, levando todos nós as gargalhadas.

— Quero agradecê-los por terem vindo neste que é o momento mais especial das nossas vidas. Por todo o esforço que fizeram e pelo ca... – digo.

— Por favor não agradeça! Nós é que estamos gratos por ver essa maravilha chamada shádi. – Renata diz e faz um gesto com as mãos como se implorasse.

— As novelas não fizeram jus a essa beleza e grandiosidade, posso passar horas, dias e até meses listando todas as maravilhas que vi aqui. – Trícia diz.

— Mas o que deixou tudo perfeito foi o amor de vocês. – Ana diz.

— Jamais vi noiva tão linda e radiante. – Débora diz e todos concordam.

— Uma verdadeira deusa, teria tirado milhares de fotos suas, se pudéssemos. – Valentina diz.

— Nunca vi um noivo tão feliz e apaixonado. – Carlos diz, me fazendo olhar para o meu marido, que está junto com a família da Carol.

— Conversamos com muita gente, inclusive com os colegas da imprensa, todos tem a mesma opinião sobre o shádi. Conseguimos ver o amor de vocês em cada detalhe. – Ana diz.

— E olha que são muitos! Ai, quem diria que conheceríamos fortes, Agra e até Taj Mahal? – Renata parece realmente encantada ao dizer, amo essa simplicidade dela.

— E quem podia imaginar que veríamos Imperadores, Reis e outros nobres tão de perto? – Augusto pergunta.

— Quer que eu os apresente? – pergunto, mesmo imaginando as respostas.

— Deus me livre! Quero distância das majestades e da nobreza, não pretendo morrer tão cedo. – Rodrigo Rios diz e todos concordam, fazem expressão de medo e eu tenho que me controlar para não rir.

Michele me chama, peço licença e vou ao encontro dela.

Tatiane, Vivian, Gislaine, Iara, Michele Melissa e Mayara me cercam, oferecem um pedaço de bolo e champanhe.

— Como esse deus te levou para casar no Taj Mahal? – Gislaine pergunta.

— Ei, nosso deus, não é porque casou que deixará de ser. – Iara alerta, me fazendo rir.

— Seja lá como for, isso é incrível! – Melissa diz.

— E essas cerimônias? Nunca vi nada tão lindo, até fiquei com vontade de casar. – Vivian diz.

— Esses vestidos são divinos, quero ver alguém ter a ousadia de dizer que você não é uma deusa. – Tatiane diz.

— Olhem essas alianças, você vai ter que usar todas? Não achei que fossem tão grandes. – Mayara diz e vai apontando para cada uma delas.

— Vocês estão sufocando a Weenny, deixem ela falar. – Michele diz.

— Não dá para conversar na frente daquelas seis chicletes. – Gislaine diz e finge estar brava, todas gargalham.

— Ainda acho que estou sonhando, mas não quero acordar. Meu Dulhan é muito melhor do que eu sonhei, acho que não sabia o que era amar. – digo.

— Então você o ama? – Michele pergunta, faço um sinal afirmativo e baixo o olhar.

— Nunca ouvimos você dizer isso para ele. – Vivian diz.

— Eu nunca disse, não sei dizer o porquê – digo e não ergo meu olhar — Mas estou decidida a resolver essa situação ainda hoje.

Vejo Madhavi, uma das minhas sudras, se aproximando.

Sangeetakaaron ke paas jao aur unhen ek vishesh aur romaantik dhun bajaane ke lie kahen, main apane pati ko shraddhaanjali doongee. (Vá até os músicos e peça que toquem uma melodia especial e romântica, farei uma homenagem ao meu marido.) – digo e vejo que meu pedido é prontamente atendido, a melodia marcante preenche o ambiente.

O som das minhas tornozeleiras durante o curto caminho que faço até a pista de dança é suficiente para atrair os olhares de todos, que instintivamente silenciam para me observar.

— Peço a atenção de todos vocês, prometo ser breve. - digo e vejo meus padrinhos se aproximando.

Certa vez fui surpreendida por um discurso que me arrebatou, mas na ocasião as palavras fugiram aos meus lábios... O meu anseio é revelar o que sinto por você... – digo em português e vejo Jagal ajustando a sua posição na cadeira.

Pati... Você está presente nas minhas conversas, nas minhas emoções e em meus anseios. Você é a música da minha alma, a minha respiração, o pulsar do meu coração e a minha vida. Você é o meu segredo, a minha riqueza e a minha esperança. Você está presente na minha vitória e na minha derrota... Você é o meu destino e a minha ascensão, meu amor e minha devoção... – começo o meu discurso e o vejo levantar e vir em minha direção.

A música chega em seu ápice.

Diminuo a distância entre nós, me curvo diante dele e toco seus pés, buscando as bençãos do grande amor da minha vida. Sinto o toque de sua mão direita e um discreto carinho na minha cabeça, ele me ajuda a levantar.

— Você está no meu coração como uma oração e a menção do seu nome será a minha adoração... Eu te amo. – termino o meu discurso com a voz embargada.

Vejo lágrimas nos olhos do meu Jagadeesh.

— Eu te dei meu coração, meu corpo, minha alma e minha vida, mas nada disso é tão precioso quanto os seus sentimentos. Eu te amo profundamente. – ele diz nessa curta distância que estamos e com voz chorosa, mas exibindo seu lindo sorriso.

Nossos padrinhos se aproximam para evitar uma demonstração pública de afeto, os hindus não fazem isso, não podemos esquecer que estamos diante da nobreza indiana.