Detetive Qualificado

Já se passaram por volta de 1 hora e agora estamos a caminho do local em que me foi relatado que houve um caso ontem a noite.

Não fica muito longe do restaurante e com o auxílio do carro veloz de Mary chegaremos em breve...

Através de meu celular estive revisando todas as informações relevantes ou não, mas que tivessem pelo menos um pequeno envolvimento com o caso.

Através de um esforço extremo de meu cliente, ele descobriu que a outra parte era uma jovem mulher ruiva através de uma testemunha da periferia que teve a sorte de sobreviver após presenciar um de seus atos.

A flor de gerânio se remete a diversos significados, mas o gerânio escuro especificamente se remete a tristeza.

Minha teoria preliminar é que seu objetivo seja espalhar a tristeza que vivenciou em sua vida devido a um trauma ou alguma outra coisa para o resto da sociedade.

Ainda não tenho certeza do porque de ter escolhido o Japão ou Tokyo em particular caso ela seja nativa daqui...

Mas caso ela seja uma nativa daqui, isso descarta a possibilidade de ter uma nacionalidade Africana! Talvez ela seja uma meio a meio igual a Mary?

Sim, a grandes chances disso...

Uma pena essas serem as únicas informações realmente relevantes pro caso que tenho... E as não relevantes nem merecem ser citadas!

Estamos indo pra um prédio industrial na periferia onde a vítima trabalhava, ou melhor, gerenciava.

É uma indústria bem famosa na região, seu dono parece ter alguns contatos influentes e a vítima era relativamente próxima ao dono.

Através de sua ficha pude ter acesso à algumas informações privilegiadas da vítima.

Akihabara Sejong, homem de meia idade, 25 anos de experiência no ramo e mais 4 anos naquela indústria.

Diagnósticado com câncer pulmonar devido a seus maus costumes de fumar frequentemente, também bebia bastante, mas não devia a ninguém e ao que parece nunca ofendeu ninguém também.

Uma ficha limpa de crimes ou denúncias...

Nada aqui ajuda a descobrir o porque de sua morte ou se havia algum outro motivo maior.

Enquanto refletia interiormente Mary e Meng Meng estavam conversando casualmente durante o trajeto.

Ao que parece nesse meio tempo Mary desenvolveu uma habilidade social bem maior.

Mas não prestei atenção ao que diziam por já termos chegado ao local.

A polícia estava aqui, compreensível já que foi descoberto só nesta manhã, também só soube quando meu avião pousou!

Espero que eles não tornem sua presença um inconveniente pra minha investigação.

Após Mary parar o carro, saí apressadamente e caminhei até os policiais que faziam a vigilância para que ninguém invadisse.

Devo dizer que há realmente muitos espectadores aqui, embora muitas delas já estajam se dispensando.

— Com licença... Sou Agatha Miyagi, detetive particular britânica contratada por Akira Nakamura e mediada pelo chefe da polícia de Tokyo, Tanaka Osaki!

Unm? Ele não parece ter entendido... Não me diga que não fala inglês?

Não deveria ser uma exigência mínima a polícia daqui falar pelo menos o básico de inglês já que frequentemente entram em contatos com estrangeiros?

— Deixe que eu resolvo!

Ah, é mesmo! Mary fala japonês!

Embora eu tenha saído apressadamente do carro, ela me alcançou rapidamente... Impressionante!

Embora eu não esteja compreendendo nada do que ela diz, imagino que esteja repetindo o que eu disse anteriormente.

Espera um momento... Ela ao menos ouviu o que eu disse? Não, na verdade eu acho que ela não ouviu nada, afinal com todo esse barulho e somando a velocidade da qual eu saí do carro e cheguei até aqui, seria irreal ela ter compreendido alguma coisa.

Na real, seria difícil até mesmo ela ter notado que disse alguma coisa...

Mas bem, eu acredito que ela saiba o que está fazendo!

E como eu pensei, logo mais o guarda acenou em consentimento e correu em busca de alguém ou algo.

Mary também tomou a iniciativa de levantar a faixa que envolvia o perímetro do prédio indústrial.

— Entre, ele só foi buscar seu superior que manja corretamente do inglês.

Manja? Então Mary ainda usa gírias Brasileiras? Haha...

— Meng Meng, fique aqui e pengunte a alguns transentes e espectadores sobre o que sabiam da vítima ou se viram algo estranho nos últimos dias!

— Ok!

Antes que pudesse questionar Mary sobre algo mais, ela já havia desaparecido na multidão de espectadores.

Pois bem, ela deve estar ocupada com seus próprios assuntos...

O guarda anterior também não demorou a voltar com seu superior como dito por Mary.

Seu superior parecia alguém mais composturado e alto, também tinha uma expressão séria no rosto.

Ainda mais alto que Mary que tinha 1,81, então imagina se comparado a mim que tinha 1,73?

— Sra. Agatha eu presumo? Me acompanhe, por favor!

