🌑 Capítulo 6 – As Presas da Eternidade
As sombras dançavam como serpentes, estalando no ar ao redor de Gustavo.
A floresta viva parecia respirar. Cada passo ecoava como um desafio. As árvores se fechavam atrás dele, criando uma sensação claustrofóbica.
— Eles não são lobos comuns. São memórias vivas... Presas à terra por algum antigo pacto. — sussurrou a Hidra.
— “Imortais?”
— Não no sentido de ‘invencíveis’. Mas... mesmo que você destrua o corpo, eles voltam. A alma está presa a algo. E eu não consigo sentir o que é.
Gustavo parou.
À frente, quatro pares de olhos brancos brilhavam nas sombras. Os Lobos.
Eles surgiram sem som, altos como ursos, com pelagem branca como neve corrompida, dentes negros e patas largas. A aura deles pulsava — um tipo estranho de magia ancestral que ressoava com a própria floresta.
Um deles avançou. Rápido.
Gustavo reagiu no instinto. Kusanagi em punho, aura flamejante roxa explodindo. O primeiro golpe arrancou parte do focinho da criatura... que se regenerou segundos depois.
— “...!”
— Aviso dado. — murmurou a Hidra com um sorriso.
Os lobos cercaram. Três atacaram ao mesmo tempo.
Gustavo se abaixou, rodopiou com a katana em um arco horizontal, criando uma onda de escuridão cortante, mas eles saltaram por cima, mostrando inteligência incomum.
Um deles cravou as presas no braço de Gustavo, rasgando parte do manto.
Ele grunhiu. A aura roxa rugiu em resposta, e partes de seu corpo se alongaram em garras negras, feitas de pura escuridão moldada — seu novo poder desperto.
Ele cravou essas garras no peito da criatura.
— “Desintegre.”
A sombra pulsou... e a alma do lobo foi despedaçada junto ao corpo, que desabou sem se regenerar.
— Você achou! Suas sombras podem tocar a alma se forem moldadas com intenção pura.
Outro lobo tentou atacar por trás — mas a Hidra, em forma miniatura, se multiplicou em três cabeças e lançou um jato ácido direto nos olhos da criatura.
— Aqui, otário!
Gustavo recuou, respirando com dificuldade. Dois lobos restantes. Um deles rosnava com raiva, mas o outro...
Era maior.
Mais denso. Mais antigo.
O pelo era cinza-chumbo, e seus olhos eram rubros, não brancos. Ele caminhava com calma entre os galhos, as árvores se curvando em respeito. Um alfa.
— Esse não é só um lobo. É um Eco da Noite. Um líder espiritual. Feroz. Vingativo.
O monstro soltou um uivo. O chão tremeu. E uma onda de energia espiritual percorreu a floresta, apagando temporariamente a aura roxa de Gustavo.
— “...Tsc. Então é assim?”
Ele se concentrou. A escuridão moldada pulsou novamente. Seus braços se alongaram, formando duas lâminas negras. As pernas brilharam em roxo, ativando o estilo Dança da Lâmina Vazia.
— “Vamos acabar com isso.”
A Hidra se posicionou no ombro dele.
— Eu seguro o lobo comum. O Alfa é seu.
— “Fechado.”
Gustavo avançou.
O Eco da Noite rugiu. E a floresta respondeu com ecos ancestrais.
O duelo sombrio começava.
Fim do Capítulo 6