Capítulo 4

Com o final de semana já na nossa porta, decidimos nos mimar um pouco indo para Hamptons passar o fim de semana, ou seja, seria um fim de semana regado a luxo e glamour exatamente o que nossas famílias esperavam de nós tanto que deixavam em nossas mãos cartões Black ilimitados para nos mimar um pouco.

O caminho foi bem divertido, onde comentamos sobre a noite maravilhosa que tivemos.

-Oh meu Deus. Você é mesmo uma safada, mas isso me impressionou, nem eu sabia desse andar na Luxury.- Disse Annelise.

-Somos duas, quer dizer, não estou querendo julgar mas...- disse Isabel.

-Mas já julgando...- disse Annelise arrancando risos de nós três.

-Você nem quis saber o nome dele? Quer dizer, você deixou com ele sua calcinha. - Isabel apontou o óbvio.

Algo para se saber sobre ela é que, fodas causais é um pouco estranho para a mesma, então o fato de eu não perguntar o nome do cara com quem estive horas para ela soa como algo muito frio e impessoal, o que faz sentido já que essa é a definição de uma foda casual. Não procuramos carinho, procuramos orgasmos. É simples e pura lógica.

-Ah claro, por que é isso que você quer saber de um cara que está te fazendo gozar, seu nome. - Debochou Annelise. - mas, deixar com ele sua calcinha, provocante, mas achei demais.

-Foi exatamente por isso que eu fiz, para ser provocante. Mas confesso que até agora não tirei ele da cabeça, ele tinha um jeito de me dominar que foi intenso, eu realmente gozei como nunca antes. - me gabei. - E vocês o que fizeram?

-Bom, eu estive com uma mulher que era bem quente. Depois acabei descobrindo que ela queria me recrutar para fazer parte da fantasia que tinha com o namorado e preciso dizer aquilo foi intenso. - Confessou Annelise enquanto dirigia.

-Não sei quem é pior você ou ela. - disse Isabel perplexa no banco do passageiro.

-Nós duas? E você que simplesmente estava com alguém, por que eu sei que estava. - disse Annelise antecipando Isabel que ia descordar - já que, estava toda desconfiada quando te encontrei. O que só pode ter sido alguém conhecido.

-Não é o que vocês estão pensando. - disse ela encabulada.

-Você teve uma noite de sexo com alguém que conhecemos, mas está aí se fazendo de puritana? - questionei ela.

-Não...eu...apenas beijei alguém. - disse Isabel envergonhada.

-Por seis horas? - disse bem desconfiada.

Nesse momento, o celular dela começou a tocar, mas a mesma não foi tão rápida para esconder quem era que estava ligando.

-OH MEU DEUS. É QUEM EU ESTOU PENSANDO? - perguntei perplexa por ver quem era na outra linha. - Ele não é casado?

-Recém-divorciado. Aparentemente, ele já assinou os papéis do divórcio e como já foi homologado, ele está solteiro. - explicou Anne. - Mas mesmo assim, por que ele está te ligando? Como ele tem seu número?

-Era com ele que você estava ontem à noite? - perguntei.

-Olha só quem resolveu virar tagarela de repente. - disse Isabel sem graça com o rumo daquela conversa. - Eu não sei por que ele está me ligando e nem como deve ter meu número, apesar de que minha família tem escritórios de advocacia aqui em Nova York e sua empresa é cliente da filial que temos aqui.

-Não só a empresa, ele também, afinal seu divórcio foi realizado pela sua cunhada Belita. - disse Annelise. - Soube disso por que peguei uma conversa entre meu irmão e papai uma vez e eles disseram que foi um divórcio express, ou seja, sem muitas coisas. O que os surpreendeu já que a ex mulher dele é uma perfeita diva. E isso não é um elogio. Mas ainda falta uma pergunta a responder.

-Ele não viu quem eu era. Achou que fosse uma mulher aleatória e por isso foi adiante, na verdade nem chegamos a dormir juntos, apenas uma preliminar que poderia ter ido adiante, mas quando Anne mandou mensagem dizendo onde estava, ele percebeu quem eu era e então pediu licença e saiu. - disse Isabel.

Não passou despercebido o fato de que ela estava bem cabisbaixa com a reação desse homem ao dispensá-la, mas apesar disso, não parecia que estava triste pelo fora apenas, e sim por que quem deu o fora nela não foi qualquer um. Isabel é sempre tão reservada que não poderia imaginar que tivesse um crush nesse homem, aquilo sim foi surpreendente.

O assunto morreu, pois, depois da viagem longa de 1h53 minutos, finalmente tínhamos chegado em Hamptons. Nós seguimos em direção a East Hampton, pois era o lugar onde ficava a casa de meus pais, que assim como eles era um local elegante e tradicional. Pelo menos a mansão era enorme e de um ótimo gosto, disso eu não poderia reclamar, a casa era estilo grego, o que só fomentava a ideia de aquele era o paraíso disfarçado, a decoração tinha tons dourados e a casa inteira era pintada de branco e alguns detalhes em azul.