A situação parecia bem séria pelo seu tom, mas ainda pude notar que não confiava muito em mim.

Acredito que seja algo normal ao observar minha estatura, aparência e vestimenta.

Não me vejo parecida nem um pouco com os detetives britânicos dos filmes!

Se bem que isto não é um filme afinal!

Chegando na cena do crime, me deparei com um cadáver com a garganta cortada e sangue espalhado pelo seus arredores.

A cena não era tão brutal quanto o esperado, pelo menos está Serial Killer possuí um pouco de decência, eu acho...

Observando os arredores notei alguns itens espalhados pelo chão e questionei o guarda chefe ao meu lado sobre suas descobertas.

— Alguma pista?

O homem olhou atentamente pra mim e após um suspiro pesaroso, exalou profundamente e respondeu seriamente:

— Não, nada muito relevante, apenas que seu crachá desapareceu e que não havia uma flor gerânio desta vez.

Não havia uma flor de gerânio? Então porque estão levando está cena criminal como culpa daquela Serial Killer?

Embora o modo operante pareça ser semelhante ao priorizar ataques fatais sem muita brutalidade, isso por si só não explica essa situação.

— Se não há sua marca registrada, porque estão tratando-o como vítima da Flor de Gerânio?

— Porque nas gravações das câmeras vemos uma flor de gerânio sendo deixada, mas ela desaparece derrepente logo depois devido a uma falha nas mesmas gravações.

Então as câmeras estavam ativas? Isso não é muito descuido para seu histórico perfeito de assassinatos?

E porque a flor desapareceria logo depois? Seria possível este ser um daqueles casos em que outro alguém se passa pela Flor de Gerânio?

Seguindo essa lógica, faria sentido que a verdadeira Serial Killer surgisse momentos depois para retirar a flor de gerânio que a incriminava.

Também se encaixaria corretamente em seu histórico perfeito de crimes sem provas relevantes ao apagar o momento exato da gravação em que esteve aqui retirando a única prova que incriminava-a...

Pois bem, mas porque ela não apagaria então o restante da gravação?

Hmm... Se apagasse ainda poderiam considerá-la suspeita devido ao extremo cuidado que o assassino tomou apagando as gravações para cometer o assassinato mesmo que não houvesse sua marca registrada.

Haveria várias possíveis explicações para isso...

Mas ao não apagar visava que as autoridades notassem o descuido do verdadeiro assassino e percebessem que não foi ela?

Se sim, foi muito ingênuo da sua parte em pensar que as autoridades levariam em consideração tanta coisas como estou considerando.

Entretanto, pode até ser que isso realmente aconteça já que este é um caso de alta importância pra as autoridades que estão a sua caça já a algum tempo.

Mas se está realmente não for ela, o depoimento daquela garota da periferia que diz tê-la visto não se refere à própria Flor de Gerânio e sim a um imitador...

Meu Deus, que caos...!

Mas como ela poderia saber o dia e o momento exato que este falso Flor de Gerânio cometeria o crime?

Ela pode muito bem ter uma ampla rede de conexões no submundo japonês, mas mesmo assim isso ainda não seria estar informada demais?

Deixe-me observar e considerar alguns outros pontos relevantes e depois considerar os depoimentos que Meng Meng conseguir...

Apenas após levar tudo isso em consideração é que poderei formular uma hipótese certeira.

***

Vejo que Agatha demorará um pouco em seu trabalho e como planejei para ficar livre o dia todo, posso muito bem tentar ajudá-la em seu serviço.

Embora Agatha tenha ordenado que Meng Hier pegasse o depoimento de todos os espectadores presentes, não acredito que vá conseguir algo realmente relevante.

Isso pelo motivo que aqueles que realmente podem saber de algo são os moradores locais, aqueles que seriam os primeiros a identificar a cena e informar a polícia.

Estas mesmas pessoas não permaneceriam por tanto tempo assistindo um caso daqueles.

Isso se deve a sua má qualidade de vida que impossibilita-os de perder tanto tempo com algo que não lhes trará dinheiro.

Mesmo que isso possa garanti-los um dia a mais de vida, não importará muito se não tiverem como se sustentar.

Muito porém, mesmo na periferia ainda deveria haver aqueles que trabalham em casa, como serviçais lavando roupa de outras pessoas, vendedores de mercadorias e crianças sem condições para estudar.

Meu objetivo são exatamente essas pessoas, indivíduos que diram a verdade desde que ganhem um bom benefício em troca, independentemente do perigo por trás do tema.

Vejamos, uni, duni, te, sala me mingue, eu escolho está aqui...

Casa 403, eu vejo...

TOC TOC

Minha sorte não pode ser tão ruim para que não haja ninguém em casa, certo?

Alguns momento após...

Tch, mas é claro que pode, mesmo alguns minutos após eu chamar e rechamar, ninguém veio a meu chamado.

Saí de perto carrapato... Me refiro ao meu azar é claro...

Vamos lá então... Mas minha mãe quis que eu escolhesse aquela ali...

