56 - Uma Viagem Qualquer! III

Astracar sabia que a situação podia escalar rapidamente se não agisse com precisão. "Tenho que separar os três e neutralizá-los sem alertar o resto", pensou, observando o ambiente. Ele pegou uma pedra e a arremessou suavemente para perto da entrada, atraindo a atenção de um dos servos de Santirama. O homem, curioso, se aproximou da porta, olhando ao redor. Silencioso como uma sombra, Astracar o puxou para trás de uma coluna, e com um movimento rápido, o deixou inconsciente.

Os outros dois servos começaram a se inquietar com o silêncio do companheiro. Um deles saiu para investigar, mas antes que pudesse gritar ou reagir, Astracar o agarrou pelo pescoço, descendo das vigas do teto como um predador em uma emboscada. O servo sequer teve tempo de ver o que o atingiu. Agora, só restava o último.

O terceiro servo, percebendo que algo estava errado, começou a andar em direção à saída para chamar reforços. Astracar, com a agilidade de um relâmpago, se materializou atrás dele, sua presença como uma brisa gélida na nuca do servo. Com um único golpe, o adversário foi ao chão, sem chance de alertar ninguém.

Com o perigo imediato neutralizado, Astracar se aproximou do jovem casal amarrado, suas expressões de medo rapidamente se transformando em alívio ao vê-lo. Ele cortou as cordas que os prendiam com um único movimento. "Escondam-se até a situação se acalmar," ele disse, sua voz firme, mas gentil. O casal assentiu, correndo para um esconderijo.

Astracar, em seguida, ergueu a mão e convocou Sekiro. Em um instante, o cavaleiro apareceu em meio a uma luz radiante, sua armadura emitindo um frio intenso. "Finalmente," disse Sekiro, com um sorriso malicioso nos lábios. "É hora da caçada."

Astracar, sério, fez um gesto para os corpos caídos ao redor. "Temos informações valiosas. Mas precisamos atrair o resto. Quero isso resolvido rapidamente."

Sekiro riu, levantando sua espada, que começou a brilhar com uma luz sagrada. Ele liberou uma explosão de energia que ressoou pelo vilarejo, uma chamada irresistível para os servos restantes. Um a um, os seguidores de Santirama vieram correndo, atraídos pelo poder que sentiram. No entanto, assim que chegavam, Sekiro os enfrentava com maestria. Cada golpe de sua lâmina era uma sentença, e em minutos, todos estavam caídos, sem que nenhum deles tivesse chance de se defender.

Astracar observava de longe, calculando cada passo, cada movimento de Sekiro. Quando tudo estava resolvido, ele se aproximou de um dos servos que havia deixado vivo e capturado antes da luta. "Sekiro," ele disse, sem desviar o olhar do prisioneiro, "preciso que use aquela habilidade."

Sekiro olhou para Astracar por um momento, percebendo a profundidade em seus olhos, um peso de algo que crescia dentro dele. Sem questionar, ele ativou sua técnica especial: O Julgamento da Alma. Uma luz intensa envolveu o servo capturado, enquanto Sekiro mergulhava em sua alma, arrancando informações preciosas diretamente da alma do inimigo. Quando o feitiço terminou, o servo caiu ao chão, com sua alma fragmentada.

"Eles estão no desfiladeiro da montanha," Sekiro informou. "Mas o líder, não achei nada sobre ele."

Astracar assentiu com frieza. Ele levantou a mão, e com um estalar de dedos, todos os corpos dos servos evaporaram no ar, transformados em poeira luminosa. "Agora temos um destino," disse, com os olhos frios. Sekiro percebendo pensou " Esses olhos lembram a irmã dele, quando ela estava naquela luta" Mas sekiro guardou o pensamento para si.

Astracar e Sekiro ficaram surpresos ao descobrir que o chefe da vila era o mesmo senhor que os havia atendido humildemente na pousada. Não imaginavam que aquele homem simples e gentil carregava o peso da responsabilidade de liderar a vila, ainda mais com o coração partido pelo sequestro de sua filha. Ao ouvir a notícia de que eles estavam a caminho para resgatar os sequestrados, incluindo sua filha, o chefe mal conseguiu esconder sua emoção. Suas mãos tremiam, e ele abaixou a cabeça, incapaz de conter as lágrimas que finalmente caíram, revelando a esperança renovada em seu olhar.

Comovidos, Astracar e Sekiro trocaram um olhar respeitoso, reconhecendo a força silenciosa daquele homem. Após um momento de despedida silencioso, a dupla se lançou na direção do desfiladeiro, sabendo que aquela missão agora tinha um significado ainda mais profundo.