A casa em si aliada ao local que estava, remetia a paz e tranquilidade. Justamente o que precisamos naquele fim de semana.

Assim que guardamos nossas coisas em nossos quartos, colocamos um biquíni junto de uma saída de praia e fomos almoçar, afinal saímos de lá eram 10 A.M, pois estávamos cansadas da farra do dia anterior e sem menor condição de viajarmos tão cedo.

Dessa vez quem dirigiu foi Isabel, fomos em direção ao Sant Ambrose, onde comemos um almoço leve, afinal ainda queríamos fazer compras naquele dia, talvez pegar uma praia, enfim tínhamos muitas opções para aquele fim de semana.

Ao terminamos o almoço, decidimos ir as compras e aquela sim foi uma batalha.

-Pelo amor de Deus Annelise, o que essa roupa tem de discreta? - disse Isabel.

-E quem está procurando discrição? Eu quero é mostrar essas pernas. - disse Anne.

-O que me leva a pensar nesses saltos aqui. Eu sou tecnicamente baixa, então isso poderia enaltecer minhas pernas. - disse para elas enquanto calçava o salto de quinze centímetros prata bico fino.

-Achei sexy. - disse Anne. - Por favor Isabel, deixe de ser puritana uma vez na vida e se entregue aos prazeres dela, olha só esse vestido que ficaria lindo na sua pele. - Anne entregou para ela o vestido, fazendo com que ela fosse experimentar.

Era um vestido dourado preso apenas nos seios, deixando as costas nuas com um entrelaçado nela, mas que definitivamente não poderia ter sutiã e a distância entre a bunda e o final do vestido era curta, então precisaria estar muito atenta a seus movimentos para não mostrar demais, mas fora isso aquele vestido estava gritando "ME COMPRE" em neon.

-Você perdeu a sua cabeça? Onde eu usaria isso? - disse Isabel enquanto saia do provador totalmente desconfortável.

-Sei com quem você usaria. - Resmunguei.

Ela ficou vermelha e olhou para o chão.

-Olha amiga, esse vestido ficou um arraso em você. Eu acho que deveria comprar e sinceramente, qualquer homem que te visse com ele, comeria o próprio braço se isso os-fizesse ter uma chance de ir parar na sua cama. Aliás, como a sua onda é homens mais velhos, lembra daquele amigo de Petrus que foi lá em casa na última férias de verão que tivemos na Alemanha? Pois, ele estava perguntando por você. Se tem alguém. Ele é um cara legal, ele não se importa com esse lance de idade e também não coloca isso como uma fantasia apenas, quer dizer, o homem não está saindo por aí gritando por quem quer ter um relacionamento com ele, mas nem que fosse por apenas uma noite, o cara te queria e ele não te viu usando isso. Então, se quer saber onde usar ou com quem já tem sua resposta. Dane-se se esse bastardo está preocupado com sua idade ou com seus negócios, você é quem ele está perdendo e por si só isso já o qualifica com o idiota que é. - disse Anne enquanto a abraçava por trás na frente do espelho.

-O nome dele não é Albert? - Perguntei enquanto procurava algo para completar meu look.

-Exatamente e tenho o número dele aqui. Não estou dizendo para você já ligar para ele, apenas se quiser. - disse Anne indo em direção ao seu celular.

Depois de perambular pelas lojas, decidimos ir para casa descansar.

Assim, foi basicamente nosso dia bem leve e com muitos gastos, até Isabel começou a brincar que era melhor Anne ficar mais embaixo do sombreiro pois quando retornasse para Nova York, ela iria parecer um camarão descascando, o que rendeu a ela um belo banho naquela água fria.

Fomos a festas, apenas um momento entre garotas e apesar do que podem dizer não precisávamos ir pra cama com alguém para ser considerado uma boa noite, mas beijamos muito, era meio que nossa competição isso, pois quem beijasse menos bocas pagaria a conta do dia. Claro que tinha um limite de tempo, onde sincronizávamos nossos relógios e partíamos em direção a batalha, nem preciso dizer que Isabel achava aquilo um absurdo, mas ainda assim, entrava na onda, pois segundo a mesma era somente porque não queria ser juíza de tal competição infantil.

Sempre que Annelise dizia que tinha visto um daddy para Isabel, ela ficava vermelha de raiva por ter seu gosto por homens descoberto, o que era muito engraçado.

Ela precisava aprender a relaxar urgentemente.

Foi um ótimo fim de semana, regado a ida a bares, comer bem, se vestir bem, pena que teríamos que voltar no domingo, então como não gostávamos de pegar a estrada tarde da noite, resolvemos ir pela tarde, umas 14 P.M, já que também as meninas tinham aula na segunda e eu não, o que significava que teria mais tempo para descansar do que elas.