A Lâmina do Destino

🌑 Capítulo 10 – A Lâmina do Destino

O caminho de pedras que levava até a gigantesca muralha de Cornélia, a capital do Império dos Vampiros, era deserto e opressor. Torres negras se erguiam no horizonte como lanças perfurando o céu turvo, e o silêncio era quebrado apenas pelo som dos passos de Gustavo.

Sua aura roxa flamejante ainda estava instável após a batalha anterior. Atrás de si, a mini-Hidra flutuava atenta, olhando para os céus enevoados.

— “Estamos quase lá...” — murmurou Gustavo.

Mas, antes que se aproximasse dos portões, sombras surgiram dos flancos do caminho. Três figuras encapuzadas saltaram de trás das pedras — não eram humanos. Orelhas longas, pele acinzentada, olhos de cores vivas. Eram demi-humanos felinos.

Eles não atacaram.

— “Forasteiro!” — chamou o líder, um guerreiro de cabelos prateados e armadura tribal. — “Você tem poder. Nós vimos. Precisamos de sua ajuda!”

Gustavo não respondeu. Apenas os olhou com frieza e deu as costas, continuando sua caminhada.

— “Espere! Espere, por favor!” — insistiu o guerreiro. — “A princesa Fuyuki foi vendida como escrava! Levados por caçadores do mercado negro, direto para o bordel Sangue de Rosas... dentro de Cornélia.”

Nada.

Gustavo continuava andando.

Então, o líder retirou algo embrulhado em panos negros. Ao desdobrá-los, a luz púrpura da aura de Gustavo reagiu instantaneamente.

Era uma katana negra como a noite, com detalhes em violeta profundo. Gravada com runas antigas, seu cabo exalava energia pura.

— “...Meiun?” — disse Gustavo, parando.

A Hidra arregalou os olhos com as três cabeças.

Isso é... uma das Dez Armas Lendárias! Como... como eles têm isso!?

O guerreiro felino ajoelhou-se, oferecendo a arma.

— “Ela não nos pertence. Mas ela será sua... se salvar nossa princesa.”

Gustavo se virou lentamente, olhos brilhando em roxo.

— “...Muito bem. Tragam-me os detalhes.”

🌸 A Cidade dos Demi-Humanos

Os guerreiros o guiaram para sua vila secreta, oculta entre montanhas e névoa azulada. O lugar era de beleza serena: arquitetura inspirada no Japão antigo, templos com telhados curvos, lanternas flutuantes, pontes de madeira sobre rios cristalinos.

Árvores com flores exóticas pintavam o cenário com tons de azul celeste, rosa viva, vermelho carmesim e roxo profundo, criando uma atmosfera quase mágica.

Gustavo foi levado ao templo central. Lá, deram-lhe novas roupas, feitas com tecido mágico da região — um manto escuro entrelaçado com pétalas, resistente e maleável, perfeito para sua estética sombria.

A Hidra foi alimentada com um prato especial de cristais de mana e frutos raros, ficando tão satisfeita que ronronava de barriga cheia.

Após comer e descansar, Gustavo saiu do templo e observou a vila uma última vez.

— “Eles realmente acreditam que eu posso salvá-la?”

Você pode. — disse a Hidra. — Mas o que me intriga é... como Meiun veio parar aqui? Essas armas deveriam estar perdidas há séculos.

— “Pois é... e se essa é só uma delas... talvez outras estejam por aí também.”

Gustavo olhou para a katana lendária, que ainda estava selada. Sentia o poder dela... esperando.

— “Vamos.”

E então, partiu.

Com roupas novas, determinação renovada... e o peso de uma nova promessa.

A missão estava clara:

Invadir Cornélia. Enfrentar o submundo do mercado negro. E resgatar a princesa Fuyuki.

Fim do Capítulo