Casa 407, agora vai...

TOC TOC

Não demorou muito para alguém me atender, finalmente meu azar se desgrudou de mim.

— Em que posso ajudar?

Bingo, uma criança, era isso mesmo que eu queria.

— Seus pais estão?

— Não, estão trabalhando!

Hm... Talvez ele não tenha se desgrudado de mim por completo pelo que vejo.

Será um pouco complicado convencer uma criança de que eu, um completo estranho, não sou um golpista.

— Então pequena, sou uma polícial e estou atrás de qualquer informação importante sobre o assassinato desta manhã, poderia me ajudar? Posso te dar dinheiro em troca!

Tentei ao máximo usar um linguajar mais simples para garantir que ela me entenda, não querendo desmerecer o conhecimento ou educação dela, é claro!

Vamos lá pequena, acredite em mim, não vê que sou uma linda irmã mais velha? Como poderia ser uma pessoa tão má quanto um golpita?

Baseando-se completamente nos elogios que os outros me fornecem, só espero que não sejam mentiras.

— Informações? Hm... Não precisa me oferecer nada, afinal não tenho muito a dizer também, aconselho ir até a casa 501 na rua ao lado e procurar por uma garota de minha idade de cabelos verdes chamada Yumi. Diz ela ter conseguido encontrar um item que o assassino deixou cair.

Yumi? Se essa informação for verídica, então a polícia foi realmente descuidada neste aspecto.

Se bem que estão apenas no começo e logo mais deveriam vir atrás do pessoal que vive aqui na periferia também.

— Muito bem, aqui está pequena, se Yumi tiver realmente algo com ela, voltarei com mais!

Entreguei-a algumas notas de dinheiro que tinha comigo, teria até entregado mais mesmo que pudesse apenas ser uma mentira apenas por sua educação comigo.

— Muito obrigada, linda irmã!

Linda irmã? Huff, é um alívio saber que eu não estava equivocada sobre minha aparência.

Mas vejamos então, ela disse na rua ao lado, certo?

Casa 501 deve ser aquela ali...

Vejo que as casas aqui seguem um mesmo padrão, em!? Que agonia seria viver aqui, até parece que são todos clones...

Sei que talvez eu tenha exagerado um pouco, mas ainda assim...

TOC TOC

Desta vez demoraram para atender, tempo o bastante para que seu visitante já tivesse se retirado com o pensamento de que não havia ninguém.

Porém, eu não posso me dar ao luxo de perder está oportunidade mesmo que seja apenas uma possibilidade pequena de que a garota tenha realmente algo consigo.

— O que quer?

Ugh, custa ser educado minha senhora?

Se bem que do ponto de vista dela sou um estranho, possivelmente um golpista, atrapalhando seu serviço e privando-a de fazer seu dinheiro.

Mas ainda assim, está mulher não é nada comparado à aquela criança anterior adorável!

Uma pena que eu tenha esquecido de perguntar seu nome...

— Peço desculpas pelo incômodo, minha senhora! Sou uma polícial em busca de possíveis depoimentos relevantes ao caso desta manhã!

— O assassinato? Não tenho nada a ver com isso!

Meu pai amado, eu me assustaria se você disse que sim!

Tive até que colocar meu pé no caminho para impedir que ela batesse a porta na minha cara.

Vejo que a educação realmente não é para todos...

— Mas recebi uma denuncia de um de seus vizinhos que sua filha diz possuir um item pertencente ao assassino!

Não tão fácil minha querida, mas ainda fico impressionada pelo respeito que dão a um policial em? Não estão valendo nada mesmo...

— Minha filha? Quem disse isso? São apenas mentiras!

— Não posso dizer quem, mas sou obrigado a verificar a veracidade dessa informação, minha senhora! Sua filha está?

Porque dificultar as coisas tanto assim? Sabes que isso só te torna mais suspeito, certo? Mesmo que sua filha tenha realmente pego algo, ela não será indiciada por isso, apenas terá que devolver o que pegou.

Ainda mais porque não sou realmente um policial de verdade!

— Como posso saber que não está apenas se passando por um polícial?

Vejo que você ao menos tem um pingo de consciência, mas só se lembrou de perguntar algo tão importante agora?

E toda a desconsideração anterior por minha identidade de policial?

— Aqui está!

Sorte a minha que eu me lembrei de furtar a identidade policial daquele guarda anterior.

Agora eu posso evitar maiores mal entendidos, ainda mais com uma mulher tão arrogante que não me deixaria nem se explicar.

Poderia até mesmo ligar para a polícia... Agora que penso nisso, seria bem irônico se acontecesse considerando toda a sua desconsideração pelos polícias anterior, mas derrepente ligaria para um por ajuda?

Sorte a minha também que ela não pareceu dar muita atenção ao meu gesto deliberado de cobrir a foto na identidade, caso contrário eu estaria ainda mais ferrado.

— Tch, me siga!

Finalmente minha senhora, deveria deixar de ser tão pé esquerdo...