🌒 Capítulo 9 – A Queda do Guardião do Eclipse
O silêncio ainda reinava.
As três luas negras giravam lentamente sobre o céu morto.
O Guardião do Eclipse flutuava acima do solo, braços abertos, girando lentamente com seus anéis de vento cortante ao redor. Ele se preparava para o Golpe do Vórtice Final — uma técnica que devastaria toda a região e apagaria qualquer presença física e mágica.
Mas Gustavo não ia deixar isso acontecer.
— Hidra... plano C.
A pequena criatura acenou com as três cabeças.
De repente, Gustavo afundou as mãos no chão e sombras se espalharam como raízes, finas, densas, cortando em todas as direções, penetrando o ar ao redor do Guardião.
— “Corte o vento... Envolva o vazio...”
As sombras não apenas se estendiam — elas moldavam-se em lâminas, espinhos, garras, formando uma teia de destruição silenciosa ao redor do Guardião. Elas rasgavam o vento, desestabilizando os giros perfeitos do inimigo.
Pela primeira vez, o Guardião hesitou.
O vórtice perdeu ritmo.
E foi então que a Hidra entrou em ação.
As três cabeças ergueram-se, os olhos brilhando em tons de verde venenoso.
— LAGO ÁCIDO!
O chão ao redor do Guardião se derreteu em um mar borbulhante de ácido negro, corroendo a base onde o inimigo flutuava. Gustavo usou suas sombras para empurrar o Guardião em direção ao chão, obrigando-o a descer — e tocar o lago.
A máscara do inimigo trincou.
Ele girou o corpo e tentou escapar com uma rajada circular de vento devastador — mas Gustavo estava esperando.
Com as sombras já espalhadas pelo campo, ele criou um domo escuro, moldado em forma de ossos gigantes, que seguraram os ventos dentro de um casulo sombrio.
O Guardião ficou preso.
— CHUVA ÁCIDA!
A Hidra disparou sua técnica final. O céu escureceu com nuvens tóxicas invocadas por ela, que começaram a derramar gotas corrosivas diretamente sobre o domo de sombras onde o Guardião estava preso.
O interior explodiu em fumaça negra.
Lanças de sombra saíram de dentro do domo em espiral. Era a técnica de Gustavo: Asas do Vazio, usando as sombras como se fossem penas de corvos gigantes, todas afiadas como lâminas.
Quando o domo se rompeu, o Guardião foi lançado ao ar, sem seu escudo de ventos. Sua máscara quebrou por completo, revelando um rosto vazio — feito de vento condensado e carne podre.
Gustavo apareceu acima dele, flutuando em um círculo de corvos, com os braços estendidos.
— “Essa é a sentença... do vazio.”
Ele cravou a Kusanagi envolta em sua aura roxa diretamente no selo das três luas no peito do Guardião. A espada perfurou a realidade e, com ela, as sombras se expandiram para dentro do corpo do monstro.
BOOM!
O Guardião foi desintegrado, sugado por um redemoinho negro que desapareceu logo depois. O céu voltou a ter alguma luz — fraca, como se as estrelas respirassem de novo, mesmo que ali ainda fosse noite eterna.
Gustavo pousou de joelhos, ofegante. A Hidra correu até ele e se jogou em seu ombro, cansada, mas vitoriosa.
— “Você foi incrível...” murmurou ele. “Aquele ataque com as nuvens foi seu melhor até agora.”
— Você também, mestre... aquelas sombras cortando o ar... foi como dançar com a morte.
Ambos sorriram brevemente.
Na palma da mão de Gustavo, um pequeno fragmento cristalino apareceu — o Núcleo do Guardião, pulsando com energia selada. Era a prova da vitória... e uma chave para o portão da capital.
— “Primeiro guardião... vencido.”
Ele se levantou, o manto ondulando em meio às cinzas que restaram da luta.
O caminho para os dois próximos Guardiões estava agora aberto. Mas eles sabiam: os desafios só ficariam mais sombrios.
Fim do Capítulo