🌑 Capítulo 7 – Asas na Escuridão
O Eco da Noite rugiu, e a floresta respondeu.
Galhos se retorceram, o vento parou, e até as sombras hesitaram.
Gustavo não.
Com a Kusanagi empunhada, a aura roxa flamejante ressurgiu com força, e suas lâminas negras moldadas pela escuridão se alongaram mais uma vez. Os olhos roxos dele encaravam o Alfa como se lessem sua alma corrompida.
— “Você não vai me parar.”
O lobo saltou.
Gustavo também.
O impacto foi brutal. As garras espectrais da criatura colidiram com a escuridão moldada de Gustavo, criando uma onda de choque que derrubou árvores próximas. A Hidra, lutando contra o lobo restante, gritou com três vozes:
— Esse monstro foi abençoado por um espírito antigo! Ele pode manipular a floresta — cuidado!
Gustavo rolou para o lado ao ver raízes surgirem do solo e tentarem prendê-lo. Saltou sobre um galho e girou no ar, desferindo a Dança da Lâmina Vazia. Imagens ilusórias surgiram com ele, confundindo o Eco da Noite.
Mas o monstro riu.
Sim, riu.
Com um salto quase invisível, ele atravessou as ilusões e cravou os dentes no ombro de Gustavo, jogando-o com força contra uma árvore.
A dor foi real.
A árvore partiu ao meio. O manto mágico segurou parte do dano, mas o sangue escorreu.
— “Tsc... esse desgraçado...”
A aura roxa vacilou. A floresta parecia absorver sua energia.
Gustavo fechou os olhos. Respirou. Suas mãos tocaram o solo úmido e frio. As sombras em volta dele... responderam.
Algo diferente aconteceu.
Penas negras começaram a brotar do chão. Não penas normais — pulsavam com energia sombria. E então, de dentro da floresta, corvos sombrios surgiram, voando em círculos ao redor dele.
Mais e mais. Uma dezena. Duas. Três.
— Corvos da Noite... eles responderam à sua essência! — exclamou a Hidra, recuando de seu combate para observar.
Gustavo se ergueu lentamente.
Seus olhos brilharam mais intensamente. E uma nova marca escura apareceu em sua clavícula — como uma runa viva em forma de asa.
— “Eles me ouviram.”
Ele ergueu a mão.
Os corvos voaram em formação, girando ao redor do Eco da Noite, cegando seus sentidos, bicando seus olhos e asas cortando como lâminas.
— Nova Habilidade: Legião da Penumbra
Convoca corvos sombrios formados a partir da escuridão absoluta. Servem como lâminas, espiões, iscas ou defensores. Cada um carrega fragmentos da alma de Gustavo e obedece à sua vontade plena.
O lobo uivou em fúria, disparando raízes e garras espectrais, mas os corvos desviavam, cortavam, rasgavam e explodiam em sombras afiadas. Gustavo avançou por dentro do enxame e cravou a Kusanagi no peito do Alfa, moldando um braço extra feito de sombras que segurava o pescoço do monstro.
— “Sentença do Vazio.”
O corte final rasgou a alma do Eco da Noite em dois.
Ele se desfez.
Em silêncio.
Nada mais rugia. A floresta parou de tremer.
Os corvos se dissolveram lentamente, voltando às sombras de Gustavo.
A Hidra pousou em seu ombro, ofegante mas viva.
— Isso foi... impressionante. Você está evoluindo mais rápido do que qualquer coisa viva.
Gustavo respirou fundo, limpando o sangue no canto da boca.
— “Eu estou apenas... começando.”
Ele olhou para frente. A floresta se abria, revelando um caminho de pedra antiga, onde inscrições em língua vampírica acenavam com promessas de dor e poder.
— A capital se aproxima.
— “Então vamos.”
Fim do Capítulo 7