O Trono de Sangue

Capítulo 2 – O Trono de Sangue

03:34 da manhã.

A lua sangrava sobre a cidade, tingindo os escombros da torre com um brilho carmesim.

O chão vibrava com energia obscura.

Drago andava lentamente pelo campo de batalha, onde corpos jaziam feridos ou imóveis.

Valéria, Pedro, Uriel e João estavam fora de combate.

Karina e Beatriz estavam gravemente feridas.

"Isso é o melhor que os 'despertados' têm a oferecer?" — Drago disse, cuspindo sangue no chão. — "Patético."

Sua aura era sufocante, feita de sangue fervente e pura malícia.

Os olhos negros pulsavam como abismos, e cada passo parecia ecoar o grito de mil almas.

Ryan avançou, ativando sua “Muralha de Aço”, tentando proteger Beatriz.

Mas Drago moveu um dedo, e Ryan caiu de joelhos.

Seus músculos estavam sendo drenados, seu sangue puxado para fora por centenas de pequenos fios carmesins que serpenteavam pelo ar.

"Magia de Sangue..." — Beatriz sussurrou. — "Ele... ele pode controlar o sangue dos outros."

Gustavo, o último a permanecer de pé com real força, se colocou entre Drago e os caídos.

Seu corpo sangrava, o braço esquerdo tremia, mas sua katana com detalhes roxos ainda estava firme.

A aura escura envolvia sua pele como sombras vivas.

Era o poder de sua classe única: Espadachim Sombrio.

"Você vai cair aqui, Drago. Eu juro."

Drago sorriu.

Então, ergueu os braços lentamente.

“Sabe o que me separa dos demais?”

O céu tremeu.

Uma coluna de sangue subiu da terra, envolvendo Drago como um casulo.

E então… ele se libertou.

Chifres cresceram em sua testa.

A pele ficou pálida como a morte, as veias pulsando vermelhas como magma.

Suas costas se abriram e asas negras feitas de sangue líquido tomaram forma.

— “Esta é minha técnica secreta: Trono Carmesim.”

O chão foi coberto por um círculo mágico gigante, formado por runas antigas.

Do solo, espinhos e lanças de sangue emergiam como estacas do próprio inferno.

— “Cada gota de sangue derramado nesta luta agora é minha arma.

Este campo inteiro…

É meu domínio.”

Gustavo sabia que não podia hesitar.

Se deixasse Drago continuar, todos morreriam.

Ele avançou.

A katana cortava o ar com precisão absoluta.

Sombras saltavam de seu corpo a cada movimento, espadas negras auxiliando seus golpes.

Era sua técnica: Dança das Sombras.

Cortes rápidos, quase imperceptíveis, como se a própria escuridão lutasse ao seu lado.

Drago contra-atacava com maestria, usando o sangue como lâminas flutuantes.

O embate entre espada e magia era feroz.

As explosões de energia destruíam pilares, rachavam paredes, e abriam crateras no chão.

Beatriz, mesmo ferida, lançou um raio para cobrir Gustavo.

Karina, deitada ao chão, disparou uma corrente elétrica em uma das asas de Drago, atrasando-o por um segundo.

Esse segundo bastava.

Gustavo saltou, girando com sua katana em um golpe descendente.

Drago interceptou, sangue explodindo em todas as direções com o choque.

Mas Gustavo sorriu.

Era um corte real.

Ele havia ferido o monstro.

Drago rugiu, as asas se abrindo.

"Vocês são persistentes… mas tudo termina agora!"

Ele ergueu a mão, e todo o sangue ao redor se reuniu acima dele, formando uma lança colossal, com a ponta negra como obsidiana.

— “Exéquias Carmesins!

A lança foi lançada com força brutal.

Era como um meteoro de sangue, consumindo tudo em seu caminho.

Beatriz gritou.

Karina fechou os olhos.

Mas…

Gustavo ativou sua técnica final.

Seu corpo sumiu em sombras.

Apareceu no ar, atrás da lança.

E cortou.

Cortou com tudo.

Com sua alma.

Com sua raiva.

Com sua determinação.

A lança foi partida.

As sombras se espalharam como uma onda.

E no centro do campo, Drago caiu de joelhos.

O corte atravessava seu peito.

Sua energia começou a se desfazer.

— "Você... tem o olhar... dele..." — Drago murmurou, antes de tombar no chão.

03:59 da manhã.

O silêncio reinou.

Gustavo caiu de joelhos, exausto, a katana cravada no chão.

Valéria sorriu, mesmo sangrando.

Karina chorava.

Beatriz caiu sentada, soltando um suspiro.

A torre ainda estava de pé.

Mas o Trono de Sangue havia sido destruído.

Fim do Capítulo 2.